sábado, 6 de novembro de 2021

Especial de Cinema


Os melhores filmes da 45ª Mostra Intl. de Cinema de SP: Parte 03

A 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo terminou no dia 03 de novembro, mas mesmo com o encerramento do evento o público ainda pode assistir à parte da programação de filmes. Isso porque, como todo ano, há o período de repescagem, que segue até amanhã, dia 07/11, às 23h59. São cerca de 50 filmes online pela Mostra Play (em https://mostraplay.mostra.org/), todos com aluguel a preço de R$ 12 por título (abaixo comento de alguns imperdíveis). Na cerimônia de encerramento da Mostra, na noite do dia 03/11, houve, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, a entrega do troféu Bandeira Paulista, que premia os melhores filmes da edição – a apresentação foi da curadora da Mostra, Renata de Almeida, e de Serginho Groissman, com convidados, seguindo os protocolos sanitários. O Prêmio Leon Cakoff foi entregue à atriz, diretora e produtora baiana Helena Ignez, e os filmes da Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri formado por Beatriz Seigner, Carla Caffé e Joel Zito Araújo, que escolheu “Clara Sola” como melhor filme, Wendy Chinchilla Araya (de “Clara Sola”) como melhor atriz e Yuriy Borisov (de “Compartimento nº 6”) como melhor ator, além de premiarem com Menção Honrosa “Pequena Palestina, Diário de um Cerco”.
A crítica de cinema especializada (da qual eu fiz parte esse ano) conferiu o Prêmio da Crítica para o brasileiro “Urubus”, na categoria melhor filme brasileiro, e para o turco “O compromisso de Hasan”, como melhor filme estrangeiro. E a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), que também realiza tradicionalmente uma premiação na Mostra, escolheu o melhor filme brasileiro dos diretores estreantes - neste ano, o eleito foi o longa “A felicidade das coisas”, de Thais Fujinagua.
Então vamos lá conferir o que tem de bom para se assistir na Mostra Play!

Bergman Island
(França/Bélgica/Suécia/Alemanha, 2021, de Mia Hansen-Løve)

Indicado à Palma de Ouro em Cannes, o drama romântico traz a história de um casal de cineastas (os bons Tim Roth e Vicky Kreaps) que viaja até a Ilha de Faro, na Suécia, reduto do falecido diretor Ingmar Bergman, para escrever o novo roteiro de um filme. Lá o relacionamento do casal será colocado em xeque, enquanto constroem uma personagem (Mia Wasikowska) para a produção que deve ser lançada em breve. A trama central poderia ser maior, no entanto, eu, como fã do cineasta Bergman, curti o passeio cultural que o filme faz pela Ilha de Faro. Quantas histórias legais de bastidores das obras de Bergman a gente conhece. Vale ver!



Imaculada
(Romênia, 2021, de Monica Stan)

Drama romeno sobre uma garota num duro processo de reabilitação. Ela é viciada em heroína, e o namorado vai parar na cadeia. Na clínica os homens internados a protegem de abusos sexuais, e ela é chamada de ‘Imaculada’. Quando chega um misterioso paciente, os desejos dela ficarão à flor da pele. Sensível, tácito, todo rodado dentro de espaços confinados, o filme é uma joia, e ganhou três prêmios no Festival de Veneza.

Irmandade (Macedônia/Kosovo/Montenegro, 2021, de Dina Duma)

Exibido no Festival de Karlovy Vary, é o representante da Macedônia para disputar uma vaga no Oscar 2022. Acompanha a relação de duas adolescentes, amigas inseparáveis, que ao postarem um vídeo íntimo de uma garota popular da escola, entram em confronto físico com ela. No dia seguinte, a menina alvo do vídeo que está viralizando some sem deixar pistas. É um dos grandes filmes da Mostra desse ano, que mescla drama, suspense e romance, e traz ainda outras tramas paralelas, para falar de amizades suspeitas e relacionamentos amorosos tóxicos.



O atlas dos pássaros (República Tcheca/ Eslovênia/ Eslováquia, 2021, de Olmo Omerzu)

Drama tcheco com momentos de suspense, fala de uma empresa milionária que precisa descobrir o sumiço de uma grande quantidade de dinheiro. Todos os trabalhadores se tornam suspeitos, e a direção sai à caça do culpado. Até que uma antiga funcionária desaparece. Com muitos diálogos, cheio de referências ao cinema de mistério, é uma obra intrigante e eficiente, para público que curte fitas de arte. Exibido no Festival de Karlovy Vary.


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