terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Morre o ator brasileiro Luiz Baccelli


Faleceu ontem o ator e diretor de teatro paulistano Luiz Baccelli, aos 69 anos. Ele estava com câncer e sofreu uma parada cardíaca.
Completou 40 anos de carreira, dedicada ao teatro e à TV. Iniciou-se nos anos 60, no Grupo de Teatro Macunaíma, dirigindo e atuando em diversas peças.
Na TV, trabalhou em novelas da Globo, dentre elas Top model, O rei do gado, Esperança, Laços de família (foto abaixo), Celebridades, Araguaia, Caminho das Índias, A favorita e Aquele beijo, e recentemente começou a fazer cinema (seu único trabalho, e também o último da carreira, foi o drama "E a vida continua", de 2012). Por Felipe Brida

Especial sobre cinema


Considerações sobre o Oscar 2013

Para encerrar o assunto "Oscar", minha opinião sobre a noite de domingo.
A Academia, de uns poucos anos para cá, pulveriza bem os prêmios. Não existe mais lógica dar oito, nove, dez estatuetas para o mesmo filme, mesmo que merecido. Divide-se o bolo, uma fatia para cada um. Lembremos de "O discurso do rei", em 2011, que ganhou quatro, incluindo melhor filme e diretor, e em 2012, "O artista", cinco, também de filme e diretor.
"Argo" acaba de receber três, incluindo o grande da noite, melhor filme, mas não o de diretor, que foi para Ang Lee. A famigerada dobradinha, filme-diretor, caiu por terra. Pode ser um sinal para uma nova mentalidade da Academia. E todas as produções, ontem, levaram pelo menos um, para motivo de comemoração: As aventuras de Pi, Django livre, A hora mais escura, Amor, O lado bom da vida, Lincoln e Os miseráveis. E até os com menos indicações, como Anna Karenina e 007 - Operação Skyfall, ganharam algo.
Por fim, considero "Argo" um filme digno, de uma história muito intensa e curiosa, porém não daria a Ben Affleck o melhor do ano não. Mas de uma coisa fico satisfeito: tivemos um pouco para todos. Quem sabe isto se repita em 2014, 2015, 2016 etc. Por Felipe Brida

Especial sobre cinema


Oscar 2013: Argo ganha melhor filme

O drama Argo, baseado em uma incrível história real, foi o grande vencedor do Oscar na noite de domingo. A produção, dirigida e protagonizada por Ben Affleck, recebeu o prêmio de melhor filme e também os de melhor roteiro adaptado e edição. Três, dos sete que disputou. Ben Affleck subiu ao palco para receber a estatueta (foto abaixo).
Em número de Oscar, “As aventuras de Pi” saiu-se o vitorioso: quatro no total, nas categorias melhor diretor (Ang Lee), fotografia, efeitos visuais e trilha sonora (Mychael Danna). É o segundo prêmio que o chinês Ang Lee leva da Academia; em 2006 ganhara como diretor por “O segredo de Brokeback Mountain”, e cinco anos antes, indicado por “O tigre e o dragão”.
O favorito da edição 2013 do Oscar, o biográfico “Lincoln”, sobre a vida do presidente americano assassinado, ganhou apenas dois das 12 indicações: melhor direção de arte e ator, para o soberbo Daniel Day-Lewis, que agora entrou na lista dos mais premiados pela Academia (três ao todo, igualando-se a Jack Nicholson, Meryl Streep e ao falecido Walter Brennan).
O longo musical “Os miseráveis”, baseado no romance de Victor Hugo, também era um dos grandes da noite, cogitado ao prêmio de melhor filme. Concorreu em oito categoriais, mas levou apenas três: melhor atriz coadjuvante (Anne Hathaway), edição de som e maquiagem.
O Oscar 2013 trouxe fatos raros: duas produções empataram na categoria edição de som (“A hora mais escura” e “007 – Operação Skyfall”) e um mesmo ator ganhou seu segundo Oscar num filme do mesmo diretor – o austríaco Christoph Waltz, como coadjuvante, dirigido por Quentin Tarantino (em 2010 por “Bastardos inglórios” e agora por “Django livre”).
A entrega do Oscar teve início às 22h30 de domingo, com término às 2h15 (horário de Brasília), e ocorreu no Dolby Theater (antigo Kodak Theater), em Los Angeles.
Confira todos os vencedores, abaixo. Por Felipe Brida




