Peggy Sue – Seu
passado a espera
Não seja tão exigente com Coppola, assista “Peggy Sue” sem maior compromisso. É uma fita alegre, romântica, cujo clima ‘up’ se dá graças a Kathleen Turner, uma atriz adorável, que pelo papel recebeu sua única indicação ao Oscar, em 1987. O papel original seria de Debra Winger, que estava no auge, mas devido a um acidente de bicicleta, abandonou o projeto, dando lugar a Kathleen, que vinha do sucesso “Tudo por uma esmeralda” (1984), pelo qual havia ganhado o Globo de Ouro.
É um filme feito entre família, tem lá a filha do diretor em início de carreira, Sofia Coppola, então com 15 anos, além do sobrinho, Nicolas Cage, ainda novo, com 22 anos. Por isso todos estão à vontade em cena (você vai ver ainda Jim Carrey bem adolescente!).
Peggy Sue (Kathleen
Turner) é uma mãe de 43 anos à beira do divórcio. Numa festa de
confraternização de velhos amigos de escola, ela desmaia e volta ao tempo, 25
anos antes. Agora ela encontra-se em 1960, na sua cidade natal, e está prestes
a conhecer seu namorado, Charlie (Nicolas Cage), com quem vai se casar. Nesse
retorno ao passado, Peggy tem nas mãos o poder de decidir os próximos passos de
sua vida.
Francis Ford Coppola,
que assinou o filme apenas como Francis Coppola, já tinha cinco estatuetas do Oscar
quando assumiu esse projeto como diretor. Sem dúvida, é um de seus trabalhos mais
corriqueiros, de uma carreira erguida sob alguns dos filmes mais impressionantes
do cinema, como “O poderoso chefão” (I e II, de 1972 e 1974), “A conversação”
(1974) e “Apocalypse now” (1979). Leve, romântico até a última gota, menos
político, “Peggy Sue – Se passado a espera”, na época, foi mal visto pelo
público que acompanhava a carreira de Coppola. A pergunta ficou: “Como um
cineasta daquele gabarito pudesse ter feito algo tão superficial,
despretensioso e açucarado?”. Digo uma coisa: nenhum gênio faz só obras-primas,
diretores de alto nível também dão uma escorregada. Não acho “Peggy Sue” um
filme ruim, é apenas um momento menos intenso de Coppola no cinema. É um
Coppola nostálgico que rememora uma época muito distante da atual (a virada da
década de 50 para a 60), com gracejos, humor simplista, um pouco do estilo de
vida do interior, a paixão e as possibilidades de escolhas (num tom de
fantasia, claro, pois a protagonista volta ao tempo depois de desmaiar). Fica
evidente uma distância meteórica entre o imbatível clássico de máfia “O
poderoso chefão” e esse projeto menos pessoal do diretor. Com o tempo Coppola
foi deixando de dirigir, ficou à frente de muito filme morno e chegou a bombas,
como o terror “Virgínia” (2011 – que, olha, até hoje não compreendo como foi se
enfiar nisso). Sem contar como produtor, que dentre os 75 títulos da
filmografia, existem lá espalhados uns 10 longas desastrosos...
Não seja tão exigente com Coppola, assista “Peggy Sue” sem maior compromisso. É uma fita alegre, romântica, cujo clima ‘up’ se dá graças a Kathleen Turner, uma atriz adorável, que pelo papel recebeu sua única indicação ao Oscar, em 1987. O papel original seria de Debra Winger, que estava no auge, mas devido a um acidente de bicicleta, abandonou o projeto, dando lugar a Kathleen, que vinha do sucesso “Tudo por uma esmeralda” (1984), pelo qual havia ganhado o Globo de Ouro.
É um filme feito entre família, tem lá a filha do diretor em início de carreira, Sofia Coppola, então com 15 anos, além do sobrinho, Nicolas Cage, ainda novo, com 22 anos. Por isso todos estão à vontade em cena (você vai ver ainda Jim Carrey bem adolescente!).
Inspirado na canção
“Peggy Sue got married”, de 1957, cantada por Buddy Holly (precursor do rock,
que morreu num acidente de avião ao lado de Ritchie Valens, em 1959) – a música
toca no filme, e é o título original dele.
Indicado também ao Oscar de fotografia e figurino, o filme saiu em DVD numa excelente cópia pela Obras-primas do Cinema.
Peggy Sue – Seu passado a espera (Peggy Sue got married). EUA, 1986, 103 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Francis Ford Coppola. Distribuição: Obras-primas do Cinema
Indicado também ao Oscar de fotografia e figurino, o filme saiu em DVD numa excelente cópia pela Obras-primas do Cinema.
Peggy Sue – Seu passado a espera (Peggy Sue got married). EUA, 1986, 103 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Francis Ford Coppola. Distribuição: Obras-primas do Cinema
Nenhum comentário:
Postar um comentário