sexta-feira, 28 de junho de 2024

Especial de cinema


Dois títulos relançados em edições especiais em DVD e Bluray, pela Classicline e pela Obras-primas do Cinema.


Warlock: O demônio

Boston, 1691. O bruxo Warlock (Julian Sands), acusado de compactuar com o diabo, é morto aos olhos da sociedade. Trezentos anos depois, ele reaparece em Los Angeles para terminar um antigo plano, de usurpar os poderes de Deus, colocando a humanidade em risco. Redferne (Richard E. Grant), um caçador de bruxas, volta do passado para deter Warlock.

Terror cultuado do final dos anos 80, “Warlock: O demônio” carrega certo humor e ares de filme de época, com figurinos que lembram Idade Média (o personagem-título retorna do passado, e ao chegar no tempo atual, há o contraste não só das roupas, mas do contexto social). Não é sanguinolento nem amedronta, tem um quê de scifi com aventura, cuja história traz traços de “Highlander – O guerreiro imortal”, dentro de um tema atraente, sobre feitiçaria e pacto com o diabo. Capricharam também nos efeitos especiais, que reúnem maquiagem pesada de criaturas e tecnologia pré-digital da saudosa década oitentista.
Nome lembrado pelos fãs de terror, o diretor Steve Miner, de “Sexta-feira 13 - partes 2 e 3” (1981 e 1982), “A casa do espanto” (1986), “Halloween H20” (1998) e “Pânico no lago” (1999), sem esquecer do sucesso “Eternamente jovem” (1992), realizou uma bacana fita cult querida pelo público do gênero, e deu tão certo que originou um jogo de videogame do Nintendo, além de duas continuações, inferiores, “Warlock 2: O armageddon” (1993, novamente com Julian Sands) e “Warlock 3: O fim da inocência” (1999 – este para home vídeo, com outro ator no papel do bruxo, Bruce Payne).



Falecido em 2023, o ator Julian Sands trabalha ao lado da atriz e cantora Lori Singer (cuja carreira não engrenou) e “briga” o tempo todo com o personagem do caçador de bruxas, feito por Richard E. Grant.
Roteiro de David Twohy, de “O fugitivo” (1993), e diretor da trilogia “Eclipse mortal/Riddick” (2000, 2004 e 2013, com Vin Diesel).
O filme acaba de ser lançado em DVD pela Obras-primas do Cinema numa caixa com a trilogia Warlock. São dois discos com a trilogia composta por “Warlock 2: O armageddon” (1993) e “Warlock 3: O fim da inocência” (1999) – vem luva, cards colecionáveis e mais de 1h de extras. Em 2020, a Obras-primas do Cinema já havia lançado o primeiro filme em DVD, no box “Sessão de terror Anos 80 – volume 3”, contendo, na caixa, “Pague para entrar, reze para sair” (1981), “Príncipe das sombras” (1987) e “A passagem” (1988).


* Reedição de resenha publicada em 17/10/2020

Warlock, o demônio (Warlock). EUA, 1989, 103 minutos. Terror/Aventura. Colorido. Dirigido por Steve Miner. Distribuição: Obras-primas do Cinema



Prova final

Estudantes de uma escola do segundo grau de uma pequena cidade de Ohio desconfiam que seus professores foram transformados em alienígenas. Eles se unem para entender o que está por trás do caso.

De Robert Rodriguez, diretor norte-americano de descendência mexicana responsável por muitos filmes que se tornaram cult inclusive no Brasil, como “El mariachi” (1992) e seu remake, “A balada do pistoleiro” (1995), “Um drink no inferno” (1996) e “Sin City: A cidade do pecado” (2005), “Prova final” (1998) é um de seus trabalhos mais diferentes e criativos. É um terror com humor negro e criaturas bizarras, sobre um grupo de estudantes que investiga o estranho comportamento de seus professores, ao desconfiar que os corpos deles foram tomados por aliens.
Na época do VHS, o filme fez certo sucesso entre os jovens e ajudou a firmar a carreira do diretor (esse foi o seu quarto longa-metragem). Rodado dentro de uma escola real em Lockhart, no Texas, com os verdadeiros habitantes da cidade, o filme marcou a estreia da panamenha de mãe brasileira Jordana Brewster, que em seguida entraria para o elenco de “Velozes e furiosos” e faria quase toda a franquia. Também foi a estreia do rapper Usher como ator, e vários atores estavam em início de carreira, como Josh Hartnett, Elijah Wood, Clea DuVall e Shawn Hatosy. Outros já eram conhecidos por filmes de terror e ação, como os professores tomados por aliens, Robert Patrick (o T-1000 de “O exterminador do futuro 2: O julgamento final”), Piper Laurie (nomeada a três Oscars, dentre as indicações como a mãe da personagem de “Carrie: A estranha”), Bebe Neuwirth (da série “Cheers”) e Daniel Von Bargen (de “O mestre das ilusões) – sem contar ainda as participações das lindíssimas Salma Hayek e Famke Janssen.
A trama tem ecos de “O enigma de outro mundo” (1982), e até o diretor presta uma homenagem ao filme de John Carpenter, na cena do teste das drogas. Traz fortes evidências de outros longas do gênero, como “Vampiros de almas” (1956), que é citado no filme, e do remake “Invasores de corpos” (1978), que falavam de uma forma alienígena que se apoderava do corpo dos humanos transformando-os em estranhos zumbis.





O roteiro, com cara de filme scifi dos anos 70/80, foi escrito em 1990, porém engavetado, e somente oito anos depois a produtora Miramax, dos irmãos Weinstein e naquela época recém-adquirida pela Disney, resolveu rodar o projeto – o roteirista Kevin Williamson, criador da franquia “Pânico”, assumiu e reescreveu o roteiro, com mais cenas slasher (de mortes sangrentas) e inserindo criaturas melequentas. Para os fãs, um prato cheio!
Saiu em 2022 em DVD pela Classicline, com luva, card e extras, e esse mês foi lançado em Bluray, com os mesmos extras, luva e cards com dois mini-cartazes originais do filme.

* Reedição de resenha publicada em 12/06/2022


Prova final (The faculty). EUA/México, 1998, 104 minutos. Terror/Comédia. Colorido. Dirigido por Robert Rodriguez. Distribuição: Classicline

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