Executiva de uma multinacional na França, Christine (Kristin Scott Thomas) escraviza de forma cruel sua jovem secretária, Isabelle (Ludivine Sagnier). Ela então planeja o assassinato da chefe.
Ficou inédito nos nossos cinemas esse engenhoso suspense psicológico, rodado em 2010 e lançado somente dois anos depois em DVD no Brasil.
Um embate sofisticado entre duas mulheres ambiciosas, a executiva perversa e sua assistente, passível de todo tipo de assédio moral. Porém, na metade da história, há um novo rumo, quando a chefe inicia um jogo com a subordinada, de seduções, que não terá final feliz. Há um estranho clima homoerótico, de olhares e insinuações, nada explícito. Diferente, parece, do que Brian De Palma fez em “Passion”, sua versão de “Crime de amor”, também rodada na França, e que traz na capa as atrizes Rachel McAdams e Noomi Rapace se beijando na boca. O filme, indicado ao Leão de Ouro em Veneza em 2012, estreia na próxima semana na Europa.
Bom, voltando a “Crime de amor”, o suspense se sustenta pela presença sempre marcante (e elegante) da premiada atriz Kristin Scott Thomas, como a vilã fria e inescrupulosa. Infelizmente pouco podemos esperar da outra atriz, Ludivine Sagnier, revelada em “Swimming Pool – À beira da piscina” (2003), outra obra francesa de nuances homossexuais; ela não segura o papel, sempre com cara de desconfiada, perdida.
Com resoluções macabras e final ambíguo, “Crime de amor” sem dúvida é uma fita européia bem planejada, que merece uma atenção – ainda mais porque a refilmagem vem aí, e não sabemos como vai ser, já que De Palma anda numa maré de azar, com filmes fracassados.
Último filme do diretor Alain Corneau, falecido em 2010, que detém pelo menos duas obras sofisticadas no currículo, ambas com o amigo Gérard Depardieu no elenco: “Todas as manhãs do mundo” (1991) e “Forte Saganne” (1984). Por Felipe Brida
Crime de amor (Crime d’amour). França, 2010, 106 min. Suspense/Drama. Dirigido por Alain Corneau. Distribuição: California
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