domingo, 31 de maio de 2009

Cine Lançamento


Quilômetro zero


Na guerra Irã-Iraque, o soldado curdo Ako (Nazmi Kirik) é incumbido de escoltar o corpo de um homem até os familiares. Na viagem cheia de percalços, Ako irá se aproximar do regime autoritário de Saddam Hussein e, com isso, fará uma autoreflexão de sua vida.

Concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 2005 esse estranho road movie tragicômico dirigido pelo curdo-iraquiano Hiner Saleem, hoje radicado na França. O diretor rodou o projeto na região iraquiana do Curdistão, após a queda (e não a morte) de Saddam Hussein, entre os anos de 2004 e 2005. No fundo, Saleem opta em contar a história de vida do seu povo, o maior sem etnia do mundo, com mais de 25 milhões de pessoas organizadas em grupos, utilizando-se da comédia disfarçada, cinismo afiado e toques de humor negro, o que nem sempre caem bem.
Vemos aqui um pequeno retrato contextualizado que resgata, sem maior profundidade, o sufoco do povo curdo antes e depois da matança organizada por Hussein. Tudo é mostrado a partir do ponto de vista do soldado Ako, que leva o corpo de um homem até a cidade onde vivia com a família. Em meio àquela região conflitante, Ako será perseguido literalmente pela figura de Saddam; o monumento derrubado do ditador, a grande sacada do filme, lança o forte sentido de que o poder do tirano ainda tem forças no país.
Só que a fita não é grande coisa. O resultado fica prejudicado pela narrativa confusa e fragmentada, cheia de cortes de cenas abruptos. Falta um sentido mais exato e coeso na composição dos personagens e do próprio roteiro, destoante em meio a uma miscelânea de subgêneros.
“Quilômetro zero” tem quatro anos e só agora é distribuído em DVD no Brasil, pela Europa Filmes. Não confundir com a comédia dramática espanhola “Km. 0” (2000). Por Felipe Brida

Título original: Kilomètre zéro
País/Ano: França/ Iraque/ Finlândia, 2005
Elenco: Nazmi Kirik, Eyam Ekrem, Belcim Bilgin, Ehmed Qeladizeni, Nezar Selami.
Direção: Hiner Saleem
Gênero: Comédia dramática
Duração: 86 min.
Lançamento: Segunda quinzena de abril
Distribuidora: Europa Filmes
Site oficial: não tem


Appaloosa – Uma cidade sem lei

Pistoleiros, Virgil Cole (Ed Harris) e Everett Hitch (Viggo Mortensen) são contratados para colocar ordem na pequena cidade de Appaloosa, no oeste americano. O lugar é controlado pelo rancheiro Randall Bragg (Jeremy Irons), matador inescrupuloso que vive cercado por sua quadrilha de atiradores. Lá os dois amigos tentarão livrar a cidade das mãos do rancheiro, enquanto se apaixonam pela mesma mulher, a viúva Allisson French (Renée Zellweger).

Faroeste classe A dirigido pelo ator Ed Harris, que demonstra talento finesse nesse seu segundo filme como diretor (o primeiro foi o drama biográfico “Pollock”). Teve pouca repercussão esse competente western, um dos melhores produzidos nos últimos anos – e não há muitos exemplos para destacar, já que o gênero saiu de moda há tempos e só agora está sendo retomando por alguns cineastas insistentes.
A dupla central de pistoleiros, Virgil e Everett, lembra os matadores silenciosos de Clint Eastwood. Preferem as armas empunhadas a dar sermões. Atiram sem dó e não pensam duas vezes em eliminar aqueles que importunam a paz no vilarejo de Appaloosa. Ou seja, Ed Harris e Viggo Mortensen interpretam dois anti-heróis nem um pouco simpáticos. A partir da metade da fita, com o aparecimento da charmosa viúva Allison, a relação entre os personagens principais será abalada quando disputam o mesmo interesse romântico. Mas isto não irá impedi-los de terminar um trato, que é o de prender o rancheiro sanguinário e sua trupe.
O bom elenco e a fotografia esmaecida ajudam no resultado. Pena que a narrativa seja lenta e caia um pouco na parte final cujo desfecho não tem clímax. Ainda assim é recomendado para os fãs desse gênero morto.
Não tem qualquer relação com o western “Sangue em sonora” (1966), cujo título original é “The Appaloosa”, estrelado por Marlon Brando. Por Felipe Brida


