A espera
Jeanne (Lou de Laâge) viaja
até a casa do namorado, na Sicília, para reencontrá-lo depois de um tempo longes.
Ela não sabe que ele morreu, e a mãe do rapaz, Anna (Juliette Binoche), recebe Jeanne
para as comemorações da Páscoa. Anna esconderá o fato até que segredos virão à
tona.
Estrela do cinema
francês (e uma das maiores atrizes da atualidade), Juliette Binoche realça a
beleza desse filme trágico com sua interpretação contida, de uma mulher que acaba
de perder o filho e tenta disfarçar a tristeza quando recebe a namorada dele em
casa (esta, não sabe ainda da morte). Nós, espectadores, ficamos apreensivos o
tempo inteiro com a chegada da moça para reencontrar o namorado sem saber que
ele está morto (a gente sabe disso, ela não).
Para criar essa história
comovente, baseada em duas peças de Luigi Pirandello, o diretor estreante em
longa ficcional, Piero Messina, também roteirista ao lado de outras três pessoas,
demonstrou um controle absoluto dos atores em cena, não resvalando para o
melodrama. Tudo é contido, minimalista, silencioso, e Messina soube recorrer a símbolos
ligados ao luto para provocar o tom de tragédia necessário (por exemplo, os
enquadramentos distanciados, as tonalidades pretas da fotografia, a clausura no
casarão na Sicília, as velas acesas etc).
Há um jogo permanente de
sombras pela fotografia sóbria que se torna um dos elementos principais dessa
obra cult sensível, de apelo feminino.
Juliette arrasa como
sempre, e junto dela está outra atriz francesa de enorme competência, Lou de
Laâge (de “Agnus dei”), com seus olhos claros compenetrados. Elas formam uma
dupla de presença.
Quando vi pela primeira
vez nos cinemas em 2015, coloquei-o na lista dos melhores do ano, e revendo
agora a impressão continua a mesma. Assista!
Venceu três prêmios no
Festival de Veneza em 2015, ainda indicado ao Leão de Ouro. Já em DVD pela
Imovision.
A espera (L'attesa). Itália/França, 2015, 99
minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Piero Messina. Distribuição: Imovision
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