O
casal Annabel (Jessica Chastain) e Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) passa a cuidar
de duas sobrinhas que estavam desaparecidas e foram resgatadas em uma floresta
isolada. Elas pouco conversam e têm instintos animalescos – engatinham e comem
com as mãos. Com a chegada das irmãs à residência do casal, estranhos e
assustadores fenômenos tomam conta do ambiente.
Decepcionante
filme de terror hispano-canadense, produzido pelo mestre do cinema fantástico
contemporâneo Guilhermo Del Toro, cujo nome, de peso, infelizmente não
acrescenta no resultado. Um trabalho que começa bem e naufraga ao longo da
história, com um final frustrante. Na intrigante apresentação, vemos um pai
levando desesperadamente suas duas filhas pequenas para uma cabana no alto da
montanha congelada até que uma entidade, em forma de mulher, aparece e coloca
fim nos planos doentios daquele homem. As crianças são cuidadas por esse
fantasma, apelidado por elas de ‘Mama’. E quando policiais resgatam as meninas
desaparecidas e a levam para o colo dos tios, a assombração vai junto,
perturbando a pacata residência do casal.
Aquele
velho problema de ausência de criatividade do diretor: a história se perde com
fórmula batida, de espírito maligno em busca de vingança, revelações sem
impacto e clichês a rodo – tudo o que Del Toro não costuma fazer, e aqui
quebrou a cara feio. Há pouquíssimos momentos de tensão e sustos, e os próprios
efeitos visuais não são bons (a ‘Mama’ tem traços artificiais que beiram o
ridículo).
No
elenco central, o ator dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau e a quase vencedora do
Oscar esse ano Jessica Chastain, com corte channel e cabelo pintado de preto,
interpretam o casal que se depara com o fantasma, em performance abaixo do
esperado – e olha que os dois costumam ser muito bons!
Enfim,
um filminho de horror sem travessia, com sensação de que “já vimos isto antes”.
O
roteiro é do próprio diretor Andrés Muschietti, cujo argumento nasceu de um
curta-metragem homônimo dele, de apenas 3 minutos e rodado em 2008, sobre a
assombração da mesma mulher. Inclusive o roteiro do curta foi inserido
integralmente como uma sequência no desfecho do longa.
Estranhamente
“Mama” recebeu alguns prêmios em festivais independentes, como Palm Springs e
Fantasporto, ou seja, tem crítica e público que ainda gosta.
Com
custo de U$ 15 milhões, rendeu U$ 71 nas bilheterias – número razoavelmente
bom. Mas fique atento: nem os prêmios e nem a bilheteria satisfatória garantem
um novo olhar para o fraco “Mama”. Em Dvd. Por Felipe Brida
Mama (Idem). Canadá/Espanha, 2013, 100
min. Horror. Dirigido por Andrés
Muschietti. Distribuição: Universal
Nenhum comentário:
Postar um comentário