Nick
Flynn (Paul Dano) é um aspirante escritor em busca de um lugar no mundo.
Frustrado com a vida desconecta e atormentado pela morte da mãe, reencontra-se
depois de 18 anos com o pai, Jonathan Flynn (Robert De Niro), um homem de gênio
difícil e inconsequente. Nick reluta em abrir um novo canal para se aproximar
de Jonathan. Certo dia, o jovem arruma emprego em um abrigo para sem-tetos. E,
para surpresa dele, lá encontra o pai vivendo em situação humilhante. É quando
inicia um processo de reavaliação do passado para reconstruir a amizade com o
pai.
Baseado
em fatos reais, “A família Flynn” explora um retrato íntimo sobre os
indissolúveis laços entre pai e filho. Em pouco mais de uma hora e meia de
filme, acompanhamos a frágil relação entre Nick, um jovem escritor abalado
pelos assombros do passado, e Jonathan, um senhor amargo, vazio, com certo grau
de esquizofrenia. Pai e filho, afastados há 18 anos, solitários na imensidão da
cidade grande, na tentativa de um recomeço.
Nick
(Paul Dano, em papel consistente e humano) personifica a razão, as ideiais
fixas, sem margem para afetuosidade, principalmente porque perdera a mãe de
maneira trágica (Julianne Moore interpreta a personagem materna, em
flashbacks). O pai, Jonathan (Robert De Niro em bom momento), é o caos na forma
de gente, que vive em uma bolha particular, fantasiando ser o maior escritor do
mundo. Quando um encontra o outro, tenta-se o elo quase impossível entre a
razão inquebrantável e o caos flamejante. Nesse caminho de redescobrimento e
auto-análise, tentar-se-á a adaptação dos dois mundos opostos.
Ao
longo do filme temos a sensação do desfecho, que apesar de ser lugar comum, é o
esperado pelo público (haverá redenção entre os personagens centrais?).
Perceba
que o título, tanto o original quanto a tradução no Brasil, leva o sobrenome
‘Flynn’, que é do escritor real Nick Flynn, cuja autobiografia tornou possível
a transposição da história no papel para as telas.
Quem
dá as ordens é o diretor Paul Weitz, que tem uma carreira irregular, que vai
desde fitas teens duvidosas, como “American pie”, a bons dramas familiares, como
“Um grande garoto”, “Em boa companhia” e com certeza “A família Flynn”, sua
obra mais produtiva nos últimos tempos. A direção coesa não deixa dúvidas da
firmeza da produção. Curiosidade: Weitz já dirigiu De Niro anos atrás no fraco
“Entrando numa fria maior ainda com a família”.
Um
bom drama familiar que desvenda comportamentos humanos. Por Felipe Brida
A família Flynn
(Being Flynn). EUA, 2012, 102 min. Drama. Dirigido por Paul Weitz. Distribuição:
Universal
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