Faroeste na quarentena
Cinco filmes de faroeste para assistir em casa. Em DVD pela Classicline! Confira aí!
Duelo sangrento
No Novo México, o
jovem pistoleiro Billy the Kid (Audie Murphy) é perseguido por capangas quando
decide se vingar pela morte do patrão.
Modesto faroeste de início de carreira de Audie
Murphy, em seu quatro longa-metragem, e o primeiro western, que retrata a saga
do lendário pistoleiro Billy the Kid (1859-1881), o gatilho mais rápido do
Oeste. Centra-se na chamada Guerra do Condado de Lincoln (ocorrida em 1878), quando
o tímido garoto Billy, com apenas 21 anos, armou uma revolta com seu grupo de
20 homens contra fazendeiros e comerciantes que mataram seu patrão. O conflito
durou três anos, mobilizou xerifes de vários estados, encerrando-se com a morte
de Billy três anos depois.
Murphy, marcante no cinema faroeste, protagonizou
pela primeira vez aqui, na época com 26 anos, atraindo a atenção do público – o
ator morreu cedo, aos 46 anos, em 1971, vítima de acidente de avião.
O filme é ingênuo, de baixo orçamento, com cenários
cafonas, no entanto empolga pelas cenas de tiroteio, sendo assim um
bangue-bangue regular. Tem argumento original de Robert Hardy Andrews, com
roteiro dele, que fez “No velho Colorado” (1948), e direção de Kurt Neumann, de “A mosca da cabeça branca” (1958). Originalmente
da Universal, saiu em DVD pela Classicline.
Duelo sangrento (The kid from Texas). EUA, 1950, 74
minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Kurt Neumann. Distribuição: Classicline
Terra do inferno
O vaqueiro Owen (Randolph Scott) passa a ser alvo de
atiradores contratados por um rancheiro que disputa suas terras com ele.
Original da Columbia Pictures, feito num bonito Technicolor,
é um dos bons faroestes com a marca de André De Toth, cineasta e roteirista
austro-húngaro realizador de cinema noir, destacando-se também em faroestes,
por exemplo recebeu indicação ao Oscar de melhor roteiro por “O matador” (1950).
Com um rosto típico dos westerns da época, Randolph Scott (de “Resgate de
bandoleiros”), o filme tem um roteiro bem amarrado, no patamar das fitas da
época, com ótimos momentos de suspense, drama e até romance (quando há uma
disputa entre o vaqueiro e o rancheiro pelo amor da mesma mulher) – o roteiro
foi baseado no romance rancheiro de Ernest Haycox, roteirista de um dos
faroestes mais aclamados do cinema, “No tempo das diligências” (1939).
Rodado em vales reais da California, como o
belíssimo Lone Pine, tem como atrativo a marcante canção, de mesmo título do
filme, “Man in the saddle”, composta pelo cantor country Tennessee Ernie Ford
(que até faz uma pontinha na metade, tocando violão). Ah, não nos esqueçamos
das atuações femininas: Joan Leslie e Ellen Drew fazem bonito!
Sou fã de faroeste, e este é um pequeno achado,
disponível em DVD pela Classicline (que fez bem em resgatá-lo).
Terra do inferno (Man in the
saddle). EUA, 1951, 86 min. Faroeste. Colorido. Dirigido por André De Toth. Distribuição: Classicline
E três exemplares com o astro Glenn
Ford
Império da desordem
Ex-caçador de
recompensas, Cheyenne (Glenn Ford), que hoje leva uma vida fora dos crimes, é
preso acusado de assaltar um banco. Seu melhor amigo é o xerife Steve (Randolph
Scott), da cidade onde o local foi roubado. Ele tenta provar a inocência de
Cheyenne procurando pelo verdadeiro bandido.
Lançado em 1943, é um dos primeiros filmes
Technicolor da Columbia Pictures, que chacoalhou o mercado cinematográfico americano
da época com a novidade tecnológica! A imagem no Technicolor era realçada, as
cores carregavam nova perspectiva, o enquadramento melhorava, enfim, o campo de
visão do público submetia-se a outra configuração. Em “Império da desordem”, percebe-se
especialmente a qualidade da fotografia, mas o que viria em filmes futuros
marcaria mais a memória das pessoas.
