sábado, 31 de agosto de 2013

Cine Lançamento


Mama

O casal Annabel (Jessica Chastain) e Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) passa a cuidar de duas sobrinhas que estavam desaparecidas e foram resgatadas em uma floresta isolada. Elas pouco conversam e têm instintos animalescos – engatinham e comem com as mãos. Com a chegada das irmãs à residência do casal, estranhos e assustadores fenômenos tomam conta do ambiente.

Decepcionante filme de terror hispano-canadense, produzido pelo mestre do cinema fantástico contemporâneo Guilhermo Del Toro, cujo nome, de peso, infelizmente não acrescenta no resultado. Um trabalho que começa bem e naufraga ao longo da história, com um final frustrante. Na intrigante apresentação, vemos um pai levando desesperadamente suas duas filhas pequenas para uma cabana no alto da montanha congelada até que uma entidade, em forma de mulher, aparece e coloca fim nos planos doentios daquele homem. As crianças são cuidadas por esse fantasma, apelidado por elas de ‘Mama’. E quando policiais resgatam as meninas desaparecidas e a levam para o colo dos tios, a assombração vai junto, perturbando a pacata residência do casal.
Aquele velho problema de ausência de criatividade do diretor: a história se perde com fórmula batida, de espírito maligno em busca de vingança, revelações sem impacto e clichês a rodo – tudo o que Del Toro não costuma fazer, e aqui quebrou a cara feio. Há pouquíssimos momentos de tensão e sustos, e os próprios efeitos visuais não são bons (a ‘Mama’ tem traços artificiais que beiram o ridículo).
No elenco central, o ator dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau e a quase vencedora do Oscar esse ano Jessica Chastain, com corte channel e cabelo pintado de preto, interpretam o casal que se depara com o fantasma, em performance abaixo do esperado – e olha que os dois costumam ser muito bons!
Enfim, um filminho de horror sem travessia, com sensação de que “já vimos isto antes”.
O roteiro é do próprio diretor Andrés Muschietti, cujo argumento nasceu de um curta-metragem homônimo dele, de apenas 3 minutos e rodado em 2008, sobre a assombração da mesma mulher. Inclusive o roteiro do curta foi inserido integralmente como uma sequência no desfecho do longa.
Estranhamente “Mama” recebeu alguns prêmios em festivais independentes, como Palm Springs e Fantasporto, ou seja, tem crítica e público que ainda gosta.
Com custo de U$ 15 milhões, rendeu U$ 71 nas bilheterias – número razoavelmente bom. Mas fique atento: nem os prêmios e nem a bilheteria satisfatória garantem um novo olhar para o fraco “Mama”. Em Dvd. Por Felipe Brida


Mama (Idem). Canadá/Espanha, 2013, 100 min. Horror. Dirigido por Andrés Muschietti. Distribuição: Universal

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