Filme

"Argo"

Diretor

Ang Lee ("As aventuras de Pi")

Ator

Daniel Day-Lewis ("Lincoln")

Atriz

Jennifer Lawrence ("O lado bom da vida")

Ator coadjuvante

Christoph Waltz ("Django livre")

Atriz coadjuvante

Anne Hathaway ("Os miseráveis")

Filme estrangeiro

"Amor" (Áustria)

Roteiro original

Quentin Tarantino ("Django livre")

Roteiro adaptado

Chris Terrio ("Argo")

Animação

"Valente"

Fotografia

"As aventuras de Pi"

Edição

"Argo"

Trilha sonora original

Mychael Danna ("As aventuras de Pi")

Canção original

"Skyfall", de "007 - Operação Skyfall"

Efeitos visuais

"As aventuras de Pi"

Edição de som

"A hora mais escura"
"007 – Operação Skyfall"

Mixagem de som

"Os miseráveis"

Figurino

"Anna Karenina"

Direção de arte

"Lincoln"

Maquiagem

"Os miseráveis"

Documentário em longa-metragem

"Searching for a sugar man"

Documentário em curta-metragem

"Inocente"

Curta-metragem

"Curfew"

Curta-metragem de animação

"Paperman"


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Morre o ator Lou Myers



Faleceu no último dia 19 o ator americano Lou Myers, aos 77 anos. A notícia foi divulgada pela imprensa apenas anteontem.Famoso coadjuvante, participou de mais de 30 filmes e esteve em dezenas de seriados dos anos 80 e 90.Dentre as produções para cinema, atuou em Cobb - A lenda (1994), Paixões na floresta (1995), O jogo da paixão (1996), Volcano - A fúria (1997), Politicamente incorreto (1998), O casamento dos meus sonhos (2001), Resistindo às tentações (2003) e Se enlouquecer, não se apaixone (2010). Por Felipe Brida

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Especial de cinema


Oscar 2013: premiação é no domingo!

A 85ª cerimônia de entrega do Oscar será realizada nesse domingo (dia 24), no Dolby Theater (antigo Kodak Theater), em Los Angeles, a partir das 20h30 (horário de Brasília). No Brasil, haverá a transmissão do evento pelos canais TNT e Rede Globo.
O drama biográfico “Lincoln”, sobre a vida do presidente americano assassinado, lidera as indicações, em 12 categoriais, incluindo melhor filme, diretor (Steven Spielberg) e ator (Daniel Day-Lewis). Já o drama com toques de fantasia e misticismo “As aventuras de Pi” vem em seguida, com 11 nomeações.
As curiosidades da edição de 2013: a atriz mirim Quvenzhané Wallis, de apenas nove anos, concorre na categoria de melhor atriz por “Indomável sonhadora”, enquanto a francesa Emmanuelle Riva, de 85, como melhor atriz por “Amor” – uma das mais velhas a concorrer.






Confira abaixo a lista completa dos indicados ao Oscar 2013.

Filme
"Indomável sonhadora"
"O lado bom da vida"
"A hora mais escura"
"Lincoln"
"Os Miseráveis"
"As aventuras de Pi"
"Amor"
"Django livre"
"Argo"

Diretor
Michael Haneke ("Amor")
Benh Zeitlin ("Indomável sonhadora")
Ang Lee ("As aventuras de Pi")
Steven Spielberg ("Lincoln")
David O. Russell ("O lado bom da vida)

Ator
Daniel Day-Lewis ("Lincoln")
Denzel Washington ("O voo")
Hugh Jackman ("Os miseráveis")
Bradley Cooper ("O lado bom da vida")
Joaquin Phoenix ("O mestre")

