sábado, 26 de janeiro de 2013

Viva Nostalgia!




A princesa e o plebeu


Ann (Audrey Hepburn), uma princesa cansada do glamour, sai escondida do hotel onde está hospedada para se aventurar em Roma, durante sua visita oficial à capital italiana. Nas ruas da estonteante cidade, conhece o atraente jornalista Joe Bradley (Gregory Peck). Iniciam um romance, sem ele saber da verdadeira identidade dela.

Completou, no último domingo, dia 20, duas décadas da morte de Audrey Hepburn, a carismática atriz de Hollywood que conquistou o mundo com seu charme e ar de inocência. Nascida na Bélgica, atuou em 27 filmes, foi casada com o galã Mel Ferrer (contracenaram juntos em ‘Guerra e paz’ e tiveram uma filha), voluntária de projetos sociais e embaixadora da Unicef percorrendo países assolados pela fome. Como atriz, acumulou prêmios de monte: um Oscar e um Globo de Ouro (ambos por “A princesa e o plebeu”) e três Bafta, além de uma estrela na Calçada da Fama.
Morreu aos 63 anos, de câncer, deixando um rico legado de clássicos do cinema e um inegável exemplo de vida.
Durante os 40 anos de carreira, Audrey interpretou papéis de mulheres elegantes, como em “Bonequinha de luxo”, “Sabrina”, “Minha bela dama”, “Charada”, “Guerra e paz”, “Como roubar um milhão de dólares” e, claro, “A princesa e o plebeu”, seu primeiro papel principal, o de uma princesa aborrecida que se rebela contra os deveres de realeza e parte para uma vida comum.

Nessa deliciosa comédia romântica, toda filmada em locações de Roma, Audrey, com apenas 24 anos, faz par com Gregory Peck (então com 37), outro lendário ator de Hollywood, na pele de um jornalista que coincidentemente terá de entrevistar a jovem princesa para uma matéria de capa. À noite tromba com ela pelas ruas, sem saber de sua identidade, e por estar embriagada, a recolhe em sua humilde casa. A partir daí o romance entre os dois aflora. A princesa e o plebeu passam um dia juntos, apaixonados, em momentos divertidos, como na famosa sequência em que andam de bicicleta pela Piazza Bocca della Verita, nos arredores do centro de Roma e da Igreja de Santa Maria in Cosmedin (foto ao lado).
Um filme puro, ingênuo, cuja base da história lembra o amor proibido de Romeu e Julieta (sem as tragédias) – aqui, a princesa não poderia, em tese, casar-se com um plebeu, pelo nível de inferioridade financeira e status “ralé” do coitado!

Peck e Audrey dão o charme pela química e pela beleza fotogênica de seus rostos, assegurados pela direção caprichada do notório William Wyler (de “Ben Hur”, “Pérfida”, “Rosa da esperança” e “Horas de desespero”, e que voltou a dirigir Audrey em duas ocasiões pra frente, “Infâmia” e “Como roubar um milhão de dólares”).
Além do Oscar de melhor atriz para Audrey, ganhou também os de figurino (Edith Head) e roteiro (Dalton Trumbo, por estar na lista negra do Macarthismo, acusado de comunista, não pôde assinar a história; quem levou os créditos do roteiro e também recebeu o prêmio da Academia foi seu colega escritor Ian M. Hunter). Ainda teve indicações da Academia nas categorias de melhor filme, diretor, ator coadjuvante (Eddie Albert, como o amigo fotógrafo de Peck), direção de arte, fotografia em preto-e-branco e edição.
Sai em DVD em nova edição, restaurada, como nova capa e um exemplar bônus com making of e especiais. Imperdível aos fãs da Sétima Arte. Por Felipe Brida

A princesa e o plebeu (Roman Holiday). EUA/Itália/Alemanha, 1953, 118 min. Comédia romântica. Dirigido por William Wyler. Distribuição: Paramount

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