Título original: Appaloosa
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Ed Harris, Viggo Mortensen, Jeremy Irons, Renée Zellweger, Timothy Spall, Robert Jauregui, Tom Bower, Lance Henriksen, Timothy V. Murphy.
Direção: Ed Harris
Gênero: Faroeste
Duração: 114 min.
Lançamento: Primeira quinzena de abril
Distribuidora: Warner Bros/ New Line/ Playarte
Site oficial: http://www.welcometoappaloosa.com/

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Especiais sobre cinema


Lançamentos em DVD



Felipe Brida

Em DVD, dois filmes de drama chegam às locadoras nessa semana.
O lutador conta a história do lutador de wrestler Randy “Carneiro” Robinson (Mickey Rourke) que, após sofrer um infarto e ser submetido a uma cirurgia cardíaca, afasta-se dos ringues. Solitário, nutre paixões pela stripper Cassidy (Marisa Tomei) e tenta se reconciliar com a filha problemática. Trabalhando em um mercado local, Randy não desiste de um dia voltar às violentas lutas que tanto o consagraram. Violento e por vezes melancólico, o filme, dirigido por Darren Aronofsky, recebeu duas indicações ao Oscar esse ano, nas categorias ator (Rourke) e atriz coadjuvante (Tomei). Ainda foi premiado no Festival de Veneza e no Globo de Ouro. É um retorno interessante do ator freaky Mickey Rourke ao cinema. Para quem não sabe, o personagem de Randy tem ligação com a trajetória de Rourke: o ator, por ter sido lutador profissional de luta livre nos anos 90, teve sérias lesões faciais. Submetido a inúmeras plásticas de reparação, seu rosto está tão deformado que parece efeitos de maquiagem.
Outro lançamento da semana é a fita inglesa Quando você viu seu pai pela última vez?. O escritor Blake Morrison (Colin Firth) nunca teve boa relação com o pai, o médico Arthur Morrison (Jim Broadbent), pessoa de temperamento difícil. Quando descobre que o pai está com uma doença terminal, passa a cuidar dele. Nessa nova vida, Blake terá de enfrentar os fantasmas do passado. Bem produzido, este drama singelo traz uma história singular e mensagem positiva sobre reconciliação. Vale uma sessão!


Músicas em DVD

A Biscoito Fino lança esse mês dois DVDs especiais de música. No primeiro deles o compositor e violonista carioca Guinga se junta ao clarinetista Paulo Sérgio Santos em gravação inédita do disco intitulado “Saudade do Cordão”. A parceria evoca músicas de marcha-rancho, gravadas em estúdio. Disponível também em CD.
A outra novidade é o DVD “Ivan Lins”, pela coleção MPB Especial. Gravado em 1974 na TV Cultura, o cantor e compositor, no início da carreira, fala sobre a musicalidade no Brasil, conta fatos curiosos e pessoais e ainda dá palhinhas com o seu cantar.
E também nesse mês a Universal Music lança o novo trabalho de Jair Rodrigues, “Jair – Festa para um rei negro”, em comemoração aos 70 anos de vida e 50 de carreira do famoso cantor negro. O show, gravado esse ano, traz a participação de Alcione, Pelé, Simoninha, Jorge Aragão e outros. Encomende o seu nas melhores lojas de DVD e música.


Coleção Joaquim Pedro de Andrade

O cineasta brasileiro Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988; foto) ganha uma coleção superespecial pela Videofilmes. A obra completa do diretor sai em DVD; ao todo são seis longas e oito curtas-metragens. “Garrincha – Alegria do povo” (1963), “O padre e a moça” (1965), “Macunaíma” (1969), “Os inconfidentes” (1972), “Guerra conjugal” (1975) e “O homem do pau Brasil” (1981) são os filmes que compõe a caixa, todos eles com material extra, como documentários e entrevistas, e um material impresso. De humor rascante e compenetrado nas raízes da cultura brasileira, Andrade foi um dos nomes de destaque do cinema nacional. Casado com a atriz Cristina Aché, morreu aos 56 anos vítima de um câncer de pulmão. As obras do diretor também podem ser adquiridas separadamente e estão disponíveis nas melhores lojas especializadas em DVD.


