sábado, 13 de outubro de 2012

Cine Lançamento




Headhunters

Considerado o mais talentoso caça-talentos da Noruega, Roger Brown (Aksel Hennie) usufrui de uma vida boa: vive em uma casa de luxo, bem casado, com status na sociedade. Mas para garantir a segurança financeira para os próximos dez anos, arma um arriscado plano, o de roubar um valioso quadro do colecionador Clas Greve (Nikolaj Coster-Waldau). Ao invadir a casa da vítima, Roger depara-se com algo que mudará para sempre a sua vida, bem como colocará ponto final na existência de uma série de pessoas relacionadas a ele.

Intenso thriller norueguês, co-produzido na Alemanha, sobre o competitivo mundo corporativo, suas facetas e a disputa pela riqueza. O filme, adaptado do best-seller de Jo Nesbo (apontado como o melhor escritor de romance policial nórdico da atualidade), aproveita o caos e o individualismo na contemporaneidade para narrar uma história de ambição, traição, vingança e assassinato.
Quem domina a cena é um rapaz arrogante, que tem tudo na vida, mas quer mais, como sempre. Não bastasse o status e o dinheiro em abundância, esquematiza um plano para roubar uma valiosa obra de arte, avaliada em milhões de euros. Acerta os primeiros passos, só que no caminho uma situação inesperada transformará, de forma incrível, a rotina do jovem ambicioso.
Não citei nem na sinopse (e nem aqui nos comentários, logicamente) essa nova situação que o personagem central terá de lidar, simplesmente porque se trata da sacada inteligente do filme, a surpresa poderosa da trama. E olha que outras tão bem planejadas aparecem com notória criatividade. O tal do Roger, o milionário em busca do quadro, representa o ser humano em seu estado mais cruel, de posse desenfreada, que passa por cima de quem for para conquistar aquilo que dá prazer em muita gente: dinheiro. E sujo, pois é roubado. Por causa disso, os arranjos conspiram contra ele, a ponto de centrifugá-lo da sociedade (como poderemos notar, ele se dá mal a todo o momento até culminar no irônico desfecho realista).  
Posso assegurar que o público ficará preso diante das reviravoltas, algumas esquisitas, algumas absurdas, sempre explorando um cinismo cruel típico dos personagens – que vale dizer são todos de índole perversa, mau caráter.
Como não faltaria em filmes europeus de suspense/policial, há clima de estranha tensão, insinuações cômicas meio hitchcockianas, fotografia cuidadosa e uma trilha sonora intimista. Ou seja, os elementos técnicos incrementam a condução da trama arrebatadora.
Rodado na comuna norueguesa de Nittedal por um diretor que eu nunca tinha ouvido falar (Morten Tyldum), é sem dúvida uma obra eletrizante, para ser descoberta.
No Brasil a Paramount lançou-o no mercado sem tradução, um deslize por sinal - “Headhunters” significa a profissão do protagonista, “caça-talentos”.
E como era de se prever, os americanos já preparam o remake para 2013. Enquanto o gringo não chega, confira esse bom exemplar do cinema norueguês, pouco conhecido em terras brasileiras. Por Felipe Brida

Headhunters (Hodejegerne). Noruega/Alemanha, 2011, 99 min. Ação/ Suspense. Dirigido por Morten Tyldum. Distribuição: Paramount Pictures

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