O maravilhoso mágico de Oz – Parte 1 (2025)
O cinema russo desponta nas salas do
Brasil há alguns anos com filmes de animação e fantasia adaptados da literatura
clássica. Outrora, quem realizava com maestria as adaptações era Hollywood. O
maior investimento do cinema russo recente é ‘O maravilhoso mágico de Oz –
Parte 1’ (2025), uma fantasia ágil, terna e bem humorada, inspirada no livro ‘The
wizard of Emerald City’, do russo Aleksandr Volkov (1891-1977), publicado pela
primeira vez em 1939 e que por sua vez tinha pura inspiração no clássico romance
‘O mágico de Oz’ (1900), do norte-americano L. Frank Baum. Com o sucesso do
primeiro livro, Volkov lançou uma série de romances com os personagens, que se
tornaram populares na antiga URSS. A trama segue os mesmos passos de ‘O mágico
de Oz’ que conhecemos, por exemplo, da obra-prima do cinema de Victor Fleming; uma
garotinha é magicamente transportada por um furacão a uma terra desconhecida.
Ela se chama Ellie, e ao lado do cãozinho Totó embarca numa jornada repleta de aventuras.
Ela é orientada a seguir por uma estrada de tijolos amarelos até o alto de uma
montanha, onde chegará na mística Cidade das Esmeraldas. No caminho fica próxima
de três personagens – um espantalho que quer um cérebro para pensar melhor, um
homem de lata que procura um coração para ser mais sensível e um leão em busca
de coragem para deixar de ser medroso. O destino dela é encontrar-se com um
mágico astuto, Oz, porém o principal obstáculo será uma bruxa má, que irá amaldiçoar
os passos da garota.
Há algumas novidades no filme que vem
do livro de Volkov, diferente de Baum, como o ambiente mais atual, Ellie no
lugar de Dorothy, os pais divorciados da menina e o cachorro Totó que fala como
humano. Funciona se você estiver disposto a acreditar em magia e esquecer as
outras versões. É cinema puro, com efeitos visuais caprichados, cenários
coloridos e extravagantes. O resultado não decepciona e confesso que embarquei
na proposta. Um filme para toda a família, distribuído nos cinemas pela Imagem
Filmes. Prepare-se porque a parte 2 chega em breve aos cinemas.
PS – Há outras adaptações na Rússia da
obra literária de Aleksandr Volkov, como uma série televisiva de animação em
stop-motion de 1974 e um filme infantil de 1994.
Kasa Branca (2024)
Após breve temporada em festivais de
cinema no Brasil e no exterior, como o Festival do Rio, onde ganhou os prêmios
de melhor diretor, trilha sonora, fotografia e ator coadjuvante (Diego
Francisco), o drama ‘Kasa Branca’ chega aos cinemas. Leve, sincero e
espirituoso, o novo trabalho de Luciano Vidigal, escrito e dirigido por ele, é inspirado
em um caso real. Acompanha a vida de Dé (Big Jaum), um jovem morador da
periferia de Chatuba, no Rio de Janeiro, que cuida da avó com Alzheimer,
Almerinda (Teca Pereira). Ela está debilitada na cadeira de rodas e quase não
conversa, portanto Dé resolver morar com ela. Os dois amigos de infância dele,
Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), visitam Almerinda todos
os dias, e juntos com Dé a levam para passear pelo bairro e até fazer trilha
numa mata próxima. O grupo se une cada vez mais enquanto a morte se aproxima da
idosa. ‘Kasa Branca’ é um relato emotivo sobre os fortes vínculos de uma
amizade que se estreita até entre outros entes da família e toca em temas
delicados como aceitação e morte sem cair no ‘modo piegas’. Não é um filme triste
sobre doentes em estado terminal, nem melodramático, e sim uma fita jovem, pra
frente, com momentos divertidos. Bem realizado, com ritmo, uma montagem coesa e
bons diálogos, o filme se constrói em torno dos quatro personagens – o jovem
protagonista, a avó e os dois amigos. O elenco é de pretos da periferia, que
estão em estado de graça, conforme desejo do próprio cineasta, que era dar espaço
para atores menos conhecidos e que são de comunidades do Rio. Conta com pequenas
participações de rostos conhecidos, como Gi Fernandes, Babu Santana e Otavio
Muller. Nos cinemas pela Vitrine Filmes, tem produção da Sobretudo Produção,
TvZero, Tacacá Filmes, Cavideo e Dualto, em coprodução com a Prefeitura do Rio,
por meio da Riofilme, Canal Brasil, Telecine e Globo Filmes.
Mar em chamas (2021)
Chega à plataforma de streaming
Adrenalina Pura ‘Mar em chamas’ (2021), uma eficiente fita de ação norueguesa
dentro do subgênero ‘Disaster movie’. Movimentado, com cenas de ação
estupendas, é um prato cheio para quem curte filmes de corrida contra o tempo. O
diretor John Andreas Andersen, natural da Noruega, é craque em filmes de
desastres, já havia feito outro eletrizante trabalho, ‘Terremoto’ (2021), sobre
um terrível terremoto em Oslo que acaba com a cidade. Agora, ele sai da terra e
vai para o mar – para dentro de uma plataforma de petróleo que afunda no
oceano. Cientistas e investigadores descobrem um perigo maior que a destruição
da plataforma: o que causou aquilo foi uma fenda na parte mais profunda do mar,
que engolirá as cidades da costa norueguesa em poucos dias. É uma fita que vem
com tudo e nos deixa apreensivos. Tudo funciona bem: o roteiro é sério, provoca
agonia e queremos saber o que irá acontecer à medida que o desastre natural se
instala, o elenco é ágil, com destaque para a protagonista, Kristine Kujath
Thorp, que recentemente fez o drama com horror cult ‘Doente de mim mesma’ (2022),
e os efeitos visuais convencem – confesso que fiquei boquiaberto pela qualidade
técnica, que não perde nada para Hollywood. Com coprodução Suécia e Dinamarca,
o filme entrou essa semana no Adrenalina Pura, serviço de streaming com mais de
350 filmes de ação, terror e suspense, disponível no Prime Video Channels,
Apple TV e Claro TV+.



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