A justiceira Malu Mader

Sucesso de público em 1997, a microssérie policial “A justiceira” chega em DVD com seus 12 capítulos, exibidos pela Rede Globo. Na pele da agente policial Diana, Malu Mader encarna uma mulher determinada a resgatar seu filho pequeno, seqüestrado por uma quadrilha de perigosos bandidos. Com a ajuda de quatro policiais integrantes de uma organização internacional, ela terá de, ao mesmo tempo, combater o crime. A série vem em três DVDs, distribuída pela Som Livre.
Outro lançamento da semana são os melhores episódios do especial “Casos e acasos”, compilados em um DVD. O programa, exibido às quintas-feiras pela Globo em 2008, traz, a cada episódio, três histórias diferentes que acabam se cruzando em um final surpreendente. Fique de olho!


(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 29/05/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cine Lançamento


O pastor

O pastor aposentado Armstrong Cane (Ving Rhames) sai da prisão após cumprir pena por homicídio. Disposto a mudar de vida, retorna ao bairro onde cresceu e acaba assumindo a igreja antes comandada pelo seu pai. Lá inicia um trabalho social com o objetivo de auxiliar a comunidade no combate ao tráfico de drogas e passa a ajudar um jovem que está envolvido com o crime.

Produzido pela mesma equipe de “Deixados para trás”, aquela discutível série de filmes que mistura ficção e religião, “O pastor” é uma daquelas fitinhas modestas desconhecidas que chegam direto em vídeo para angariar um mercado consumidor específico. Nesse caso, o público familiarizado com temáticas religiosas embasadas em pregações evangélicas. Por isso, nem todos irão gostar.
Ving Rhames assume o papel de um pastor preso por homicídio que sai da cadeia após cumprir pena de 15 anos. Como ato de redenção, decide ajudar a comunidade carente e martirizada pela violência do bairro onde viveu desde a infância. Ao conhecer um rapaz envolvido com bandidos, encarrega-se da difícil missão de retirá-lo do mundo da criminalidade. É ponto final. Contada de forma simples, a história fala muito em salvação e não tem momentos gloriosos ou mesmo surpresas. Sinto falta de consistência, emoção, vida. Bem que o pastor poderia encarar com mais seriedade os fantasmas do passado.
O maior problema está na produção superficial, chocha. As situações são previsíveis, a fotografia escura atrapalha, e os personagens são estereotipados – além do elenco fraco. Como se pode imaginar, o cunho do filme é moralista, com mensagens positivas.
Rodado no Canadá, “O pastor” tem final dúbio. Descarte. Por Felipe Brida

Título original: Saving God
País/Ano: Canadá, 2008
Elenco: Ving Rhames, Dean McDermott, Ricardo Chavira, Dwain Murphy, Genelle Williams.
Direção: Duane Crichton
Gênero: Drama
Duração: 101 min.
Lançamento: Segunda quinzena de abril
Distribuidora: Paramount
Site oficial: http://www.savinggodmovie.com/

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Especiais sobre cinema


Lançamentos em DVD


Felipe Brida

Uma variedade de filmes chega às locadores para esquentar o final de semana.
Bem recebido nas bilheterias brasileiras, o drama Sete vidas mostra a estranha trajetória de funcionário da Receita Federal Ben Thomas (Will Smith), jovem decidido a ajudar sete pessoas desconhecidas, cuja intenção é a de mudar a vida delas. Construído em torno de uma mensagem de otimismo e perseverança, o filme demora a começar, é simples e não desagrada, graças ao trabalho de Smith, que esbanja talento em dramas. Esta é a segunda parceira do ator com o diretor Gabriele Muccino, de “À procura da felicidade”.
A Europa Filmes lança em edição especial em DVD duplo o premiado filme brasileiro Estômago. Divertido e inteligente, o filme é a história de Raimundo Nonato (João Miguel), homem simples que sai do Nordeste para tentar a vida em São Paulo. Cozinheiro em um boteco, tem bons dotes culinários. Por causa dessa especialidade, é convidado para atuar na cozinha de um notório restaurante italiano. Após um caso com uma prostituta, Nonato vai preso acusado de um crime sem precedentes.
Drama com tom de humor negro, a fita é toda contada em flashbacks. Altamente recomendado!
E pela Europa saem também dois filmes europeus, que chegam com atraso no Brasil. Na comédia canadense, em língua francesa, Instintos primitivos, três amigos encaram o tema da paternidade. Um deles acabou de ser pai; o outro terá um filho em breve; e o último, morre só de pensar em se casar. Poderão eles viver sem enfrentar a realidade?
E por fim tem a fita francesa Quilômetro zero, a história de um soldado curdo que tem de escoltar o corpo de um homem morto na guerra do Iraque. Em meio a uma viagem cheia de surpresas, o soldado estará próximo aos maus tratos de Saddam Hussein contra os povos curdos. Boa sessão!

