Já se passaram quinze anos desde o golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende e colocou no poder o ditador Augusto Pinochet no Chile. Um grupo de jovens revolucionários tenta então matar Pinochet para pôr fim àquele regime autoritário.
Com uma trama ágil e bem arquitetada, que ajuda a compreender os tempos sombrios que varreram a América Latina nos anos de 1970 e 1980, o filme independente chileno “Morte a Pinochet” (2020) estreou ontem em alguns cinemas brasileiros pela A2 Filmes. Tem drama, ação e suspense na medida certa para uma fita crítica e certeira, reunindo diálogos sérios sobre política e luta armada. Remonta uma história verídica, ocorrida em setembro de 1986, quando um grupo de jovens revolucionários planejou matar o ditador chileno Augusto Pinochet para pôr fim ao regime ditatorial no país. Eram homens e mulheres engajados no movimento armado do Partido Comunista Chileno, que tinham um ideal absoluto: mudar os rumos da História do Chile, mesmo que partindo para um ataque criminoso sem precedentes. Mas o plano, como já era imaginado, seria difícil de ser cumprido.
No filme o grupo é composto por um professor de educação física idealista, uma psicóloga que abandonou a família rica para viver na clandestinidade e um rapaz nascido nas favelas de Santiago que gosta de futebol e começa a se interessar por política. Entre eles nascerá um elo de confidencialidade – durante o filme constrói-se um lado humano dos personagens, como lidam com seus problemas pessoais, com a família e a profissão etc.
A ditadura militar no Chile, entre 1973 e 1990, deixou mais de três mil mortos (número contestado, pois se acredita que o número passou de nove mil), além de 38 mil torturados, e forçou mais de 200 mil chilenos ao exílio. E destruiu a economia do país, algo que se reflete nos dias atuais.
Anotem aí e tentem ver, é uma boa descoberta! Curtinho (84 minutos), foi indicado ao Golden Frog no festival polonês Camerimage.
Morte a Pinochet (Matar a Pinochet). Chile, 2020, 84 minutos. Drama/Suspense. Colorido. Dirigido por Juan Ignacio Sabatini. Distribuição: A2 Filmes
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