sábado, 20 de junho de 2020

Cine Especial



Os Boxtrolls

Os Boxtrolls são monstrinhos que habitam os subterrâneos da cidade Pontequeijo. Segundo a lenda, eles saem à noite de suas tocas para roubar queijos e raptar crianças - mas na verdade, eles formam uma comunidade adorável que cuida de crianças abandonadas. Um dia, um malvado senhor lança o desafio de exterminar todos os Boxtrolls, contando com ajuda de poucos moradores, o que dá início a uma guerra pelas ruas escuras da pequena cidade.

Indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Bafta de melhor animação em 2015, a animação é um barato para quem curte histórias mais sinistras, com personagens bizarros, de traços grotescos – no lançamento, em 2014, elegi “Boxtrolls” a melhor fita do gênero daquele ano, que tende agradar mais o público jovem do que crianças (tirei por base minha sobrinha, de 7, que achou estranho demais para a idade dela). Tem um porquê da animação carregar pequenas estranhezas: quem produziu é a Laika, um estúdio norte-americano de stop-motion, que realizou dois outros no mesmo estilão, “Coraline e o mundo secreto” (2009) e “ParaNorman” (2012), ambos indicados ao Oscar de animação, e com certeza inovadores na linguagem e no tipo de desenho (quem assistiu a um deles sabe do que estou falando).
No filme, baseado no romance inglês “Here be monsters!” (2005), escrito e ilustrado por Alan Snow, um bando de criaturinhas feiosas invadem as ruas de uma cidade fictícia, cheia de sujeira e estranhezas, sempre à noite, para caçar comida. Eles são “trolls” dentro de uma caixa (por isso o título), reza a lenda que atacam crianças, mas a realidade eles cuidam delas, ou melhor, das que foram abandonadas pelos pais – um deles é o garoto principal, Ovo, que se juntará a uma menina rica para barrar o extermínio dos amiguinhos monstrengos, já que uma parte da população, irada, pretende limpar as ruas, a mando de um vilão (fanático por queijos, que quer alcançar um lugar ao sol na sociedade).


A composição das cenas em CG são uma maravilha à parte, um trabalho de artesão de imagens (foi o único longa-metragem da dupla Graham Annable e Anthony Stacchi), sem contar as sequências de perseguição, que nos deixa tensos. E como muitas das animações atuais, traz forte comentário social, aqui trata do abandono de crianças, da perseguição ao “diferente”, da ganância ao poder e do consumismo exagerado.
Revi dias atrás, “Boxtrolls” continua um lindo presente aos fãs do gênero animação. Ah, e reparem nas vozes, tem os talentosos Ben Kingsley, Toni Collette, Jared Harris, Nick Frost, Simon Pegg, Elle Fanning e Tracy Morgan.

Os Boxtrolls (The Boxtrolls). EUA, 2014, 96 minutos. Animação. Colorido. Dirigido por Graham Annable e Anthony Stacchi. Distribuição: Universal Pictures

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