O censurado Pasolini e o épico de Bertolucci

Aos fãs de cinema de arte europeu aqui vão os lançamentos da semana. Obra-prima de Bernardo Bertolucci, 1900 é um épico de drama e guerra lançado em 1976, que faz uma retrospectiva da Itália nas quatro primeiras décadas do século XX. Os momentos históricos são vividos por dois amigos de classes sociais diferentes: Olmo (Gérard Depardieu), filho de camponeses, e Alfredo (Robert De Niro), herdeiro de uma família de latifundiários. A boa notícia é que o filme sai em versão integral nunca antes exibido no Brasil; são dois DVDs, totalizando cinco horas e meia de duração! Parabéns à distribuidora Cinemax pelo trabalho.
E também pela Cinemax é lançado Salò ou Os 120 dias de Sodoma (1975), um dos projetos mais desconfortantes e estranhos do cinema, dirigido com selvageria pelo polêmico cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. Em um palácio na província de Saló controlada pelos nazistas em 1944, quatro magnatas reúnem um grupo de jovens que serão submetidos a torturas e orgias. A intenção dos poderosos homens é vivenciar o ambiente de acordo com os “círculos” recriados por Sade e Alighieri, que envolvem sangue, barbárie, sexo e manias. Censurado em vários países, inclusive no Brasil, o filme sai na versão de cinema, aonde foram cortados 30 minutos da original.

Seriados e minisséries

A Versátil lança esse mês a minissérie européia Os Miseráveis em uma caixa com dois DVDs. Baseada no romance de Victor Hugo, a obra conta a trajetória do ex-presidiário Jean Valjean, que procura levar uma vida honesta e trabalhadora. Fora da cadeia, passa a ser perseguido por um frio inspetor que acredita na seguinte teoria: um bandido sempre será um bandido. Uma análise profunda sobre comportamentos sociais e preconceitos. Lançada na TV em 2000, a versão tem seis horas de duração e traz um elenco de grandes nomes do cinema, como Gérard Depardieu, Christian Clavier, John Malkovich, Asia Argento e Jeanne Moreau.
Na linha de seriados sai pela Walt Disney a terceira temporada de Ghost whisperer, aonde a jovem Melinda enfrentará novos desafios em sua comunicação com espíritos. E a Warner lança novos episódios de crimes e mistério com a durona investigadora Brenda Johnson na quarta temporada de The closer – Divisão criminal.

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 22/05/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cine Lançamento


Ghost town – Um espírito atrás de mim

Dr. Bertram Pincus (Rick Gervais) é um dentista que sofre um infarto e morre por sete minutos. De forma milagrosa, ressuscita e descobre um novo dom: o contato direto com espíritos. Almas de todos os tipos requisitam a ajuda dele e passam a persegui-lo. Dentre os fantasmas está Frank (Greg Kinnear), que pretende impedir com que a esposa Gwen (Téa Leoni) se case com o novo namorado.

Modesta comédia canadense com sacadas de humor inglês, ou seja, piadas sem graça inseridas no diálogo, “Ghost town” não fez sucesso lá fora e veio direto em DVD no Brasil.
A história gira no mesmo círculo, esgotando-se rapidamente. Confusões repetitivas e toques românticos sutis tornam o filme apenas passageiro, sem alcançar vôos maiores. O elenco, que inclui o indicado ao Oscar Greg Kinnear e o premiado em séries Rick Gervais, é mediano, e não há entre os personagens masculinos centrais um que seja realmente engraçado ou com características humanas. Se você assistir sem senso crítico, até poderá acompanhar o inferno astral vivido pelo dentista encurralado por fantasmas sofredores. Todavia fica o alerta: não espere muito.
O subtítulo em português remete à uma comédia de ideia parecida, no entanto melhor que esta, “Um espírito baixou em mim” (1984), protagonizada por Steve Martin.
Especialista em fitas de suspense, o diretor David Koepp teve seus momentos-chave no assustador “Ecos do além” (1999) e até no repeteco “A janela secreta” (2004). Por Felipe Brida

Título original: Ghost town
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Rick Gervais, Greg Kinnear, Téa Leoni, Jordan Carlos.
Direção: David Koepp
Gênero: Comédia
Duração: 102 min.
Lançamento: Segunda quinzena de abril
Distribuidora: Paramount Pictures
Site oficial: www.ghosttownmovie.com/#/home

