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Rubens Ewald Filho: “o cinema foi e continua sendo minha droga” (*)
Felipe Brida
Jornalista e crítico de cinema, Rubens Ewald Filho já assistiu mais de 30 mil filmes – todos eles catalogados – ao longo de meio século dedicados exclusivamente à apreciação do cinema. Considerado o maior conhecedor de cinema do Brasil, Ewald é lembrado também como o “homem do Oscar”, pelo fato de apresentar a mais importante festa do cinema mundial.
Nascido em Santos no dia 7 de março de 1945, o crítico trabalhou como resenhista de cinema na Rede Globo, revista Veja, TV Cultura, Jovem Pan e Folha de S. Paulo. Apresentou programas especiais sobre filmes no Telecine e também na HBO.
Teve uma rápida experiência como roteirista de cinema – “A árvore dos sexos” e “Elas são do baralho”, ambos de 1977, e também adaptou para a TV o romance “Éramos seis”, de Maria José Dupré, n formato de minissérie.
Questionado sobre os grandes de todos os tempos, Ewald não hesita em responder Humphrey Bogart, Bette Davis e Sean Connery. Já os melhores filmes, “2001 – Uma odisséia no espaço” e “Oito e meio”.
Rubens Ewald Filho não abre do seu trabalho e diz que quer continuar por muitos e muitos anos acompanhando cinema. Além de escrever resenhas sobre lançamentos em DVD na UOL, dedica-se atualmente ao teatro, como diretor. Lançou este mês um programa inovador de entrevistas e comentários de filmes, “Cinema com Rubens Ewald Filho”, na TV Click UOL. Lançou há dois meses seu sétimo guia de DVD, que conta com 1800 filmes analisados.
Em entrevista especial ao Notícia da Manhã, Rubens Ewald Filho conta um pouco mais de sua trajetória como crítico e faz um paralelo entre o cinema antigo e o contemporâneo. Confira!
NM – Rubens, nesses 50 anos dedicados ao cinema, o senhor assistiu a mais de 30 mil filmes. De onde veio essa apreciação pela sétima arte?
Felipe Brida
Jornalista e crítico de cinema, Rubens Ewald Filho já assistiu mais de 30 mil filmes – todos eles catalogados – ao longo de meio século dedicados exclusivamente à apreciação do cinema. Considerado o maior conhecedor de cinema do Brasil, Ewald é lembrado também como o “homem do Oscar”, pelo fato de apresentar a mais importante festa do cinema mundial.
Nascido em Santos no dia 7 de março de 1945, o crítico trabalhou como resenhista de cinema na Rede Globo, revista Veja, TV Cultura, Jovem Pan e Folha de S. Paulo. Apresentou programas especiais sobre filmes no Telecine e também na HBO.
Teve uma rápida experiência como roteirista de cinema – “A árvore dos sexos” e “Elas são do baralho”, ambos de 1977, e também adaptou para a TV o romance “Éramos seis”, de Maria José Dupré, n formato de minissérie.
Questionado sobre os grandes de todos os tempos, Ewald não hesita em responder Humphrey Bogart, Bette Davis e Sean Connery. Já os melhores filmes, “2001 – Uma odisséia no espaço” e “Oito e meio”.
Rubens Ewald Filho não abre do seu trabalho e diz que quer continuar por muitos e muitos anos acompanhando cinema. Além de escrever resenhas sobre lançamentos em DVD na UOL, dedica-se atualmente ao teatro, como diretor. Lançou este mês um programa inovador de entrevistas e comentários de filmes, “Cinema com Rubens Ewald Filho”, na TV Click UOL. Lançou há dois meses seu sétimo guia de DVD, que conta com 1800 filmes analisados.
Em entrevista especial ao Notícia da Manhã, Rubens Ewald Filho conta um pouco mais de sua trajetória como crítico e faz um paralelo entre o cinema antigo e o contemporâneo. Confira!
NM – Rubens, nesses 50 anos dedicados ao cinema, o senhor assistiu a mais de 30 mil filmes. De onde veio essa apreciação pela sétima arte?