Atriz
Naomi Watts ("O impossível")
Jessica Chastain ("A hora mais escura")
Jennifer Lawrence ("O lado bom da vida")
Emmanuelle Riva ("Amor")
Quvenzhané Wallis ("Indomável sonhadora")

Ator coadjuvante
Christoph Waltz ("Django livre")
Philip Seymour-Hoffman ("O mestre")
Robert De Niro ("O lado bom da vida")
Tommy Lee Jones ("Lincoln")
Alan Arkin ("Argo")

Atriz coadjuvante
Sally Field ("Lincoln")
Anne Hathaway ("Os miseráveis")
Jacki Weaver ("O lado bom da vida")
Helen Hunt ("As sessões")
Amy Adams ("O mestre")

Filme estrangeiro
"Amor" (Áustria)
"No" (Chile)
"War witch" (Canadá)
"O amante da rainha" (Dinamarca)
"Kon-tiki" (Noruega)

Roteiro original
Michael Haneke ("Amor")
Quentin Tarantino ("Django livre")
John Gatins ("O voo")
Wes Anderson e Roman Coppola ("Moonrise kingdom")
Mark Boal ("A hora mais escura")

Roteiro adaptado
Chris Terrio ("Argo")
Lucy Alibar e Benh Zeitlin ("Indomável sonhadora")
David Magee ("As aventuras de Pi")
Tony Kushner ("Lincoln")
David O. Russell ("O lado bom da vida")

Animação
"Valente"
"Frankenweenie"
"ParaNorman"
"Piratas pirados!"
"Detona Ralph"

Fotografia
"Anna Karenina"
"Django livre"
"As aventuras de Pi"
"Lincoln"
"007 – Operação Skyfall"

Edição
"Argo"
"A vida de Pi"
"Lincoln"
"A hora mais escura"
"O lado bom da vida"

Trilha sonora original
Dario Marianelli ("Anna Karenina")
Alexandre Desplat ("Argo")
Mychael Danna ("As aventuras de Pi")
John Williams ("Lincoln")
Thomas Newman ("007 – Operação Skyfall")

Canção original
"Before my time", de "Chasing ice"
"Everybody needs a best friend", de "Ted"
"Pi's lullaby", de "As aventuras de Pi”
"Skyfall", de "007 - Operação Skyfall"
"Suddenly", de "Os miseráveis"

Efeitos visuais
"O hobbit: Uma jornada inesperada"
"As aventuras de Pi"
"Os vingadores"
"Prometheus"
"Branca de Neve e o caçador"

Edição de som
"Argo"
"Django livre"
"As aventuras de Pi"
"A hora mais escura"
"007 – Operação Skyfall"

Mixagem de som
"Argo"
"Os miseráveis"
"As aventuras de Pi"
"Lincoln"
"007 – Operação Skyfall"

Figurino
"Anna Karenina"
"Os miseráveis"
"Lincoln"
"Espelho, espelho meu"
"Branca de Neve e o caçador"

Direção de arte
"Anna Karenina"
"O hobbit: Uma jornada inesperada"
"Os miseráveis"
"A vida de Pi"
"Lincoln"

Maquiagem
"Hitchcock"
"Os miseráveis"
"O hobbit: Uma jornada inesperada"

Documentário em longa-metragem
"5 broken cameras"
"The gatekeepers"
"How to survive a plague"
"The invisible war"
"Searching for a sugar man"

Documentário em curta-metragem
"Inocente"
"Kings point"
"Mondays at Racine"
"Open heart"
"Redemption"

Curta-metragem
"Asad"
"Buzkashi boys"
"Curfew"
"Death of a shadow (doos van een schaduw)"
"Henry"

Curta-metragem de animação
"Adam and dog"
"Fresh guacamole"
"Head over heels"
"Maggie Simpson in 'The Longest Daycare'"
"Paperman"

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cine Lançamento



Frankenweenie

O garoto Victor (voz de Charlie Tahan) perde seu cãozinho de estimação, Sparky, em um atropelamento. Triste com a morte, ele resolve ressuscitar o animal por meio de um experimento científico com eletricidade. Sparky retorna à vida, causando alvoroço no bairro e inúmeras peripécias.

