quarta-feira, 9 de junho de 2021

Dica de Leitura


"A uns cinquenta metros de distância, me indicava um desses montículos cônicos cobertos de mato, de cerca de dois metros de altura e com uma abertura quase sempre enterrada, com os quais topamos frequentemente ao circundar as muralhas de Ferrara. Olhando bem, eles se parecem um pouco com os montarozzi etruscos dos campos romanos; em escala muito menor, é claro. Com a diferença de que a câmara subterrânea, muitas vezes bem ampla, a que alguns deles davam ainda acesso, nunca serviu de casa para nenhum defunto".

Trecho do livro "O jardim dos Finzi-Contini" (1962), do escritor italiano Giorgio Bassani, fenômeno literário na época e que acaba de ganhar edição no Brasil, pela editora Todavia (2021, 280 páginas, tradução de Mauricio Santana Dias).
O romance se passa no fim da década de 30, em Ferrara, comuna no norte da Itália, onde vive a família aristocrata de judeus Finzi-Contini. Quando as leis raciais endurecem no país, os Finzi-Contini abrem seu palacete de campo para abrigar amigos judeus perseguidos pelos fascistas. Até que estoura a Segunda Guerra Mundial, transformando radicalmente a rotina daquela família.
Ao mesmo tempo que o livro reflete os horrores da perseguição aos judeus na Segunda Guerra, mostra o amor, a amizade e a esperança alimentados por personagens memoráveis, como o professor Ermanno, sua esposa Olga, os filhos Alberto e Micòl e o narrador da história, que não sabemos seu nome, um estudante de letras de origem judia.
Foi adaptado para o cinema, no belíssimo filme italiano de Vittorio de Sica, de 1970, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro e do Urso de Ouro no Festival de Berlim. Leiam e assistam ao filme (disponível em DVD pela Lume e pela Versátil).
Obrigado, pessoal da Todavia, pelo envio do exemplar.





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