Anna
Karenina
Rússia, final do
século XIX. De família aristocrática, a bela Anna Karenina (Keira Knightley) é
casada com Karenin (Jude Law), influente funcionário do governo e integrante da
alta sociedade russa. Em uma viagem para tratar assuntos familiares, Anna é
cortejada pelo Conde Vronsky (Aaron Johnson), que o rejeita de todas as formas.
Ao retornar para sua cidade, ela reencontra Vronsky na estação de trem, e ele
confessa o amor que sente. Anna então resolve separar-se do marido para ficar
com o conde. A partir daí, a vida da aristocrata se transformará em pesadelos e
traições.
Ousada e pujante
versão para as telas de um dos clássicos da literatura russa, a história de
amor de Anna Karenina, de Leo Tolstoy (o mesmo de “Guerra e paz”). Com um
brilhantismo estético que mescla teatro e cinema, ao mesmo tempo misturando
magia e realidade, não é uma adaptação fiel ao livro - até a concepção da
narrativa ultrapassa qualquer limite; é semelhante a um espetáculo teatral
filmado, com interferências propositais dos figurantes, que entram em cena para
arrumar o estúdio, rearranjar o ambiente, colocar tapete e mesas na sala,
enquanto os personagens da linha central fazem a história de amor (e traição?) acontecer.
Por seguir uma linguagem não convencional, original em formato e continuidade, o
filme deverá causar estranhamento no público habituado nas velhas tradições...
Produção inglesa de
longa duração (tem quase 2h10), a nova roupagem de ‘Anna Karenina’ venceu o
Oscar de melhor figurino esse ano, sendo indicado ainda em outras três
categorias (fotografia, trilha sonora e direção de arte – três elementos de
existência primordial dessa suntuosa versão), e recebeu prêmios e indicações em
zilhões de festivais, como Globo de Ouro e Bafta.
Em seu terceiro
trabalho com o aclamado diretor Joe Wright (antes foram “Orgulho e preconceito”
e o magnífico “Desejo e reparação”), Keira Knightley assume a identidade de
Anna com maestria, incorporando os anseios dessa mulher moderna, disposta a
amar livremente e enfrentar a dura sociedade da época. Jude Law e Aaaron
Johnson também se destacam nos papéis dos amantes da jovem aristocrata.
Com final amargo,
sucedido por imagens oníricas abertas a interpretações, o filme mantém a questão
do começo ao fim: Anna traiu Vronsky? Uma obra rica em plasticidade, cores,
figurino, direção de arte, atuações e criatividade. Conheça. Por Felipe Brida
Anna
Karenina (Idem). Inglaterra,
2012, 129 min. Drama/Romance. Dirigido por Joe Wright. Distribuição: Universal
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