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Especiais sobre cinema

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Lançamentos em DVD

Felipe Brida

O fim de semana bate e com ele três lançamentos invadem as locadoras. Tem filmes para todos os gostos. Um para relaxar com os filhos, outro nervoso para o público masculino e ainda um drama para os mais sensíveis.
Premiado com o Oscar de melhor atriz (Kate Winslet), O leitor conta a história de Hannah Schmitz (Kate), mulher madura que, após se envolver com um rapaz mais novo durante a Alemanha pós-Segunda Guerra, desaparece misteriosamente. Oito anos depois o rapaz, agora estudante de Direito, reencontra Hannah em um julgamento de crimes cometidos por nazistas. Prestigiada, a produção recebeu quatro outras indicações ao Oscar: filme, diretor, roteiro adaptado e fotografia.
Em Força policial, o assassinato de quatro policiais desencadeia uma turbulenta investigação em Nova York. Para resolver o caso, o policial Ray (Edward Norton) vai a fundo em busca da verdade. O que parecia ser uma desastrosa ação de desmembramento de uma quadrilha de drogas ganha rumos assustadores. Fita policial violenta que retrata a corrupção policial numa das maiores cidades do mundo.
Com indicação ao Oscar de animação esse ano, Bolt – Supercão é a mais nova produção da Disney/Pixar, voltada para toda a família. Estrela de filmes de aventura, Bolt, um cão branco e brincalhão, acredita que sua parceira de filmes, a garota Penny, fora raptada por bandidos. Com a ajuda de novos amigos, dentre eles uma gata melindrosa e um hamster engaiolado, Bolt cruza os EUA de cabo a rabo em busca da companheira. Bom divertimento!


Cinema independente


Duas produções independentes brasileiras chegam em DVD essa semana pela Original Video. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri popular na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, “Quart4 B” é uma comédia dramática inteligente e ao mesmo histérica, que mexe com tabus. Em uma reunião de pais, diretores de uma escola procuram saber qual estudante da quarta série B trouxe um tijolo de maconha para dentro da instituição de ensino. Em meio à contestação e bate-boca, o grupo tentará resolver a situação da melhor maneira possível. Mas de que jeito?
Já o documentário “L.A.P.A.” (2008) retrata o mundo do hip hop no Brasil. O estudo que virou filme foca a produção musical no bairro carioca, com depoimentos de compositores que sobrevivem fazendo música no estilo hip hop. No DVD tem ainda dois curtas que deram origem ao documentário: “Minha área” e “A palavra que me leva além”.

O fantástico Jaspion

Febre da garotada brasileira no final dos anos 80, Jaspion ganha vida em DVD. Distribuído pela Focus Filmes, o primeiro volume do seriado japonês “O fantástico Jaspion” conta 23 episódios e sai em duas edições: a versão especial – um box com 5 DVDs, e a de colecionador, em uma lata onde vem embalados os DVDs acompanhados de um boneco do famoso herói metálico. E para a alegria dos fãs todos os episódios vêm com a dublagem em português da época, além do áudio original em japonês.
Nas histórias, Jaspion é um órfão criado pelo profeta Edin, recrutado para proteger o mundo do demônio Satan Goss e de seu filho Mac Garen. A cada aventura terá de enfrentar monstros e vilões siderais.
Pioneiro, Jaspion, cujo seriado surgiu em 1985, originou outros heróis de mesmo estilo, como Changeman e Jiraya. Nostálgica lembrança para os que estão na casa dos 20 e poucos anos!

Festival de Cinema no Paraná

As inscrições para o 4º Festival do Paraná de Cinema Ibero Americano estão abertas até o dia 15 de junho. O evento será realizado entre os dias 5 e 11 de novembro, na sede do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Ao todo serão selecionados 12 longas e 21 curtas-metragens, entre filmes brasileiros e ibero-americanos. Mais informações, como regulamento completo e a ficha de inscrição, podem ser obtidas pelo site oficial http://www.festivaldecinema.pr.gov.br/

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 15/05/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cine Lançamento


Austrália

1939. Na Europa, a Segunda Guerra sacode o mundo. A aristocrata inglesa Sarah Ashley (Nicole Kidman) viaja à Austrália para administrar fazendas de gado de sua família. Ao chegar ao inóspito continente, descobre que o marido fora assassinado. Sozinha em meio às terras quentes daquele país desconhecido, Sarah junta-se ao vaqueiro valentão Drover (Hugh Jackman) e a um menino aborígene, Nullah (Brandon Walters), com a missão de levar um rebanho de gado ao interior da Austrália.

