Vamos de Netflix nessa quarentena? Conheça esses cinco bons títulos que estão disponíveis na plataforma!
O
declínio
Num
campo de treinamento de sobrevivência no meio da neve na província de Quebec,
um estranho acidente desencadeia uma caçada mortal entre os participantes.
Thriller
canadense no melhor estilo “fervura máxima”, a primeira investida do Netflix
Quebec, portanto falado em língua francesa. Em seu primeiro longa-metragem, o
jovem diretor Patrice Laliberté escala um elenco de atores locais promissores,
nenhum conhecido nosso, e parte de um roteiro próprio, sobre caçada e sobrevivência
no meio do gelo. Demora um pouco para desenrolar a ideia, depois de
apresentados os personagens o filme dá um up com perseguições sem fim, tiros, mortes,
com plot twist e sacadas legais, tudo fotografado em maravilhosas locações, em
florestas congeladas no meio do nada (as lindas paisagens são das montanhas de
Quebec).
Curtinho,
com apenas 83 minutos, é um autêntico e estranho jogo de gato e rato, onde pouquíssimos
irão se manter em pé... Programa adequado para quem gosta de suspense e ação,
que acabou de “estrear” no Netflix.
O
declínio (Jusqu'au
déclin/ The decline). Canadá, 2020, 83 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por Patrice Laliberté. Distribuição: Netflix
Paddleton
Michael
(Mark Duplass), um homem de meia-idade solitário, descobre um câncer agressivo.
Seu único contato é o vizinho Andy (Ray Romano), que também vive só, e acaba se
solidarizando a ele. Ambos partem sem destino para uma última viagem de carro
pelos Estados Unidos.
Mark
Duplass, ator americano de vários filmes independentes, como “Creep” (2014),
também roteirista e produtor, protagoniza esse bonito drama ao lado de Ray
Romano, indicado a dois Globos de Ouro pela série “Everybody loves Raymond”, e que
recentemente apareceu no filme de máfia “O irlandês” (2019). Eles formam a
dupla de amigos solitários que, depois da descoberta do câncer de um deles,
resolvem seguir viagem pelos EUA, sem rumo, sem prumo. Pelas estradas, aprofundam
a relação, conversam sobre o passado, o futuro e a morte. Haverá momentos
ternos, outros cômicos, sempre tratados com um lado humano, realista, sem cair
em dramalhões pesados, por mais que o tema possa parecer. Já vimos diversas
histórias assim no cinema, mas esse aqui é honesto, tocante e merece ser
descoberto (essa modesta produção do Netflix entrou no catálogo em fevereiro de
2019).
Exibido
no Festival de Sundance, tem roteiro assinado por Duplass junto de Alex Lehmann,
que dirigiu o filme.
Paddleton (Idem). EUA, 2019, 89 minutos.
Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Alex Lehmann. Distribuição: Netflix
Loja
de unicórnios
Kit (Brie
Larson) é uma jovem alegre e sonhadora, pressionada pelos pais para ter um
emprego digno. Um dia, de maneira mágica, recebe a ilustre visita do proprietário
de uma loja que vende unicórnios de verdade (Samuel L. Jackson). Ele oferece a
Kit o poder de realizar seus sonhos de criança.
Passou
no Festival de Toronto em 2017 e só dois anos depois entrou no Netflix essa
produção original deles, uma fita bem com cara de cinema independente. É uma
comédia dramática up, bonitinha, leve, que beira o fantástico (devido aos
toques de fantasia), com a presença marcante de Brie Larson, que dessa vez não
só atua como estreia na direção, dois anos após ter ganhado o Oscar de melhor atriz
pelo impactante “O quarto de Jack” (2015). Samuel L. Jackson aceitou mais um
papel excêntrico para sua galeria de personagens meio over, meio loucos, agora usando
ternos rosas, com adornos coloridos (ele é famoso por caricaturas), esbanjado
graça, super à vontade como o vendedor de unicórnios. O filme é uma inspiração
para adolescentes, fala sobre a realização de sonhos de crianças (aqueles
sonhos impossíveis), e encanta pela forma que conduz a história. Conta com uma ajuda
extra do bom time de coadjuvantes, como Joan Cusack e Bradley Whitford, que
interpretam os pais da protagonista.
Não
quebre a cabeça procurando explicações palpáveis, entre na onda e divirta-se
com esse entretenimento meio maluquinho do Netflix.
