quarta-feira, 24 de junho de 2020

Resenha Especial



Phenomena

A adolescente americana Jennifer (Jennifer Connelly) vai estudar num colégio interno para garotas na Suíça. Ela tem um dom especial, de se comunicar com insetos. Na cidade recém-chegada, um serial killer espalha o medo pelas ruas, e acaba seguindo os passos daquela garota.

Conto de fadas sobrenatural do mestre do terror italiano Dario Argento, que mistura giallo (fitas de psicopata, chamado de “Slasher” nos Estados Unidos) com toques de fantasia. Argento realizou em “Phenomena” sua obra mais poética e surrealista, repleta de violência e brutalidade, ao som de Goblin (o grupo que compunha as trilhas sonoras de grande parte de seus filmes, como “Suspiria”, e tinha um brasileiro no meio, Claudio Simonetti) – também notamos Iron Maiden (com “Flash of the blade”), Motörhead (“Locomotive”)  e Simon Boswell, um multiartista que combinava música eletrônica com ópera.
Rodado na Suíça e na Itália, o filme tem cenas sanguinárias marcantes, algumas escatológicas, com corpos em putrefação e decapitação, ou seja, o típico “gore” de Argento. Duas cenas que gosto muito, a da mosca que guia a protagonista por um lugar ermo, e uma sequência final no lamaçal com cadáveres boiando, que remete à icônica sequência de desfecho de “Poltergeist: O fenômeno” (1982).


Jennifer Connelly estava no começo de carreira (foi seu segundo filme), então com 15 anos, e pela primeira vez no papel principal, a da garota que se comunica com insetos. Além dela, uma legião de novos atores, sem contar as participações do veterano Donald Pleasence (o eterno Dr. Loomis, de “Halloween”) e da própria esposa do diretor, Daria Nicolodi (eles são pais da atriz Asia Argento).
O roteiro é de Argento com outro nome do cinema italiano, Franco Ferrini, que havia escrito “Era uma vez na América” (1984), ao lado de Sergio Leone e outros cinco roteiristas, e depois se entregou ao terror, criando um monte de fitas cult do gênero em parceria com Argento, como a trilogia de “Demons” (1985, 1986 e 1989), “Terror na ópera” (1987), “Trauma” (1993) e “Síndrome mortal” (1996).
A Versátil lançou há alguns anos a maior versão disponível do filme, chamada de “Versão integral”, inédita e restaurada, de 115 minutos. Havia nos Estados Unidos uma cortada, de 83 minutos, e uma “internacional”, de 110 minutos, também lançada em DVD no Brasil pela extinta London Filmes/Darkside. Procure a da Versátil e confira esse que é um dos meus filmes de terror favoritos do italiano Dario Argento.

Phenomena (Idem). Itália/Suíça, 1985, 115 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Dario Argento. Distribuição: Versatil Home Video

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