Ewald – Essa paixão pelo cinema nasceu como resposta a uma infância solitária e reprimida. Nunca tive amigos, não brincava com as outras crianças – aliás, quando pequeno, nunca saía de casa, tudo era proibido pelos meus pais. E o cinema era a minha droga (e continua sendo). Era uma maneira de escapar do dia-a-dia. Via na tela do cinema e na TV um mundo de sonho e fantasia, como se fosse uma mistura de “A rosa púrpura do Cairo” e “A história sem fim”. Outro refúgio também era a leitura. Cinema e literatura representavam, naquele momento específico da minha vida, um universo paralelo para a construção de um mundo diferente. Pra se ter idéia da minha infância sofrida, até completar nove anos de idade, quando nasceu meu único irmão, não me lembro de nenhuma passagem da minha vida. Bloqueei tudo, menos os filmes que eu vi.
NM – E quando surgiu as primeiras críticas de cinema?
Ewald – Logo na infância. A partir dos 10 anos comecei a anotar em um caderno o nome dos filmes que assistia. Colocava também uma sinopse e outros complementos. A crítica nasce justamente porque eu era um observador do mundo e não um participante. Com essa perspectiva comecei a esboçar o meu futuro trabalho. Outro ponto importante é que eu era autodidata; quando entrei na faculdade de cinema, anos mais tarde, já estava praticamente formado.
NM – A crítica influencia como formação de opinião?
Ewald – Sim. A crítica influencia demais, faz o público assistir ou não ao filme no cinema. A crítica ajuda a alimentar a bilheteria de um filme no sentido de chamar a atenção das pessoas para aquela obra lançada.
NM – Diante dessa concepção, qual deve ser o papel de um crítico de arte?
Ewald – Aliada à crítica vem o papel do crítico. Este não deve se restringir apenas em falar bem ou falar mal de um filme. Ser crítico de arte envolve uma gama de elementos. É saber usar sua experiência para levar conhecimento ao público. É quebrar paradigmas e falsas idéias. É colaborar na construção da sociedade. É assim que procuro trabalhar e ser reconhecido.
NM – O cinema contemporâneo segue os passos do cinema antigo?
Ewald – É complicado falar sobre cinema na modernidade, às vezes o assunto me desalenta. O mundo inteiro deteriorou de uns 30 anos para cá, em todos os sentidos. Antes, no cinema havia Truffaut, Pasolini e Fellini, era um luxo só. Um cinema reconhecido e aplaudido de verdade, causador de emoção e questionamentos. Hoje já não existe mais isto. São pouquíssimos os filmes atuais que se tornam clássicos ou obras-prima. Sou feliz de ter me apaixonado pelo cinema nos anos 60, o “cinema de verdade”, quando os filmes italianos eram a expressão máxima, a Nouvelle Vague estourava na França, e Hollywood iniciava a renovação.
NM – Considera-se um nostálgico com um pé no saudosismo?
Ewald – No melhor sentido da palavra eu sou um nostálgico sim. Assisto aos filmes antigos com saudade daquele sabor de época que vivi e que hoje não existe mais. Por isso minha grande paixão é rever obras do cinema antigo.
NM – Rubens, o senhor vem desenvolvendo um notável trabalho como coordenador da elogiada Coleção Aplauso. Como tem sido a aceitação do público quanto às obras publicadas?
Ewald – A Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado, é uma forma de registro da memória da TV e do cinema. São biografias de artistas que fizeram e fazem parte do imaginário do público. Assim como escrevi e organizei o “Dicionário dos Cineastas”, criamos a coleção, a pedido do próprio público, para que jovens e adultos utilizassem o material como consulta sobre a vida dos biografados. Não fizemos os livros para se tornaram best-sellers. Pelo contrário, são livros voltados especialmente à formação de alunos, vendidos a preços acessíveis. Por isso os exemplares são distribuídos às bibliotecas de escolas estaduais. É uma proposta diferenciada da Secretaria de Educação e de Cultura do Estado. Recentemente levei títulos da coleção para o departamento de “estudos brasileiros” na Universidade de Harvard. Estamos com mais de 140 biografados, além de registros do cinema, como a publicação de roteiros de cinema não-adaptados. O projeto continua a todo vapor, e em 2009 deveremos lançar mais títulos. Aguardem!
(*) Entrevista publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 26/09/2008. Créditos para a primeira foto de R. Ewald Filho: Felipe Brida. Outras fotos: Divulgação.
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