quarta-feira, 2 de março de 2016

Viva Nostalgia!



Godzilla, o rei dos monstros!

Um monstro jurássico chamado Godzilla emerge das profundezas do Oceano Pacífico e ataca Tóquio. Para conter o caos, um grupo de cientistas, aliados à população costeira e ao Exército, tentará destruir a criatura.
Dois anos após o lançamento do inigualável clássico japonês “Godzilla” (1954), produtores norte-americanos aproveitaram o sucesso da franquia na Ásia para uma recriação do original com foco no mercado dos Estados Unidos. Eles adaptaram trechos do roteiro e aproveitaram elenco, personagens, cenários, locações e até o molde do monstro, além de reutilizar maquetes e várias sequências já gravadas, principalmente as de destruição de Tóquio e o desfecho no fundo do mar. A combinação de elementos novos com pedaços do outro filme, apesar de ser uma técnica condenada hoje, resultou numa fita interessante de ficção científica, corriqueira, mas eletrizante, com abertura para reflexão sobre as consequências drásticas dos desastres ambientais. Vale tudo para ser um produto comercial na América do Norte, lembremos! Assim surgiu a ideia para essa versão que se identifica tanto como remake quanto como continuação (o público percebe a possibilidade de “O rei dos monstros!” ser uma segunda parte logo de cara, quando no início um “fade in” mostra a cidade destroçada por uma força misteriosa). Com duração menor (o de 1954 tinha 96 minutos e este, 80 minutos), carrega a assinatura da mesma produtora japonesa, a famosa Toho, e colaboração do diretor Ishirô Honda, aqui na função de assistente de direção.
Os elementos novos marcantes estão na entrada de outro protagonista, um repórter ferido (interpretado pelo ator canadense indicado ao Oscar Raymond Burr) e a narração off desde os créditos iniciais; retornam para complementar o enredo a figura importante do cientista com tapa-olho, bem como do professor idoso e do médico sábio. Reparem que já existia o cinema com cor, porém mantiveram a fotografia em preto-e-branco (que encarecia menos a produção e traz a semelhança com o clássico “Godzilla”).
Não há mudanças exorbitantes no roteiro, por isso quem assistiu ao de 1954 poderá taxar este como uma mera cópia. É inferior como quase sempre ocorre com os remakes, entretanto vale pelo passatempo divertido, dos sustos com a aparição do monstrengo, ou seja, adequado na linha de um cinemão com pipoca! Até porque acaba de sair em DVD no Brasil em cópia excelente, de tirar o chapéu, na caixa “Godzilla Origens”, que reúne o original - o extraordinário “Godzilla” (1954), e “O monstro do mar” (1953), uma obra precursora do tema.
PS: No Brasil este remake/continuação ficou conhecido como “Godzilla, o monstro do mar”.

Godzilla, o rei dos monstros! (Godzilla, king of the monsters!). EUA/Japão, 1956, 80 min. Ficção científica/Ação. Preto-e-branco. Dirigido por Terry O. Morse e Ishirô Honda. Distribuição: Obras-primas

* Publicado na coluna "Middia Cinema", da revista Middia - edição fevereiro/marco de 2016

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