Nova animação dark de Tim Burton sobre mortos-vivos (antes havia dirigido “A noiva cadáver”), idealizado a partir de um média-metragem do diretor, de mesmo título, lançado em 1984. Pouca gente viu o original dele, que era bem artesanal e nem chegou a ser exibido no Brasil. Então resta ao grande público conhecer essa pequena jóia de Burton, um cineasta especializado na estética do bizarro e do sombrio.
Rodado em preto-e-branco, o que de imediato causará rejeição por parte das pessoas, “Frankenweenie” faz claras referências a clássicos de terror dos anos 30 e 40, em especial os da Universal. A menção direta é a “Frankenstein” e “A noiva de Frankenstein”.
Na verdade, a história é de um Victor Frankenstein garotinho, que em vez de ressuscitar um bandido juntando membros de outros cadáveres, dá vida ao seu cão de estimação que morrera atropelado. Por ser um conhecedor de Física e Química e criar experimentos no fundo de casa, consegue, com resultado extraordinário, o sonho de dar vida ao bichinho falecido, tendo-o novamente ao seu lado. Mesmo que ele esteja com aspecto pálido, com a carne podre, com marcas e incisões e a cabeça costurada, algo que causará um susto na cidade. Os amiguinhos de classe de Victor tentam imitá-lo, ressuscitando seus animaizinhos que morreram (sapo, tartaruga), com conseqüências desastrosas.
Uma aventura emocionante, que dificilmente encontrará público. Crianças acharão entediante por ser PB e pelas figuras estranhas, deformadas, tipicamente expressionistas. Acredito que jovens e adultos curtirão mais as criaturas, a trama original e as referências metalingüísticas.
Consegue divertir e causar leves sustos. Enfim, um exercício de estética para poucos, inovador e que resulta numa inteligente brincadeira no mundo do terror. Distribuído no mercado pela Disney, que não costuma promover fitas sombrias, conta ainda com as vozes de nomes famosos do cinema, como Catherine O’Hara, Martin Short, Martin Landau, Winona Ryder e Christopher Lee. Já em DVD. Por Felipe Brida

Frankenweenie (Idem). EUA, 2012, 87 min. Animação. Dirigido por Tim Burton. Distribuição: Walt Disney

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cine Lançamento




Ted

Desde pequeno, John Bennett (Mark Wahlberg) tem, como melhor amigo, seu ursinho de pelúcia Ted (voz de Seth MacFarlane), que fala sozinho e apronta mil e uma. Fãs de Flash Gordon, os dois divertem-se à beça como freqüentadores assíduos de festas regadas a bebida. Porém a vida de exageros faz com que a namorada de Bennett, Lori (Mila Kunis), afaste-se dele, até que o rapaz escolha entre ela e o urso Ted.

