segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cine Lançamento

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Direito de amar

Na década de 60, o professor de inglês George Falconer (Colin Firth) repentinamente vê-se em um beco sem saída após a trágica morte de seu amante de longa data em um acidente. Dilacerado, entra em depressão e tenta o suicídio. Recorrendo a lembranças, começa a questionar os valores de sua vida.

Estréia do estilista Tom Ford na direção, em um projeto digno e muito pessoal. Ele, como diretor, investiu dinheiro para rodar o filme, algo raro no cinema hoje. Adaptou a história do livro homônimo do inglês Christopher Isherwood (“A single man”, na tradução literal, “Um homem solteiro”) para fazer esse drama sensível sobre perda e dor, que arrecadou bons elogios da crítica e também do público.
O personagem central é um professor da Califórnia, interpretado por Colin Firth (em um papel humano, que lhe rendeu indicação ao Oscar de ator esse ano), que, ao ser informado da morte do namorado, em um acidente de carro na neve, desiste de viver. Dominado por uma tristeza profunda, ele não consegue lidar com a dor que diariamente, e de forma voraz, consome suas entranhas.
O filme se passa em 1962 e acompanha um dia na vida desse homem solitário de meia idade, que, devastado, recorre ao passado para a tentativa de um recomeço. Nessas 24 horas ele flerta com um aluno, conhece um garoto de programa atencioso e aproxima-se de uma amiga inglesa que pode auxiliá-lo com conselhos (Julianne Moore, cujo papel, curto, mas marcante, deu a ela indicação ao Globo de Ouro). Mas tudo é em vão, já que para Falconer nada substitui a presença física do amante com quem morou junto por 16 anos.
Propositalmente envelhecido, Colin Firth é brilhante. Contém-se a falar pouco, faz da expressão facial saltar a emoção pretendida. Um papel humano, muito digno, um trabalho excepcional desse ator inglês que se supera a cada novo projeto.
Rodado em apenas 20 dias, é um tanto quanto pesado pela forma como faz o público se aproximar do personagem, fazendo-o sentir o drama pessoal do professor. O final é triste, pra baixo, mas não tira a delicadeza e a coerência desse bom filme, lançado no Brasil com um horrível título em português, de novela da Globo. Assista, porém preparado! Por Felipe Brida

Título original: A single man
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode
Direção: Tom Ford
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Distribuição: Paris Filmes

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