sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Resenhas Especiais


Zona de conflito

Razi (Tsahi Halevi) é um agente do Serviço Secreto Israelense que recruta um garoto palestino, Sanfur (Shadi Mar'i), para ser seu informante. Entre eles nasce uma relação de confidência e lealdade. Enquanto isso, a crise entre Israel e Palestina aumenta a ponto de novos conflitos armados terem início.

Também intitulado “Belém: Zona de conflito”, esse drama de guerra vencedor do prêmio Fedeora no Festival de Veneza em 2013 aborda com outro olhar a Questão Palestina, a partir da amizade pouco provável entre dois homens. De um lado, um inteligente agente secreto de Israel, do outro, um menor nascido e criado na Palestina. Entre eles haverá uma ligação muito forte, quase um laço de pai e filho, na medida que explode no Oriente Médio uma série de conflitos armados entre os países que eles representam. Eles convivem bem, mas em segredo, numa área que mais se parece uma bomba-relógio, onde quatro de suas gerações morreram por disputas religiosas e de terras – o centro da história é em Belém, na região militarizada da Cisjordânia.
Com diálogos certeiros, algumas boas cenas de ação e um desfecho forte, o filme ajuda a entender a eterna briga israelo-palestina, fugindo de meros clichês e se atentando a situações verossímeis (o roteiro foi escrito pelo próprio diretor, Yuval Adler, com colaboração de um jornalista conhecedor a fundo das questões abordadas, Ali Wakad).
Integrou o Festival de Toronto, foi exibido no Festival do Rio e era o representante de Israel para disputar vaga no Oscar de filme estrangeiro em 2014, ficando fora da lista dos cinco finalistas.
Curiosidade: os três atores centrais nunca tinham trabalhado em cinema, ou seja, estrearam aqui - Shadi Mar'i foi selecionado numa audição com centenas de participantes, Tsahi Halevi era um finalista do “The Voice”, de Israel, e Hitham Omari descobriu por acaso o set de filmagem num passeio.

Zona de conflito (Bethlehem). Israel/Alemanha/Bélgica, 2013, 99 minutos. Ação/Drama. Colorido. Dirigido por Yuval Adler. Distribuição: Vinny Filmes


Policial em apuros 2

Recém-efetivado na Academia de Polícia Americana, Ben (Kevin Hart) trabalha diretamente com o cunhado, o veterano agente James (Ice Cube). A próxima missão da dupla será se infiltrar nas ruas de Miami contra o crime organizado.

Os cunhados policiais estão de volta, mais durões do que nunca. E desta vez em enrascadas pelas perigosas ruas de Miami, onde o crime organizado toma conta... Você que assistiu a “Policial em apuros” (2014) com certeza irá aproveitar com entusiasmo a continuação, dirigida pelo mesmo Tim Story, que trouxe de volta a infalível dupla de atores, Kevin Hart e Ice Cube. A liga entre ambos é extraordinária, com destaque para Kevin Hart, que é o humor do filme inteiro, no papel de um ex-segurança de colégio, viciado em jogos de videogame, que após se casar com a irmã do comparsa policial (Cube), entra para a Academia de Polícia. Nada continua fácil para ele, um novato na polícia... Enquanto isso temos Ice Cube num tipo mais sério, duro na queda, próprio da pancadaria, que vira escada para Hart usar-se do pastelão, das piadas atropeladas, do burlesco. Assim é o equilíbrio entre os personagens nessa movimentada fita policial de comédia, com cenas de explosões, tiros e brigas infinitas, que nos faz lembrar de “Um tira da pesada”.
Não alcançou o sucesso do primeiro filme, que havia obtido boa bilheteria nos cinemas norte-americanos – este segundo custou mais caro, tem mais cenas de ação, e está bem páreo na questão de qualidade técnica. 
E não acaba por aqui! Há poucas semanas o diretor Tim Story anunciou a terceira parte da saga dos cunhados policiais, prevista para ser lançada em 2021 (Hart e Cube já inclusive assinaram o contrato). Recomendo, é um bom passatempo para o fim de semana!

Policial em apuros 2 (Ride along 2). EUA, 2016, 101 min. Ação/Comédia. Dirigido por Tim Story. Distribuição: Universal

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