Ad Astra: Rumo às estrelas
Após um acidente numa
plataforma espacial, o astronauta e engenheiro Roy McBride (Brad Pitt) é convocado
para uma missão no espaço. Descobre que os eventos relacionados a essa missão
tem a ver com o paradeiro de seu pai, um veterano astronauta chamado Clifford
(Tommy Lee Jones), que desapareceu em uma viagem a Netuno há 30 anos.
O termo em latim “Ad
astra” significa “Para as estrelas”, e é para lá que viaja o personagem central
dessa trama mirabolante de ação, drama, ficção científica e até elementos do
mundo do terror. A história se passa num futuro onde os planetas estão sendo
colonizados, e entra em cena o galã Brad Pitt (hoje com 57 anos), como o
astronauta e engenheiro espacial designado para investigar um estranho acidente
e ao mesmo tempo localizar o pai no espaço. Acredita-se que, depois de uma
malfadada viagem a Netuno, 30 anos atrás, ele tenha enlouquecido e matado toda
a tripulação (quem o interpreta é Tommy Lee Jones, numa participação final
magistral). Nessa jornada complexa e solitária em direção “às estrelas”, o
astronauta enfrentará uma série de obstáculos perniciosos, incluindo um
confronto com um macaco assassino. Ele está dividido entre lembranças da
infância (construídas em flashbacks durante a viagem) e um certo receio do que pode
encontrar pela frente... E tudo indica que seu pai esteja por trás de crimes
contra o sistema solar, o que põem em risco a vida na Terra.
Pitt está sóbrio,
maduro, envelheceu bem, ganhou o Oscar de ator coadjuvante no ano passado por
“Era uma vez em Hollywood” e é um dos produtores do filme. Bem realizado, com
bons efeitos visuais, custou caro (U$ 90 milhões) e traz um desfecho
emocionante, de impacto. Não é somente um suspense scifi, que funciona bem; seu
maior trunfo é se conciliar a um drama em tom filosófico e melancólico, na
linha do excepcional “Interestellar” (2014 – que considero o melhor scifi
moderno desde o ano de 2000).
Além de Tommy Lee Jones,
há outro veterano num papel rápido e marcante, o octogenário Donald Sutherland,
todos bem dirigidos pelo especialista em cinema de ação James Gray, de “Fuga
para Odessa” (1994) e “Os donos da noite” (2007) – ele também escreveu o
roteiro.
Teve indicações ao Oscar
de melhor mixagem de som, ao Leão de Ouro no Festival de Veneza e ao Grammy de
melhor trilha (realmente uma trilha linda, de Max Ritcher, de “Duas rainhas”). Outro
elemento da parte técnica que vale menção é a fotografia inebriante num espaço
desconhecido, do suíço Hoyte Van Hoytema, indicado ao Oscar por “Dunkirk”
(2017).
Percebam que tem
assinatura do Brasil na produção, além da China e Estados Unidos – isso porque
um dos produtores é o brasileiro Rodrigo Teixeira, que
desde 2012 produz fitas (independentes e de médio a alto orçamento) nos EUA e
em outros países, como “Frances Ha”, “A bruxa”, “Love” e “Wasp Network”.
Ad Astra: Rumo às estrelas (Ad
Astra). EUA/China/Brasil, 2019, 123 minutos. Ficção científica/Drama. Colorido.
Dirigido por James Gray. Distribuição: 20th Century Fox
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