Produzido e dirigido pelo criador do seriado animado “Uma família da pesada”, Seth MacFarlane, “Ted” tornou-se popular nos cinemas americanos por ser uma comédia escrachada, politicamente incorreta, conduzida a todo vapor pelo anárquico ursinho de pelúcia nem um pouco meigo, que fala palavrões, fuma maconha, bebe até falar chega e adora uma festinha com belas mulheres. Não tem nada de Teddy Bear carinhoso, amiguinho das crianças. Pelo contrário, debochado, gozador, por vezes arrogante. Ou eja, o filme tem falsa aparência de ser infantil, mas cuidado: é para jovens e adultos, e teve uma rigorosa classificação indicativa nos EUA e no Brasil.
Começa como uma história alegre de fim de ano, com um garoto (John Bennett) vendo seu desejo de natal ser realizado, no caso o ursinho Ted ganhar vida, para assim ser seu amigo eternamente.
O bichinho fala, come sozinho, brinca, e com o passar do tempo, envelhece. É o ponto de partida dessa brincadeira de humor perigoso; de um lado Ted com seus quase 30 anos e do outro, seu dono, o John Bennett crescido (papel de Mark Wahlberg, melhor do que de costume). Pela vida de aventuras dos dois amigos inseparáveis, a namorada de Bennett, Lori, se cansa, e é quando a história fica em cima de conflitos pessoais, entre o casal e o bendito urso. Da metade para o fim uma aventura de perseguição invade a trama, quando entra em cena Giovanni Ribisi como um bandido com trejeitos gay que seqüestra Ted para presentear o filho gordinho desajeitado.
O ponto alto: o único efeito visual do filme, o ursinho Ted, criado com uma proeza de detalhes que chega a espantar, de tão perfeito. Merecia ser indicado ao Oscar na categoria – a comédia recebeu indicação como melhor canção esse ano (música “Everybody needs a best friend”).
Por mais que algumas piadas assustem pela grosseria, o resultado é divertido. E original, com certeza. Também faz referências engraçadas ao cinema, como a aparição dos atores Sam J. Jones (voltando ao passado brega de Flash Gordon) e Tom Skerritt, como ele mesmo. A cantora Norah Jones canta ao vivo e brinca com insinuações de sexo, e Patrick Stewart, de “Star Trek”, faz a narração off. Por Felipe Brida

Ted (Idem). EUA, 2012, 106 min. Comédia. Dirigido por Seth MacFarlane. Distribuição: Universal

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Resenha


Crime de amor

Executiva de uma multinacional na França, Christine (Kristin Scott Thomas) escraviza de forma cruel sua jovem secretária, Isabelle (Ludivine Sagnier). Ela então planeja o assassinato da chefe.

Ficou inédito nos nossos cinemas esse engenhoso suspense psicológico, rodado em 2010 e lançado somente dois anos depois em DVD no Brasil.
Um embate sofisticado entre duas mulheres ambiciosas, a executiva perversa e sua assistente, passível de todo tipo de assédio moral. Porém, na metade da história, há um novo rumo, quando a chefe inicia um jogo com a subordinada, de seduções, que não terá final feliz. Há um estranho clima homoerótico, de olhares e insinuações, nada explícito. Diferente, parece, do que Brian De Palma fez em “Passion”, sua versão de “Crime de amor”, também rodada na França, e que traz na capa as atrizes Rachel McAdams e Noomi Rapace se beijando na boca. O filme, indicado ao Leão de Ouro em Veneza em 2012, estreia na próxima semana na Europa.
Bom, voltando a “Crime de amor”, o suspense se sustenta pela presença sempre marcante (e elegante) da premiada atriz Kristin Scott Thomas, como a vilã fria e inescrupulosa. Infelizmente pouco podemos esperar da outra atriz, Ludivine Sagnier, revelada em “Swimming Pool – À beira da piscina” (2003), outra obra francesa de nuances homossexuais; ela não segura o papel, sempre com cara de desconfiada, perdida.
Com resoluções macabras e final ambíguo, “Crime de amor” sem dúvida é uma fita européia bem planejada, que merece uma atenção – ainda mais porque a refilmagem vem aí, e não sabemos como vai ser, já que De Palma anda numa maré de azar, com filmes fracassados.
Último filme do diretor Alain Corneau, falecido em 2010, que detém pelo menos duas obras sofisticadas no currículo, ambas com o amigo Gérard Depardieu no elenco: “Todas as manhãs do mundo” (1991) e “Forte Saganne” (1984). Por Felipe Brida

Crime de amor (Crime d’amour). França, 2010, 106 min. Suspense/Drama. Dirigido por Alain Corneau. Distribuição: California

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Morre o editor inglês Gerry Hambling



