Os
Boxtrolls
Os
Boxtrolls são monstrinhos que habitam os subterrâneos da cidade Pontequeijo. Segundo
a lenda, eles saem à noite de suas tocas para roubar queijos e raptar crianças
- mas na verdade, eles formam uma comunidade adorável que cuida de crianças abandonadas.
Um dia, um malvado senhor lança o desafio de exterminar todos os Boxtrolls, contando
com ajuda de poucos moradores, o que dá início a uma guerra pelas ruas escuras
da pequena cidade.
Indicado
ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Bafta de melhor animação em 2015, a animação é
um barato para quem curte histórias mais sinistras, com personagens bizarros,
de traços grotescos – no lançamento, em 2014, elegi “Boxtrolls” a melhor fita do
gênero daquele ano, que tende agradar mais o público jovem do que crianças
(tirei por base minha sobrinha, de 7, que achou estranho demais para a idade
dela). Tem um porquê da animação carregar pequenas estranhezas: quem produziu é
a Laika, um estúdio norte-americano de stop-motion, que realizou dois outros no
mesmo estilão, “Coraline e o mundo secreto” (2009) e “ParaNorman” (2012), ambos
indicados ao Oscar de animação, e com certeza inovadores na linguagem e no tipo
de desenho (quem assistiu a um deles sabe do que estou falando).
No
filme, baseado no romance inglês “Here be monsters!” (2005), escrito e
ilustrado por Alan Snow, um bando de criaturinhas feiosas invadem as ruas de
uma cidade fictícia, cheia de sujeira e estranhezas, sempre à noite, para caçar
comida. Eles são “trolls” dentro de uma caixa (por isso o título), reza a lenda
que atacam crianças, mas a realidade eles cuidam delas, ou melhor, das que
foram abandonadas pelos pais – um deles é o garoto principal, Ovo, que se juntará
a uma menina rica para barrar o extermínio dos amiguinhos monstrengos, já que
uma parte da população, irada, pretende limpar as ruas, a mando de um vilão (fanático
por queijos, que quer alcançar um lugar ao sol na sociedade).
A composição
das cenas em CG são uma maravilha à parte, um trabalho de artesão de imagens
(foi o único longa-metragem da dupla Graham Annable e Anthony Stacchi), sem
contar as sequências de perseguição, que nos deixa tensos. E como muitas das
animações atuais, traz forte comentário social, aqui trata do abandono de
crianças, da perseguição ao “diferente”, da ganância ao poder e do consumismo
exagerado.
Revi
dias atrás, “Boxtrolls” continua um lindo presente aos fãs do gênero animação. Ah,
e reparem nas vozes, tem os talentosos Ben Kingsley, Toni Collette, Jared
Harris, Nick Frost, Simon Pegg, Elle Fanning e Tracy Morgan.
Os
Boxtrolls (The
Boxtrolls). EUA, 2014, 96 minutos. Animação. Colorido. Dirigido por Graham
Annable e Anthony Stacchi. Distribuição: Universal Pictures
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