Após sete anos sem dirigir, Baz Luhrmann retornou à Austrália, seu país natal, para rodar esse projeto engenhoso e altamente ousado, cujo orçamento superou a marca dos US$ 120 milhões. Reuniu um elenco composto por australianos natos, como Hugh Jackman, Jack Thompson, Bryan Brown e David Gulpili – menos Nicole Kidman, que é natural de Honolulu (Havaí). E contou com a colaboração do premiado roteirista Ronald Harwood, vencedor do Oscar por “O pianista”. Infelizmente trabalho em vão. O resultado, como pude já prever pelo trailer, é um exagero imenso. O cineasta optou por um épico cansativo, redundante, que nunca sai do lugar. Inúmeras passagens poderiam ter sido editadas para caber numa fita com menor duração – a versão lançada em DVD é a mesma do cinema, com uma metragem de quase duas horas e cinqüenta minutos. E olha que foram nove meses para o término das gravações e pós-produção!
Fique claro que é uma fita romântica que mistura gêneros. Tem aventura, drama e até guerra – a história inicia-se no estopim da Segunda Guerra, depois o foco vai para a exploração de terras na Austrália, vira um romance barato, e da metade pra frente o ambiente de campo de batalha e destruição assume forma. Em meio a essa jogada há ainda uma pincelada no misticismo, na figura de um velho aborígene cuja aparição beira o sobrenatural. Mistureba danada, a união de temas descompassa o produto final.
Lento demais para o público. Nem a grande seqüência do filme, a do estouro da boiada próximo ao precipício, realmente muito bem realizada, compensa o restante que tem por vir.
Repare, há um “quê” de fitas de faroeste que lembram “Era uma vez no oeste” (a mulher que retorna à casa do marido e o encontra morto) e “Rio vermelho” (a aventureira andança para levar o gado de um território para outro).
Ponto importante: a relação de dominação entre europeus e aborígenes, presumido logo nos créditos iniciais, esvai-se como poeira em ventania. Apontada como temática básica, esta escapa do roteiro para focar a aventura romântica entre a inglesa chata e o cowboy. Falha grave do diretor. Pouco visto no cinema, o tema sobre a segregação e o massacre do povo nativo australiano cairia melhor do que algumas bobagens românticas exibidas.
“Austrália” atinge momentos líricos ao referenciar um dos maiores clássicos do cinema, “O mágico de Oz”, que em 1939 teria sua estréia oficial. Vira e mexe aparece a música incidental “Somewhere over the rainbow”, formatada em novos arranjos. Se analisarmos os personagens centrais, todos são reflexos de Dorothy, sonhadores vivendo em um estranho mundo com o perigo sempre à espreita.
Nicole tem ataques de overacting e não encanta. Jackman está mais solto no papel do protagonista, mas nada especial. Mais interessantes são os coadjuvantes, com destaque para o garotinho Brandon Walters, Jack Thompson como o capitão alcoólatra, e David Gulpilil, ator australiano de descendência aborígene, de traços fortes e esquisitos, como o nativo King George – em “A última onda” (1977), de Peter Weir, ele interpretou o sinistro chefe tribal Chris Lee.
Indicado ao Oscar de melhor figurino (venceu, merecidamente, o mais esperado, “A duquesa”), “Austrália” tem argumento, história, roteiro, produção e direção de Luhrmann, lembrado pelas fitas carregadas de um figurino peculiar, de altas cores, como “Moulin Rouge! – Amor em vermelho” e “Vem dançar comigo”. Esperanças perdidas com esse épico megalomaníaco. Por Felipe Brida

Título original: Australia
País/Ano: EUA/Austrália, 2008
Elenco: Nicole Kidman, Hugh Jackman, Brandon Walters, Ray Barrett, Bryan Brown, Jack Thompson, Tony Barry, Essie Davis, David Gulpilil.
Direção: Baz Luhrmann
Gênero: Romance/Aventura
Duração: 165 min.
Lançamento: Primeira quinzena de abril
Distribuidora: 20th Century Fox Film Corporation
Site oficial: http://www.australiamovie.com/