O editor de filmes Gerry Hambling, indicado a seis Oscars, morreu no último dia 5, porém somente ontem a família comunicou o falecimento à imprensa. Ele estava com 86 anos.
Nascido em 1926 na cidade de Croydon (Inglaterra), Hambling era parceiro de trabalho do diretor Alan Parker; juntos fizeram 14 filmes; em cinco deles Hambling recebeu indicação ao Oscar na categoria melhor montagem - "O expresso da meia-noite" (1978), "Fama" (1980), "Mississipi em chamas" (1988), "The Commitments - Loucos pela fama" (1991) e "Evita" (1996). As outras produções com Parker foram "Quando as metralhadoras cospem" (1976), "A chama que não se apaga/ Depois do amor" (1982), "Pink Floyd - The wall" (1982), "Asas da liberdade" (1984), "Coração satânico" (1987), "Bem-vindos ao paraíso" (1990), "O fantástico mundo do Dr. Kellogg" (1994), "As cinzas de Ângela" (1999) e "A vida de David Gale" (2003), seu último trabalho.
Hambling também foi indicado ao Oscar pela edição de "Em nome do pai" (1993).
Atuava como montador desde os anos 50, em sua filmografia constam também as produções "Corações explosivos" (1981), "Memórias de um espião" (1984), "Cidade da esperança" (1992), "Tormenta" (1996) e "O lutador" (1997). Por Felipe Brida

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Cine Lançamento




O legado Bourne

Tempos atrás, o agente Jason Bourne revelou ao mundo projetos sigilosos do governo americano, dentre eles o Treadstone e o Outcome, uma fórmula química que aumenta a inteligência e a força dos poucos que a detém. Novos agentes especiais, chefiados por Bryer (Edward Norton), iniciam um plano secreto para apagar os vestígios da Outcome, assassinando médicos e pessoas diretamente ligadas à empresa fabricante da poderosa fórmula. Quando desconfia que está sendo caçado, Aaron Cross (Jeremy Renner), atirador recrutado pela Treadstone, foge e consegue salvar a única sobrevivente da matança da corporação Outcome, a Dra. Martha (Rachel Weisz). Um terá de proteger o outro para escapar com vida das emboscadas do governo e da CIA.

Novo capítulo da cinessérie Bourne, precedido pelos exemplares “A identidade Bourne” (2002), “A supremacia Bourne” (2004) e “O ultimato Bourne” (2007), protagonizados por Matt Damon. Prejudicado pela trama confusa, difícil de acompanhar e que no final das contas faz pouco sentido, “O legado Bourne” reúne os principais elementos de espionagem do universo de Robert Ludlum, que serviu de inspiração para Tony Gilroy, o diretor, rodar seu terceiro longa. Gilroy conhecera a fundo o personagem Bourne porque escreveu o roteiro dos três filmes anteriores. Por ter adaptado os livros de Ludlum para o cinema, aguardava-se o mesmo impacto com esse projeto da franquia. Algo que ficou complexo demais para o público entender – repare que a sinopse, por mais que eu tenha tentado deixá-la objetiva, parecem códigos indecifráveis!
Bourne não aparece, apenas citam o nome dele na abertura. No lugar, surge um novo agente especial, um atirador treinado na mesma Treadstone, Aaron, interpretado pelo ator Jeremy Renner, em composição antipática, super séria, sem a fotogenia de Matt Damon. Perseguido nos confins do mundo, o protagonista escapa, descobre os planos do governo e da CIA e salva uma médica integrante da equipe que fabricou uma fórmula secreta para dar mais vitalidade aos agentes policiais, que vira também alvo número um junto com Aaron. E claro que o recheio do bolo está nas perseguições infernais, tiroteios, escapadas mirabolantes, no estilo sagaz de James Bond (sem o humor).
Até a metade quebramos a cabeça para sacar quem são os personagens e o teor das tramas de assassinato; a segunda parte melhora, com menos diálogos e altas doses de ação. E as peças do tétrico quebra-cabeça são vagarosamente montadas, mesmo com absurdos, rumando para um desfecho onde comprovamos que, em breve, um novo Bourne chegará aos cinemas!
Thriller de espionagem de alta complexidade, cansativo, que em nada acrescenta e deixa um vácuo na franquia. Conheça os anteriores. Por Felipe Brida

O legado Bourne (The Bourne legacy). EUA, 2012, 135 min. Ação. Dirigido por Tony Gilroy. Distribuição: Universal