Paulo, apóstolo de Cristo
Roma,
67 d.C. O apóstolo Paulo de Tarso (James Faulkner) está encarcerado no porão de
uma prisão romana, enquanto aguarda sua execução. Velho e doente, ele é
constantemente torturado pelos soldados do imperador Nero, e nos poucos momentos
de alívio reflete acerca de seu trágico passado. Quando recebe a visita do
apóstolo Lucas (Jim Caviezel), que é médico e escritor, Paulo recebe cuidados
do amigo e passa a contar a ele sua trajetória de vida. Nascem então as “Cartas
de São Paulo”, que se tornaram os textos mais célebres do Novo Testamento.
Um
bonito (e triste) retrato do Apóstolo Paulo, que de perseguidor de cristãos converteu-se
ao Cristianismo, religião proibida na época, tornando-se um homem idealista e
intrépido defensor das palavras de Cristo. De apelo religioso, o filme, uma produção
independente norte-americana de qualidade, é o lançamento do mês da Sony
Pictures, exibido nos cinemas há três meses com pouca repercussão (eu gostei e acredito
que irá agradar aqueles que têm proximidade com fitas bíblicas).
Serve
de pesquisa didática para os cristãos estudarem duas figuras interessantes que
existiram após a morte de Cristo: Paulo de Tarso (chamado de Saulo, depois São
Paulo e também Apóstolo dos Gentios), quando esteve preso, em seus últimos dias
de vida, e Lucas, o apóstolo e médico grego, inteligente e sensível, que ficou
ao lado de Paulo até a decapitação dele a mando do insano imperador Nero.
Jim
Caviezel ressurge das cinzas num bom papel de Lucas, sério e honesto - ele havia
sido Jesus Cristo em “A Paixão de Cristo” (2004), ao lado do inglês James
Faulkner, que dá dignidade ao personagem-título, sem cair em melodramas (o ator
ficou conhecido no Brasil por séries como “Downton Abbey” e “Game of Thrones”).
Ambos procuram sensatez na atuação nutrindo uma química especial, algo que proporciona
a luz do filme.
A história
não fica presa à relação de amizade dos dois. Aparecem flashbacks do passado trágico
de Paulo, quando criança, e misturam-se tramas paralelas, como a de Mauritius,
o chefe da prisão romana, que tem a filha doente (papel de outro ator sumido,
Olivier Martinez), fechando com uma resolução consistente. Apesar da primeira
parte com aparência de fita para TV, tanto a qualidade técnica quanto o roteiro
ganham mais vida da metade para frente. O filme é bom e deixo como dica aos
interessados!
Foi
rodado nas ilhas maltesas, no Mar Mediterrâneo, com custo baixo (U$ 5 milhões),
atingindo bilheteria regular para um tipo de obra como essa, por ser bíblica (arrecadou,
no total, U$ 23 milhões). O estúdio é o mesmo que realizou filmes de pegada
bíblica como “Ressurreição” (2016), e a direção é de Andrew Hyatt, realizador
de obras religiosas independentes.
Paulo, apóstolo de Cristo (Paul, apostle of Christ). EUA,
2018, 108 min. Drama. Colorido. Dirigido por Andrew Hyatt. Distribuição: Sony
Pictures