Headhunters
Considerado
o mais talentoso caça-talentos da Noruega, Roger Brown (Aksel Hennie) usufrui
de uma vida boa: vive em uma casa de luxo, bem casado, com status na sociedade.
Mas para garantir a segurança financeira para os próximos dez anos, arma um arriscado
plano, o de roubar um valioso quadro do colecionador Clas Greve (Nikolaj
Coster-Waldau). Ao invadir a casa da vítima, Roger depara-se com algo que
mudará para sempre a sua vida, bem como colocará ponto final na existência de
uma série de pessoas relacionadas a ele.
Intenso
thriller norueguês, co-produzido na Alemanha, sobre o competitivo mundo
corporativo, suas facetas e a disputa pela riqueza. O filme, adaptado do best-seller
de Jo Nesbo (apontado como o melhor escritor de romance policial nórdico da
atualidade), aproveita o caos e o individualismo na contemporaneidade para
narrar uma história de ambição, traição, vingança e assassinato.
Quem
domina a cena é um rapaz arrogante, que tem tudo na vida, mas quer mais, como
sempre. Não bastasse o status e o dinheiro em abundância, esquematiza um plano
para roubar uma valiosa obra de arte, avaliada em milhões de euros. Acerta os
primeiros passos, só que no caminho uma situação inesperada transformará, de
forma incrível, a rotina do jovem ambicioso.
Não
citei nem na sinopse (e nem aqui nos comentários, logicamente) essa nova
situação que o personagem central terá de lidar, simplesmente porque se trata
da sacada inteligente do filme, a surpresa poderosa da trama. E olha que outras
tão bem planejadas aparecem com notória criatividade. O tal do Roger, o
milionário em busca do quadro, representa o ser humano em seu estado mais
cruel, de posse desenfreada, que passa por cima de quem for para conquistar
aquilo que dá prazer em muita gente: dinheiro. E sujo, pois é roubado. Por
causa disso, os arranjos conspiram contra ele, a ponto de centrifugá-lo da sociedade
(como poderemos notar, ele se dá mal a todo o momento até culminar no irônico
desfecho realista).
Posso
assegurar que o público ficará preso diante das reviravoltas, algumas
esquisitas, algumas absurdas, sempre explorando um cinismo cruel típico dos
personagens – que vale dizer são todos de índole perversa, mau caráter.
Como
não faltaria em filmes europeus de suspense/policial, há clima de estranha tensão,
insinuações cômicas meio hitchcockianas, fotografia cuidadosa e uma trilha
sonora intimista. Ou seja, os elementos técnicos incrementam a condução da
trama arrebatadora.
Rodado
na comuna norueguesa de Nittedal por um diretor que eu nunca tinha ouvido falar
(Morten Tyldum), é sem dúvida uma obra eletrizante, para ser descoberta.
No
Brasil a Paramount lançou-o no mercado sem tradução, um deslize por sinal -
“Headhunters” significa a profissão do protagonista, “caça-talentos”.
E
como era de se prever, os americanos já preparam o remake para 2013. Enquanto o
gringo não chega, confira esse bom exemplar do cinema norueguês, pouco
conhecido em terras brasileiras. Por Felipe Brida
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