Trazia o astro do western Randolph Scott, e tinha ainda
um Glenn Ford novinho em folha, então com 27 anos - depois atuaria em uma dezena
de faroestes, como “A pistola do mal”. O roteiro empolgante de Robert Carson,
ganhador do Oscar de roteirista pela primeira versão de “Nasce uma estrela” (1937),
segura o telespectador na cadeira, aliado à formidável direção do icônico Charles
Vidor, dos clássicos “À noite sonhamos” (1945) e “Gilda” (1946). A trama segue
os ingredientes do western: rivalidade, vingança, brigas com bala por todo
lado, o mocinho versus o bandido. E No meio disso tudo, há um romance entremeado
(no papel feminino, a da condessa, Claire Trevor), e para fechar o trio
masculino, outro nome do cinema faroeste, Edgar Buchanan (de “Pistoleiros do
entardecer”, de novo com Randolph Scott). Para apreciadores do gênero, uma boa
pedida!
Império da desordem (The Desperadoes). EUA, 1943, 86
minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Charles Vidor. Distribuição: Classicline
Prestes a se casar
com a dona de um saloon no Velho Oeste, o ex-pistoleiro, hoje assistente de
xerife, Dan Blaine (Glenn Ford), trava um duelo mortal com um jovem atirador,
recém-chegado à sua cidade.
Um digno faroeste de um dos mais profícuos cineastas
do cinema americano, Richard Thorpe, realizador de 185 filmes entre as décadas
de 20 e 60, como o clássico “Ivanhoé, o vingador do rei” (1952). E foi também seu
último trabalho – Thorpe aposentou-se depois de “O pistoleiro do Rio vermelho”,
morrendo em 1991 aos 95 anos.
No padrão das produções de bangue-bangue da época, ao
contrário de Império da desordem” (1943) que tinha Glenn Ford novinho, aqui o
ator envelheceu, estrelando no papel de um ex-pistoleiro cheio de rugas,
cansado da vida de crime (na época ele tinha 53 anos), disposto a recomeçar de
forma diferente ao lado de uma mulher (Angie Dickinson, linda e elegante). Mas nada
é como planejado; um duelo cara a cara com um garoto bom de gatilho fará com
que empunhe novamente sua arma. Como diz o título original, será “o último
desafio” do fora-da-lei aposentado.
Com longas cenas no interior de saloon, nem tantas
de tiroteio, misturando romance e drama, o “far-west” da MGM é um exemplar
requintado, bem feito, para os saudosistas do gênero (eu me encaixo nessa). Em
DVD pela Classicline.
O pistoleiro do Rio Vermelho (The last challenge). EUA, 1967, 95
minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Richard Thorpe. Distribuição: Classicline
A pistola do mal
Quando retorna para
casa depois de cumprir sua jornada de pistoleiro, Lorn (Glenn Ford) encontra seu
rancho em ruínas e descobre que a esposa e as filhas foram raptadas por apaches.
Em busca de pistas, junta-se a um velho que negociava com índios, Owen (Arthur
Kennedy), para localizarem a família raptada.
Clássico faroeste da MGM, “A pistola do mal” conta
com atuações memoráveis de Glenn Ford, astro do gênero, e de Arthur Kennedy, um
de meus atores favoritos (indicado a cinco Oscars), numa trama envolvendo pistoleiros
contra índios apaches. Não tem como não lembrar de “Rastros de ódio” (1956), o
filme até pode ter recorrido à obra-prima de John Ford, com resultado menor.
Porém isso não rebaixa a qualidade desse bangue-bangue caprichado, por vezes down,
angustiante, que trazia na direção o filho de Richard Thorpe, Jerry (assim como
o pai, viveu até os 90 anos, falecendo em 2018) – ele era um atuante produtor,
dirigiu menos filmes, mais seriados. Como de praxe nos westerns americanos das
décadas passadas, o índio é tratado com o mal da vez (sendo que eles revidam por
terem sido expropriados de suas próprias terras!). Há ganchos com tramas
paralelas, com direito a reviravoltas no desfecho. Prepara-se para uma grande
aventura no Oeste selvagem.
A pistola do mal (Day of the
evil gun). EUA, 1968, 92 minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Jerry Thorpe. Distribuição: Classicline
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