Loja
de unicórnios
(Unicorn store). EUA, 2017, 92 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido
por Brie Larson. Distribuição: Netflix
Gente
de bem
Anders
(Ben Mendelsohn), um americano de 60 anos, está cansado da vida que leva. Acaba
de abandonar o trabalho, separou-se há pouco da esposa, tem uma difícil relação
com o filho adolescente. Meio perdido, ocupa o tempo decorando a casa, enquanto
tenta se reaproximar do filho e inicia uma amizade com um jovem usuário de
drogas.
Muita
gente não conhece Ben Mendelsohn, e muitos que o conhecem não gostam dele pelo
ar de antipático, sempre em papéis fechados, sérios. Eu gosto dele por causa
dessas particularidades – é um ator australiano, indicado ao Globo de Ouro pela
série “Bloodline”, fez cerca de 40 longas, dentre eles um personagem fortíssimo
no drama “Una” (2016), o vilão de “Jogador número 1” (2018), participações em
blockbusters como “Rogue One: Uma história Star Wars” (2016), “Robin Hood: A
origem” (2018), “Capitã Marvel” (2019) e “Homem-Aranha: Longe de casa” (2019). Em
suma, um cara que está em voga.
Nessa
produção original do Netflix, ele dá um show como Anders, um homem que tem a
vida bagunçada nos aspectos “família” e “trabalho”, não se encontra de jeito
nenhum. Separado, tenta se reconciliar com o filho-problema, pensa na ex-esposa
na hora que transa com outras mulheres. E arruma uma solução para se organizar
internamente quando fica fissurado em decorar a casa.
O drama
mostra a dificuldade dele em reajustar o seu interior e as relações que o
cercam, tornando-se um retrato das famílias americanas de classe média em
crise. O filme se segura principalmente pelo trabalho de Mendelsohn – apesar que
tem coadjuvantes bons, como a grande atriz Edie Falco, pouco aproveitada (ela é
mais vista em séries de sucesso, como “Nurse Jackie” e “The Sopranos”, pelo
qual ganhou dois Globos de Ouro), Thomas Mann (que tem o mesmo nome do famoso
escritor alemão, o garoto fez filmes como “Eu, você e a garota que vai
morrer”), e a premiada Connie Britton.
Não
é para todos os públicos... é uma história dura tratada com certo humor, baseado
no romance de Ted Thompson, adaptado para as telas e dirigido pela cineasta Nicole
Holofcener, de “À procura do amor” (2013), indicada ao Oscar de roteiro pelo
fantástico drama real “Poderia me perdoar?” (2018).
Gente
de bem (The land of steady
habits). EUA, 2018, 98 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Nicole
Holofcener. Distribuição: Netflix
Amizades
improváveis
Trevor (Craig Roberts) é um garoto de 19
anos, cadeirante, portador de distrofia muscular. Seu novo cuidador é Ben (Paul
Rudd), um homem 20 anos mais velho, com depressão devido à morte do filho
pequeno, e inexperiente na área de cuidados médicos. Nessa amizade improvável, farão
juntos uma viagem pelo interior dos Estados Unidos, em busca de redescobertas.
Agradável comédia dramática produzida pelo
Netflix na linha do emotivo filme francês “Intocáveis” (2011 - que teve remake
e imitações), sobre a amizade de um homem com um garoto cadeirante que tem pouco
tempo de vida. Em primeiro plano temos um escritor recém-divorciado que trata
de uma depressão, pois se sente culpado pela morte do filho pequeno (Paul Rudd,
em bom momento). Então inicia um job diferente, para ajudar nos cuidados
diários de um garoto cadeirante, agitado, que fala pelos cotovelos, cheio de
piadas na ponta da língua e adora fazer adivinhações com números (outro bom
ator, o jovem Craig Roberts). Com a permissão da mãe do menino (a ótima
Jennifer Ehle), viajam sozinhos de carro para o interior do país, onde terão
longos momentos para conversar sobre si, acerca da vida, do futuro, sonhos, ou
seja, vão se autodescobrir e entrar em sintonia. No caminho até arrumam uma
companheira de estrada (a cantora e também atriz Selena Gomez).
Tudo é previsível, agridoce, a história cativa,
emociona, servindo de reflexão sobre o tema “Nada está perdido”!
Dirige Rob
Burnett, produtor de “Late show
with David Letterman”, ganhador de cinco Emmys pelo programa, que escreveu o
roteiro baseado no romance de Jonathan Evison, de 2015.
Amizades improváveis (The fundamentals of caring). EUA, 2016, 97 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Rob Burnett. Distribuição: Netflix
Nenhum comentário:
Postar um comentário