"Fez um café fortíssimo, para se dopar, vagou por um momento, da cozinha ao escritório, do escritório à sala de espera. Aquela dor desconhecida que se instalava em seu corpo e em seu pensamento e o impedia de respirar direito, de refletir calmamente como estava acostumado a fazer, só podia ser amor".
Trecho do livro "Vertigo - Um corpo que cai", escritor em 1954 pela dupla Pierre Boileau e Thomas Narcejac, e publicado no Brasil pela editora Vestígio, selo do Grupo Autêntica (2016, 192 páginas, tradução de Fernando Scheibe).
O eletrizante romance policial foi adaptado para os cinemas em 1958 pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock, se transformando num dos grandes filmes de suspense de todos os tempos, com mesmo título do livro e que contava com James Stewart e Kim Novak (indicado a dois Oscars, de melhor direção de arte e som). A trama acompanha a exaustiva investigação de um detetive diante da bela esposa de seu cliente, que tem melancolia, costuma desaparecer sem deixar vestígios e aparenta sofrer de desvios psicológicos. Mas no decorrer do caso, ele se apaixona pela mulher.
Dividido em duas partes, o livro é um primor na construção dos personagens complexos e da trama instigante, que culmina em um final decisivamente arrebatador. Já nas livrarias.
quarta-feira, 28 de julho de 2021
Dica de Leitura
terça-feira, 27 de julho de 2021
Cine Cult
* Reedição
* Reedição de resenha publicada em 13/11/2011
segunda-feira, 26 de julho de 2021
Dica de Leitura
"Ao meio-dia, o príncipe Humperdinck apareceu na sacada do castelo do pai e ergueu os braços. A multidão, já ganhando proporções perigosas, acalmou-se pouco a pouco. Havia rumores de que o rei estava morrendo, de que ele já havia morrido, de que havia morrido fazia tempo, de que estava bem".
Trecho de "A princesa prometida", romance do falecido escritor William Goldman, que também era roteirista de cinema duas vezes ganhador do Oscar. Lançado originalmente em 1973, ganhou edição de capa dura no Brasil pela editora Intrínseca (2018, 416 páginas, tradução de Alice Mello).
Divertido, o livro parodia aventuras clássicas de capa e espada, misturando histórias de realeza com lutas de esgrima e invasão pirata, num reino perdido. A protagonista é a camponesa Buttercup, apaixonada por Westley, um jovem humilde que trabalha na fazenda do pai dela. Descobrem o amor verdadeiro, mas acabam se envolvendo num acidente com um navio pirata. Até que é raptada por uma gangue com planos mirabolantes.
Com o subtítulo "Um conto clássico de amor verdadeiro e grandes aventuras, de S. Morgenstern", o romance é um conto de fadas com muito humor, que deu origem ao filme de mesmo título produzido e dirigido por Rob Reiner em 1987, com roteiro do próprio Goldman - o filme fez muito sucesso nos cinemas e na TV, contava com um grande elenco, como Cary Elwes, Mandy Patinkin, Robin Wright, Peter Falk e Chris Sarandon, e foi indicado ao Oscar de melhor canção.
Cine Clássico (Reedição)
* Reedição
quinta-feira, 22 de julho de 2021
Nota do Blogueiro
Novidades chegando em DVD!
Confira os lançamentos de julho da Classicline:
- Box 'Tony Scott: The red collection', com quatro filmes do diretor especializado em cinema de ação e suspense - "Fome de viver" (1983, terror/romance, com David Bowie, Catherine Deneuve e Susan Sarandon), "Vingança" (1990, ação, com Kevin Costner e Madeleine Stowe), "Amor à queima-roupa" (1993, ação, com Christian Slater e Gary Oldman e roteiro de Quentin Tarantino) e "Estranha obsessão" (1996, suspense, com Robert De Niro e Wesley Snipes) - acompanha quatro cards colecionáveis.
- "Rosa de esperança" (1942, drama/guerra, ganhador de seis Oscars, como melhor filme, melhor diretor e melhor atriz para Greer Garson)
- "Sob o signo de capricórnio" (1949, policial/drama, com Ingrid Bergman, dirigido por Alfred Hitchcock)
- "Johnny Guitar" (1954, western, com Joan Crawford, Mercedes McCambridge e Sterling Hayden)
- No mundo da lua" (1991, romance, com Reese Whiterspoon, Tess Harper e Sam Waterston, no último filme dirigido por Robert Mulligan)
Todos os titulos estão disponíveis nas melhores lojas! Obrigado, Classicline, pelo envio dos filmes.
terça-feira, 20 de julho de 2021
Dica de Leitura
"Não gostei daquele pneu. A sombra dele era muito esquisita. O sol batia em nossas costas, porém a sombra do pneu se estendia em nossa direção. Mas tudo bem, ele estava longe. No geral, nada ameaçador, pode-se trabalhar com isso. Se ainda soubesse o que era aquele brilho prateado... ou foi apenas fruto de minha imaginação?".
Trecho do complexo romance 'Piquenique na estrada" (1972), dos irmãos Arkádi e Boris Strugátski, os mais famosos escritores de ficção científica da União Soviética. O livro foi lançado no Brasil pela Editora Aleph, especializada em literatura scifi, em capa dura, em 2017 (320 páginas, tradução de Tatiana Larkina).
A obra inspirou o cultuado filme de Andrei Tarkovski "Stalker", ganhador do prêmio do Júri Ecumênico no Festival de Cannes em 1980, e trata de uma expedição ilegal a uma área protegida pelo governo, considerada proibida após ser palco de invasões alienígenas. À frente da expedição estão Redrick e um grupo de stalkers, intrusos que pretendem coletar estranhos objetos deixados pelos extraterráqueos para revendê-los.
