O despertar
Florence Cathcart
(Rebecca Hall) é uma jovem especializada em desvendar fenômenos paranormais, que
visita um pensionato de crianças para estudar um caso que envolve o espírito de
um garoto. Entre possíveis verdades, ilusões e histeria, ela testará o limite
do seu trabalho, e de seu psicológico.
O cinema britânico realizou
muitas fitas de horror gótico nas décadas de 60 e 70, sob a batuta da produtora
Hammer. Transcorridas quatro décadas, o Reino Unido retomou com vigor essa linha
de filmes, com certo crédito e adesão do público. Dois exemplos ilustram o fato,
esse regular suspense psicológico “O despertar” (2011), da BBC Films, e um
melhor ainda, e mais assustador, “A mulher de preto” (2012), lançado pela
própria Hammer após retornar ao mercado de cinema (ela entrou em decadência no
fim dos anos 70, ficou inativa por um longo período até retomar as produções em
2007).
Pois bem, “O despertar”
não é exatamente um filme que dá medo, que tira nosso sono ou que dá sustos
fáceis. Pelo contrário, o terror é subjetivo, às escondidas, e o curioso, inspirado
em uma história real, sobre paranormalidade, ocorrida na Inglaterra da década
de 20. Explora um jogo de ilusão misturado com uma possível existência de
fantasmas, não sabemos se há espírito de verdade ou se aquilo tudo é charlatanismo
(nessa época do Entreguerras, muitas famílias ficaram enlutadas por parentes
mortos em conflitos, e daí houve um crescimento absurdo de vigaristas que
ganhavam dinheiro com a dor alheia, fingindo ver o espírito dos falecidos). É aqui
que o longa tem seu norte, na história do padecimento dessas pessoas, e como
elas tentaram superar seus dramas.
Rebecca Hall (de “Vicky Cristina Barcelona” e “Atração perigosa”) mantém um
papel austero, num thriller bem amarrado, cujo desfecho poderá desagradar por fugir
do óbvio e ser ambíguo. A reconstituição de época pelos figurinos e pela
direção de arte dá um charme extra a essa produção praticamente desconhecida do
grande público. Conheça!
O despertar (The awakening). Reino Unido, 2011, 102
minutos. Drama/Terror. Colorido. Dirigido por Nick Murphy. Distribuição: Playarte
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