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Especiais sobre cinema


Lançamentos em DVD

Felipe Brida

Para aqueles que preferem um final de semana sem sair de casa, a opção é curtir um bom filme junto com a família. Fique de olho nos lançamentos em DVD. Nessa semana tem “A troca”, de Clint Eastwood, e a aventura coreana “Os invencíveis”.
Em “A troca”, Angelina Jolie vive a aflita Christine Collins, uma mãe solteira que procura pelo filho que desaparece sem explicações. Meses depois do ocorrido, a polícia entrega a ela um menino que não aparenta ser o mesmo que sumiu. Considerada louca, Christine é internada em um sanatório e sofre torturas. Apoiada pelo pastor Briegleb (John Malkovich), a mulher sai em busca da verdade, disposta ir contra todos para ter o filho de volta. Uma história real que denuncia a corrupção da polícia de Los Angeles. Indicado a três Oscar esse ano: atriz (Angelina), fotografia e direção de arte.
A outra novidade é a colossal aventura em tom de western “Os invencíveis”, uma produção coreana em homenagem ao clássico do faroeste spaghetti “Três homens em conflito”. Três coreanos foras-da-lei, na Manchúria dos anos 40, tomam posse de um mapa do tesouro e, guiados pela ganância, terão de enfrentar uma gangue de bandidos chineses e o exercito japonês. Violento e ágil, a fita foi exibida no Festival de Cannes em 2008, fora da competição. Uma vibrante fita para ver e rever. Boa sessão!


80 anos de Audrey Hepburn

Se estivesse viva, Audrey Hepburn teria completado 80 anos na última segunda-feira (dia 4). Bonita, sempre elegante e referência no mundo da moda, a atriz belga, premiada com o Oscar, partiu cedo, aos 63 anos, após uma longa batalha contra o câncer.
Para celebrar o octogenário aniversário de Audrey, a Paramount Home Entertainment lança esse mês uma coleção imperdível aos fãs da atriz. O box especial, intitulado “Coleção Audrey Hepburn”, traz cinco momentos notáveis da carreira da artista. Tem o épico “Guerra e paz” (1956), o romance “Sabrina” (1954), a comédia romântica “Bonequinha de luxo” (1961), o musical romântico “Cinderela em Paris” (1957), em edição especial para colecionar, e outra comédia romântica, “A princesa e o plebeu” (1953), que rendeu à Audrey seu único Oscar de melhor atriz.
Os DVDs vêm em um estojo de lata, acompanhados de cinco fotos da estrela. Vale ter em casa!


Seleção: clássicos europeus

A distribuidora Cult Classic traz essa semana três obras raras do cinema europeu. “Zazie no metrô” (1960), do cineasta francês Louis Malle, conta a história da garotinha interiorana Zazie que, pela primeira vez em Paris, batalha pelo antigo sonho de andar de metrô e conhecer de ponta-a-ponta a Cidade Luz.
Tem o clássico sueco “A carruagem fantasma” (1921 - foto), dirigido e interpretado pelo ator Victor Sjöström. Na véspera do Ano Novo, um grupo de bêbados evoca uma antiga lenda sobre mortos que guiam uma carruagem do além. As conseqüências serão fantasmagóricas.
E também o terror “O monstro do circo” (1927), sobre um atirador de facas que bola um maligno plano no circo onde trabalha. Do diretor Tod Browning, o mesmo de “Drácula” (1931).

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 08/05/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Morre o comediante Dom DeLuise aos 75


O comediante Dom DeLuise morreu na última segunda-feira (dia 4) em Santa Mônica, Califórnia. O ator tinha 75 anos e estava internado em um hospital em decorrência de problemas respiratórios.
Nascido no Brooklyn, Nova York, no dia 1º de agosto de 1933, Deluise trabalhou em mais de 80 filmes de comédia. Com o diretor Mel Brooks atuou em “Banzé na Rússia” (1970), “Banzé no oeste” (1974), “A última loucura de Mel Brooks” (1976), “História do mundo: Parte I” (1981), onde encarnou o amalucado imperador Nero (foto), e “A louca louca história de Robin Hood” (1993).
Fez também “O irmão mais esperto de Sherlock Holmes” (1975), “O maior amante do mundo” (1977) e “Lua de mel assombrada” (1986 – onde ganhou o Framboesa de Ouro de pior ator pelo papel da gorducha tia Kate), os três dirigidos e estrelados pelo amigo e também comediante Gene Wilder.
Outros filmes de DeLuise incluem “O detetive desastrado” (1978), “Se não me mato, morro” (1978), “Muppets, o filme” (1979), “O gorducho” (1980), “Quem não corre, voa” (1981) e sua continuação, “Um rally muito louco” (1984), “A melhor casa suspeita do Texas” (1982), “Johnny, o gângster” (1984) e “Um tiro que não deu certo” (1990).
Em 1979 dirigiu seu único longa-metragem, a comédia “Os três super tiras” (1979).
Casado com a atriz Carol Arthur desde 1965, Dom DeLuise deixa três filhos, dentre eles o ator Peter DeLuise (dos seriados “Stargate: Atlantis” e “Stargate: SG-1”). Por Felipe Brida

