sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Cine Lançamento



Paulo, apóstolo de Cristo

Roma, 67 d.C. O apóstolo Paulo de Tarso (James Faulkner) está encarcerado no porão de uma prisão romana, enquanto aguarda sua execução. Velho e doente, ele é constantemente torturado pelos soldados do imperador Nero, e nos poucos momentos de alívio reflete acerca de seu trágico passado. Quando recebe a visita do apóstolo Lucas (Jim Caviezel), que é médico e escritor, Paulo recebe cuidados do amigo e passa a contar a ele sua trajetória de vida. Nascem então as “Cartas de São Paulo”, que se tornaram os textos mais célebres do Novo Testamento.

Um bonito (e triste) retrato do Apóstolo Paulo, que de perseguidor de cristãos converteu-se ao Cristianismo, religião proibida na época, tornando-se um homem idealista e intrépido defensor das palavras de Cristo. De apelo religioso, o filme, uma produção independente norte-americana de qualidade, é o lançamento do mês da Sony Pictures, exibido nos cinemas há três meses com pouca repercussão (eu gostei e acredito que irá agradar aqueles que têm proximidade com fitas bíblicas).
Serve de pesquisa didática para os cristãos estudarem duas figuras interessantes que existiram após a morte de Cristo: Paulo de Tarso (chamado de Saulo, depois São Paulo e também Apóstolo dos Gentios), quando esteve preso, em seus últimos dias de vida, e Lucas, o apóstolo e médico grego, inteligente e sensível, que ficou ao lado de Paulo até a decapitação dele a mando do insano imperador Nero.
Jim Caviezel ressurge das cinzas num bom papel de Lucas, sério e honesto - ele havia sido Jesus Cristo em “A Paixão de Cristo” (2004), ao lado do inglês James Faulkner, que dá dignidade ao personagem-título, sem cair em melodramas (o ator ficou conhecido no Brasil por séries como “Downton Abbey” e “Game of Thrones”). Ambos procuram sensatez na atuação nutrindo uma química especial, algo que proporciona a luz do filme.
A história não fica presa à relação de amizade dos dois. Aparecem flashbacks do passado trágico de Paulo, quando criança, e misturam-se tramas paralelas, como a de Mauritius, o chefe da prisão romana, que tem a filha doente (papel de outro ator sumido, Olivier Martinez), fechando com uma resolução consistente. Apesar da primeira parte com aparência de fita para TV, tanto a qualidade técnica quanto o roteiro ganham mais vida da metade para frente. O filme é bom e deixo como dica aos interessados!
Foi rodado nas ilhas maltesas, no Mar Mediterrâneo, com custo baixo (U$ 5 milhões), atingindo bilheteria regular para um tipo de obra como essa, por ser bíblica (arrecadou, no total, U$ 23 milhões). O estúdio é o mesmo que realizou filmes de pegada bíblica como “Ressurreição” (2016), e a direção é de Andrew Hyatt, realizador de obras religiosas independentes.

Paulo, apóstolo de Cristo (Paul, apostle of Christ). EUA, 2018, 108 min. Drama. Colorido. Dirigido por Andrew Hyatt. Distribuição: Sony Pictures

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