sábado, 19 de junho de 2021

Especial de Cinema


Especial ‘Elvira, a rainha das trevas’

A distribuidora Classicline lança esse mês no mercado brasileiro o box “Elvira”, uma caixa especial para colecionadores que contém o primeiro filme da franquia, “Elvira, a rainha das trevas” (1988), em bluray, e um segundo disco com a continuação, “As loucas aventuras de Elvira” (2001), em DVD. A caixa traz uma série de extras, como making of, featurette, galeria de fotos e trailer, além de um livreto, três cards e um pôster – e ambos os filmes vem com a dublagem clássica. Vale destacar que os dois filmes já haviam saído pela Classicline apenas em DVD, sem extras. Vamos conhecer mais sobre eles.


Elvira, a rainha das trevas

Elvira (Cassandra Peterson) é a apresentadora de um programa televisivo de baixo orçamento sobre filmes de terror, e que no passado foi atriz de filmes B. Sua vida muda quando descobre ter herdado uma velha mansão em Fallwell, Massachusetts, deixada por sua falecida tia. Ela viaja até a pequena cidade para conhecer a casa, e lá é hostilizada pela população conservadora, que a vê como uma afronta, devido às roupas justas que veste, e assim ameaçar os bons costumes. Além de enfrentar os olhares fulminantes dos moradores, terá que lidar com seu tio, o misterioso Vincent Talbot (William Morgan Sheppard), que pretende a todo custo roubar de Elvira um livro de receitas da tia morta, que dá poderes sobrenaturais a quem o lê.

Cultuado pelos jovens americanos após fracassar nos cinemas em 1988, essa nostálgica comédia de terror que muito alegrou o público nas sessões da tarde acaba de ganhar uma caprichada e merecida edição especial em bluray no Brasil, pela distribuidora Classicline. O filme pode agora ser apreciado em alta resolução, acompanhado de extras imperdíveis!


A produção independente (custou U$ 7 milhões) conquistou fãs do mundo inteiro e até hoje é o único trabalho lembrado da atriz Cassandra Peterson, que ainda vive ganhando dinheiro na pele da personagem-chave em festivais, Comic-Cons, aparições na TV e performances em teatro pelo mundo afora. Elvira foi uma criação dela no início da década de 80, para apresentar um programa televisivo chamado “Movie macabre”, em que ela comentava sobre filmes B de terror. Fez sucesso nos EUA, a personagem chegou a aparecer em seriados de TV como “CHiPs” e “Saturday Night Live”, até que surgiu a ideia de um filme próprio.
Seu estilo excêntrico era de um gótico sensual, com fartos seios num vestido preto bem justo ao corpo, com uma cabeleira negra, numa forma menos contida da Morticia Addams. Nesse primeiro filme Elvira se envolve em uma série de situações burlescas numa cidadezinha que condena qualquer tipo de comportamento que fuja dos padrões “normais” (o filme brinca bastante com esse discurso sobre preconceito e recriminação). Ela revida os comentários maldosos com tiradas, chacota e deboche, algo que se tornaria característico na personalidade dessa emblemática figura do cinema. O filme continua um barato, passados 33 anos!


Embalado por uma trilha pop dos anos 80, como “Maniac”, o filme se enquadra como um modesto terrir (comédia com terror, apesar de o horror ficar mais para a parte final, com criaturas, demônios e até cenas de decepação, tudo na brincadeira, logicamente). Há cenas marcantes, como a criatura gosmenta que sai da sopa e a do tio que vira demônio soltando raios pela boca - construídas com efeitos visuais legais e uma maquiagem razoável para a época.
Elvira povoou a imaginação das pessoas, continua lembrada no mundo inteiro e virou símbolo do público gay!
O diretor, James Signorelli, fez uma obra lendária do cinema terrir dos anos 80 (porque não um clássico moderno?), adorada pelos norte-americanos. Ele era um dos produtores de “Saturday Night Live” e fez pouquíssimos filmes, como uma comédia muito bacana dos anos 80 e hoje pouco falada, “Tudo por uma herança”, exibida no Brasil como ‘Dinheiro fácil’, com Rodney Dangerfield e Joe Pesci.
Viva Elvira! Assista ao filme em alta resolução - e também à continuação, feita em 2001.

Elvira, a rainha das trevas (Elvira: Mistress of the dark). EUA, 1988, 96 minutos. Comédia/Terror. Colorido. Dirigido por James Signorelli. Distribuição: Classicline


As loucas aventuras de Elvira

Em seu chamativo vestido preto bem apertado, Elvira (Cassandra Peterson) viaja a Paris para uma apresentação de can can, junto de sua serva Zou Zou (Mary Jo Smith). Após enfrentarem problemas na hospedaria onde estavam instaladas, recebem ajuda de um homem estranho, Lord Vladimere Hellsubus (Richard O’Brien), que as conduz para o castelo onde vive. No medonho local, Elvira irá encarar figuras sinistras vindas do além-túmulo.

Inferior ao original, a continuação de “Elvira, a rainha das trevas”, realizada 13 anos depois, ainda mantém o interesse devido ao retorno da atriz Cassandra Peterson no papel-título, esbanjando humor, deboche e, claro, sensualidade. A atriz ficou eternamente marcada pelo papel da ‘rainha das trevas’ (o que para muitos atores não é bom, pois reduz convites a outros projetos, e para a memória do público só vem aquele personagem), e volta com tudo em seu vestido negro para uma Paris do século XIX, onde se envolverá em uma sinistra aventura cheia de ciladas num castelo mal-assombrado. Para contrabalancear a figura mítica de Elvira, temos um lorde misterioso, feito pelo escritor, dramaturgo e ator britânico Richard O'Brien, num papel à altura do estilo que criara em Riff Raff, de “The Rocky Horror Picture Show” (1975), musical escrito por ele.


Ainda mais barato que o primeiro (esse custou U$ 1,5 milhão), também foi muito exibido na TV americana e no Brasil. Segue a linha do original, menos efusivo e com piadas repetidas, mas tem seu aspecto curioso e alguns momentos cômicos. Vale a pena assistir em dose dupla com o anterior.

As loucas aventuras de Elvira (Elvira's haunted hills). EUA, 2001, 89 minutos. Comédia/Terror. Colorido. Dirigido por Sam Irvin. Distribuição: Classicline

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