Detentora
de uma invejável beleza, Branca de Neve (Kristen Stewart) vira uma ameaça à sua
madrasta, a malvada rainha Ravenna (Charlize Theron), que a aprisiona na
masmorra do castelo. Quando a jovem foge, Ravenna contrata um caçador (Chris
Hemsworth) para matá-la. Perdida na Floresta Negra, Branca de Neve aproxima-se
do caçador e vira sua aprendiz na arte de guerrear. Com o objetivo de destronar
a rainha, a garota retorna ao reino com uma série de aliados.
Livre adaptação do conto dos Irmãos Grimm lançado esse ano junto com “Espelho, espelho meu”, que contam basicamente a mesma história, a da Branca de Neve. Aqui, há um visual requintado, repleto de efeitos visuais arrebatadores e um forte clima sombrio. Os pontos altos da obra. Devido ao grau de violência (lutas com espadas, sangue, monstros, figuras diabólicas), recebeu censura nos cinemas (14 anos), diferente de “Espelho, espelho meu”, que era mais engraçado e cheio de sutilezas.
A
boa notícia: “Branca de Neve e o caçador” é um bom entretenimento, com roteiro
original e pode ser classificado como épico – há um evidente cuidado nos
acabamentos da direção de arte (por exemplo, a Floresta Negra, que dá medo de
ver, com árvores assombradas cujos galhos viram serpentes). Tudo aliado a
efeitos visuais em computação gráfica de indiscutível qualidade técnica. Por
causa disso, o filme custou caro (U$ 170 milhões), e se olharmos bem obteve uma
aceitável bilheteria (de u$ 309 milhões). E pelo fato da ambientação de filme
de suspense, lembrou-me o curioso “Floresta Negra” (1997), outra adaptação de
Branca de Neve, uma autêntica fita de terror, com anões perversos e Sigourney
Weaver na pele da bruxa.
O
defeito master era o que temíamos (e não teve jeito): escalaram a inexpressiva Kristen
Stewart para ser Branca de Neve, aquela atriz com o habitual jeito Bella de
ser, olhar pra baixo, tímida, sem expressão (ficou famosa na saga “Crepúsculo”,
cuja herança tornou-se uma maldição para ela no cinema). Kristen ainda precisa
aprender muito a atuar. E pelo andar da carruagem vai demorar.
Precisava
de alguém talentoso para o papel central. Imagine a sacada brilhante da
história: Branca de Neve foge das garras da madrasta má, caiu numa floresta
amaldiçoada, contorna o caçador que quer mata-la e junto dele vira uma exímia
guerreira, que vai liderar um grupo contra a rainha tirana. A ideia foi boa,
porém a atriz não tem gás suficiente para encarar essa jornada de
transformação. Uma pena.
Como
contrapartida do péssimo trabalho da garota de “Crepúsculo”, eis que surge a
belíssima e super boa atriz Charlize Theron, uma vilã de primeira, fria, como a
madrasta de Branca de Neve, que conversa com o espelho – aqui, o espelho se
transforma em um metal em formato de corpo humano, que sai da parede em direção
à rainha (recurso novo). Ravenna é o nome dela, mulher fascinada pela beleza e
que quer ser jovem pelo resto da vida, igualando-se à beleza da enteada,
detentora de uma beleza única. Acho que não preciso me estender, pois a
história é famosa em todos os cantos do planeta.
Claro
que não poderiam faltar os anões, que auxiliam Branca de Neve na Floresta
Negra. Aqui eles são criaturas arruaceiras e caçadores – o elenco de apoio conta
com atores britânicos conhecidos, porém irreconhecíveis debaixo de uma maquiagem
pesada, como Bob Hoskins, Ian McShane, Ray Winstone e Nick Frost.
Ainda
sobre o elenco, o caçador, que não tem nome no filme, é interpretado pelo
fortão Chris Hemsworth, o Thor do cinema, num papel parecido com o do deus da
mitologia nórdica; inclusive luta contra monstros grandes. Uma variação do
personagem que fez anos atrás, sem diferença alguma.
Todo
filmado em locações próprias na Escócia e muitos ambientes modificados por
computação gráfica, o filme é indicado para todos os públicos. Perdoam-se
falhas no roteiro e deixa-se passar a interpretação pavorosa de Kristen (que
não é novidade), pois o visual brilhante, a história diferente do que
conhecemos, repleta de momentos incessantes de ação e efeitos gráficos, e o
trabalho de Charlize Theron atingem um nível de alta sincronia.
Méritos
do diretor inglês Rupert Sanders, que veio do cinema publicitário e realizou
aqui seu primeiro longa, a bem da verdade uma produção consistente, segura. Pra
encerrar, o romance dele com a atriz do filme, Kristen Stewart virou manchete
nos principais jornais do mundo. Ela,
quase 20 anos a menos que ele, traiu o namorado, Robert Pattinson (seu par
romântico na saga “Crepúsculo”), enquanto Sanders largou da esposa para iniciar
o relacionamento, que dura até hoje. Mais um casal do cinema...
Indicado
(e vendedor em algumas categorias) ao Teen Choice, prêmio dado a filmes para
adolescente. Em DVD. Por Felipe Brida
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Branca de Neve e o
caçador
(Snow White and the huntsman). EUA, 2012, 127 min. Ação. Dirigido por Rupert
Sanders. Distribuição: Universal
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