Os melhores filmes da
45ª Mostra Intl. de Cinema de SP: Parte 03
Bergman Island (França/Bélgica/Suécia/Alemanha,
2021, de Mia Hansen-Løve)
Imaculada (Romênia, 2021, de Monica Stan)
A 45ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo terminou no dia 03 de novembro, mas mesmo
com o encerramento do evento o público ainda pode assistir à parte da
programação de filmes. Isso porque, como todo ano, há o período de repescagem,
que segue até amanhã, dia 07/11, às 23h59. São cerca de 50 filmes online pela
Mostra Play (em https://mostraplay.mostra.org/), todos com aluguel a preço de
R$ 12 por título (abaixo comento de alguns imperdíveis). Na cerimônia de
encerramento da Mostra, na noite do dia 03/11, houve, no Vale do Anhangabaú, em
São Paulo, a entrega do troféu Bandeira Paulista, que premia os melhores filmes
da edição – a apresentação foi da curadora da Mostra, Renata de Almeida, e de
Serginho Groissman, com convidados, seguindo os protocolos sanitários. O Prêmio
Leon Cakoff foi entregue à atriz, diretora e produtora baiana Helena Ignez, e
os filmes da Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram
submetidos ao Júri formado por Beatriz Seigner, Carla Caffé e Joel Zito Araújo,
que escolheu “Clara Sola” como melhor filme, Wendy Chinchilla Araya (de “Clara
Sola”) como melhor atriz e Yuriy Borisov (de “Compartimento nº 6”) como melhor
ator, além de premiarem com Menção Honrosa “Pequena Palestina, Diário de um
Cerco”.
A crítica de cinema
especializada (da qual eu fiz parte esse ano) conferiu o Prêmio da Crítica para
o brasileiro “Urubus”, na categoria melhor filme brasileiro, e para o turco “O compromisso
de Hasan”, como melhor filme estrangeiro. E a Associação Brasileira de Críticos
de Cinema (Abraccine), que também realiza tradicionalmente uma premiação na
Mostra, escolheu o melhor filme brasileiro dos diretores estreantes - neste
ano, o eleito foi o longa “A felicidade das coisas”, de Thais Fujinagua.
Então vamos lá conferir
o que tem de bom para se assistir na Mostra Play!
Indicado à Palma de Ouro
em Cannes, o drama romântico traz a história de um casal de cineastas (os bons
Tim Roth e Vicky Kreaps) que viaja até a Ilha de Faro, na Suécia, reduto do
falecido diretor Ingmar Bergman, para escrever o novo roteiro de um filme. Lá o
relacionamento do casal será colocado em xeque, enquanto constroem uma
personagem (Mia Wasikowska) para a produção que deve ser lançada em breve. A
trama central poderia ser maior, no entanto, eu, como fã do cineasta Bergman,
curti o passeio cultural que o filme faz pela Ilha de Faro. Quantas histórias
legais de bastidores das obras de Bergman a gente conhece. Vale ver!
Imaculada (Romênia, 2021, de Monica Stan)
Drama romeno sobre uma
garota num duro processo de reabilitação. Ela é viciada em heroína, e o
namorado vai parar na cadeia. Na clínica os homens internados a protegem de
abusos sexuais, e ela é chamada de ‘Imaculada’. Quando chega um misterioso
paciente, os desejos dela ficarão à flor da pele. Sensível, tácito, todo rodado
dentro de espaços confinados, o filme é uma joia, e ganhou três prêmios no
Festival de Veneza.
Irmandade (Macedônia/Kosovo/Montenegro, 2021,
de Dina Duma)
Exibido no Festival de
Karlovy Vary, é o representante da Macedônia para disputar uma vaga no Oscar
2022. Acompanha a relação de duas adolescentes, amigas inseparáveis, que ao
postarem um vídeo íntimo de uma garota popular da escola, entram em confronto
físico com ela. No dia seguinte, a menina alvo do vídeo que está viralizando
some sem deixar pistas. É um dos grandes filmes da Mostra desse ano, que mescla
drama, suspense e romance, e traz ainda outras tramas paralelas, para falar de
amizades suspeitas e relacionamentos amorosos tóxicos.
O atlas dos pássaros (República Tcheca/ Eslovênia/
Eslováquia, 2021, de Olmo Omerzu)
Drama tcheco com
momentos de suspense, fala de uma empresa milionária que precisa descobrir o sumiço
de uma grande quantidade de dinheiro. Todos os trabalhadores se tornam suspeitos,
e a direção sai à caça do culpado. Até que uma antiga funcionária desaparece. Com
muitos diálogos, cheio de referências ao cinema de mistério, é uma obra
intrigante e eficiente, para público que curte fitas de arte. Exibido no
Festival de Karlovy Vary.
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