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Especiais sobre cinema


Lançamentos em DVD

Fique de olho nos lançamentos em DVD para curtir o final de semana, que já vêm com um brinde antecipado, o feriado do “Dia do Trabalho”.
Chega nas locadoras o drama “Feliz Natal”, primeiro longa dirigido por Selton Mello. Premiado em festivais de cinema de todo o País, dentre eles três prêmios no Festival de Paulínia e nove troféus no Festcine Goiânia, “Feliz Natal” é um dramático painel sobre desestruturação e tragédia familiar. Conta a história de Caio, um homem de 40 anos que, no dia de Natal, retorna à casa dos pais após vários anos longe da família. Lá reencontra o pai, que não aceita a sua volta, o irmão Téo, que enfrenta uma crise conjugal, e a mãe, Mércia, alcoólatra e perturbada. A presença de Caio altera a vida de todos os membros da família, provocando comportamentos extremos, como ódio e reconciliação. No elenco, Leonardo Medeiros, Darlene Glória, Lúcio Mauro e Paulo Guarnieri.
E também tem o western “Appaloosa – Uma cidade sem lei”. Conta a história de dois justiceiros que, contratados para protegerem uma cidade, confrontam-se com o fazendeiro local. Enquanto trabalham juntos, a paixão pela mesma mulher tornará rivais os dois amigos. A produção conta com um elenco de peso, dentre eles Ed Harris, Renée Zellwegger, Viggo Mortensen e Jeremy Irons.


Trapalhões e futebol

A Europa Filmes lança nesse mês, na coleção “Os trapalhões”, dois filmes com o notório quarteto formado por Renato Aragão, o Didi, Dedé Santana, Mussum e Zacarias. São eles “O incrível monstro trapalhão” (1981) e “Os trapalhões e o rei do futebol” (1986), que conta com a participação de Pelé.
E na mesma linha lança a comédia ““Aladim e a lâmpada maravilhosa” (1974), fita do início da carreira de Renato Aragão com o companheiro Dedé Santana, antes de formarem “Os trapalhões”. Todos os DVDs vêm acompanhados da versão em MP4.
E por falar em Pelé, sai pela Europa Filmes “O mundo a seus pés” (2006), documentário sobre o surgimento de um dos maiores times norte-americanos, o Cosmos, que teve o “Rei do Futebol” como o seu maior jogador.


Seriados

Para os fãs de seriados chegam novas temporadas em DVD. Tem a sétima e penúltima temporada da popular comédia “Will & Grace”, a segunda da série policial “Lei & Ordem – Crimes premeditados”, a quinta dos amigos cirurgiões plásticos “Nip/Tuck” e ainda, em edição remasterizada, a primeira de “Jornada nas estrelas – A série clássica”, ficção científica sucesso de público nos anos 60.


Cinema Brasileiro em Paris

Produções cinematográficas brasileiras representam o País em mais um festival no exterior. O “XI Festival do Cinema Brasileiro em Paris” teve início na última quarta-feira, dia 29, e se estende até o dia 12 de maio com uma diversidade de filmes e eventos em sua programação. 30 longas-metragens serão exibidos em sessões para o público. Na competição oficial oito produções disputam o prêmio de melhor filme. São elas: “Os desafinados”, “Feliz Natal”, “Chega de saudade”, “Meu nome não é Johnny”, “Verônica”, “Todo mundo tem problemas sexuais”, “Se nada mais der certo” e “Um romance de geração”. Outros 13 documentários, muitos deles inéditos no Brasil, são exibidos em salas especiais de cinema. Ainda haverá uma retrospectiva de filmes em homenagem à Bossa Nova, com a exibição de quatro produções – “Palavra (En) cantada”, “Vinícius”, “Coisa mais linda” e “A casa de Tom”.
Além dos filmes, o Festival abre oficinas e workshops de produção de roteiros e palestras sobre o cinema brasileiro contemporâneo.

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 01/05/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.