Aos
37 anos, a escritora de livros infanto-juvenis Mavis Gary (Charlize Theron) leva
uma vida solitária, sem amigos, sem família e sem namorado. O humor oscila e
seu refúgio é na bebida. Certo dia, retorna à cidade natal, no estado de
Minnesota, na tentativa de reconquistar o antigo amor da época de colégio, Buddy
(Patrick Wilson). Só que atualmente ele está bem casado e pai de um bebê.
Durante aquela estada desafiadora na cidade, Mavis passará por dias amargos
encarando uma série de situações embaraçosas.
Indicado
ao Globo de Ouro 2012 na categoria de melhor atriz (Charlize Theron), “Jovens
adultos” foi erroneamente vendido como comédia, até pela capa engraçadinha,
toda colorida e com um forte background cor-de-rosa. Fiquem avisados: o filme é
pesado, bem pra baixo, com uma dura lição de vida por trás. Tudo porque a
personagem central, a escritora, tem problemas de comportamento, vive como se
fosse uma garota que está se descobrindo (ela tem 37!) e para fugir das
obrigações toma altas doses de álcool. O único companheiro é o cachorro branco
de pêlos arrepiados. Para piorar, sai de casa para reencontrar o amor do
passado, numa viagem marcada por momentos de sofrimento. Esse antigo namorado
agora tem mulher e filho, mas a descontrolada ex, Mavis, reluta em entender a
situação. A história toda gira em torno dos conflitos existenciais dessa mulher
imatura, cuja vida profissional está um desastre. Ela facilmente se entregue a emoções
de um caso mal resolvido, e que agora não faz mais sentido para o outro. Em
meio a crises, ela se aproxima de um amigo de colégio com problemas de
locomoção (o comediante Patton Oswalt, num papel bizarro e patético), e tenta
consertar o que está despedaçado em milhões de minúsculos pedaços...
O
teor da fita beira o amargo, com resoluções difíceis, destoante das obras do
cineasta responsável pela fita. Aliás, já conhecíamos a boa parceria entre a
roteirista Diablo Cody e o diretor Jason Reitman (filho do famoso diretor Ivan
Reitman), que conquistaram o público com “Juno”, em 2007 – ela até ganhou o
Oscar de roteiro original. Mas aqui retornaram com personagens menos
carismáticos em uma história deprê. E a trágica andança da personagem se dá
pela excelente caracterização da atriz Charlize Theron, num papel nada
agradável. Ou seja, uma atriz experiente interpretando uma mulher
auto-destrutiva numa história sem dúvida alguma muito triste, reduzindo as
possibilidades do filme. Não é ruim, no entanto os pontos negativos dos
personagens e da condução da trama repudiam o público, que está mais
interessado em situações alegres, com finais felizes. Por Felipe Brida
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