Misterioso e filosófico, com pegada existencialista, o livro (e também isso se aplica ao filme) faz uma alegoria ao contato do humano com os alienígenas, ao mundo desconhecido e aterrador além das fronteiras da Terra, e ainda é uma crítica feroz à Guerra Fria e à insignificância humana. Leia e assista ao filme!
domingo, 18 de julho de 2021
Cine Especial
71: Esquecido em Belfast
sábado, 17 de julho de 2021
Cine Cult
sexta-feira, 16 de julho de 2021
Dica de Leitura
sexta-feira, 9 de julho de 2021
Resenha Especial
* * Publicado em 15/11/2017
Dica de Cinema
Lançamentos em DVD da Classicline (pela primeira vez em mídia física no Brasil):
- A hora final (drama scifi, de 1959, dirigido por Stanley Kramer - com Gregory Peck e Ava Gardner)
- Aconteceu num apartamento (comédia/suspense, de 1962, dirigido por Richard Quine, com Jack Lemmon e Kim Novak)
- As sete faces do Dr. Lao (fantasia/comédia, de 1964, dirigido por George Pal, com Tony Randall e Barbara Eden)
- A colina dos homens perdidos (drama de guerra, de 1965, dirigido por Sidney Lumet, com Sean Connery e Harry Andrews)
- A travessia de Cassandra (ação/suspense, de 1976, dirigido por George Pan Cosmatos, com Sophia Loren e Martin Sheen)
Todos já disponíveis no mercado. Obrigado, pessoal da Classicline, pelo envio dos filmes.
quarta-feira, 7 de julho de 2021
Dica de Leitura
"Lá fora, no jardim, era a hora do recreio. Nus, sob o suave calor do sol de junho, seiscentos ou setecentos meninos e meninas corriam sobre a grama, soltando gritos agudos, ou jogavam bola, ou se acocoravam silenciosamente em grupos de dois ou três entre os arbustos em flor. As rosas desabrochavam, dois rouxinóis cantavam seu solilóquio nas ramagens, um cuco emitia gritos dissonantes entre as tílias".
Trecho do controverso romance futurista "Admirável mundo novo" (1932), um clássico da literatura contemporânea, escrito pelo inglês Aldous Huxley. O livro acaba de ser relançado no Brasil pela editora Biblioteca Azul, selo da editora Globo (2021, 308 páginas, tradução de Vidal de Oliveira).
Num futuro distante, o planeta Terra está dividido em regiões administrativas, e a população é formada por castas sociais. Os dois bilhões de habitantes foram manipulados por engenharia genética para que fosse possível viver em plena harmonia. São controlados por um regime totalitário, e nesse sistema o amor é proibido enquanto o sexo é estimulado.
O perturbador romance tece críticas ferozes aos regimes totalitários, à cultura de massa e ao "american way of life", e trata de temas fundamentais para a discussão atual, como mundialismo, reengenharia, controle genético e adestramento comportamental.
O livro ganhou adaptações para a TV: virou um telefilme de 1980, com Bud Cort, e outro telefilme em 1998, com Peter Gallagher, e recentemente a minissérie homônima produzida pela Peacock/NBCUniversal, de 2020, com Alden Ehrenreich. Leia e assista às versões!
terça-feira, 6 de julho de 2021
Cine Cult
Crash: Estranhos prazeres
Na época de seu lançamento, em 1996, o filme foi censurado em alguns países, e em outros passou com um corte final de 10 minutos a menos, devido às cenas de sexo e estranhezas do roteiro maldito de David Cronenberg (que era uma adaptação do livro do escritor de “Império do sol”, J. G. Ballard, um dos fundadores da ‘New Wave’ da scifi britânica). Agora a Versátil acaba de lançar essa indigesta e explosiva história de sexo e fetiches incomuns numa edição caprichada de colecionador, em bluray – é a inédita cópia restaurada, na versão integral de 100 minutos, ou seja, com aqueles 10 minutos cortados. Além do filme em BD, vem um disco extra em DVD com mais de quatro horas de documentários e especiais, incluindo três curtas-metragens de Cronenberg, fora os cards, pôster e livreto.
A produção independente de Cronenberg fracassou nos cinemas virando da noite para o dia um autêntico cult, original, polêmico e, por si só, proibido.
Não há como negar a originalidade da ideia (difícil até de classificar o gênero, diria que é um drama com suspense), porém, cuidado, pois para muitos poderá ser uma experiência pesada e desesperadora (na época, nos cinemas, muita gente se sentiu mal e achou aquilo tudo uma afronta). Exibido em Cannes, ganhou prêmio especial do Júri, indicado ainda à Palma de Ouro.
Crash: Estranhos prazeres (Crash). Reino Unido/Canadá, 1996, 100 minutos. Drama/Suspense. Colorido. Dirigido por David Cronenberg. Distribuição: Versátil
segunda-feira, 5 de julho de 2021
Resenha Especial
Publicado em 10/06/2013
Cine Cult
Deixa ela entrar
sábado, 3 de julho de 2021
Dica de Leitura
"Odessa passou a viagem de metrô atordoada. Quando saiu rumo às ruas de Kew Gardens, exibia uma nova postura. Retornou à agência do FBI, entrou no prédio com um sorriso contido, confiante, e se dirigiu à sala vazia de Earl Solomon. Antes, pegou emprestado um notebook que ninguém estava usando e que ela vira no dia anterior na sala de fotocópias. Fechou a porta do escritório, sentou-se na poltrona que havia muito não era utilizada e abriu o computador sobre a mesa do agente Solomon".