Mundo sem fim – Volume I: O jogo
Inglaterra,
século XIV. A rainha Isabella (Aure Atika) coroa o filho Eduardo III (Blake
Ritson) como o novo rei de Kingsbridge, e divide com ele o poder. Fora da
pujança do palácio, a população passa fome, há saques pelas ruas e a violência
corre solta. Em meio a esses graves problemas sociais, surge um cavaleiro
desconhecido, ferido com uma flecha; chamado Thomas Langley (Ben Chaplin),
esconde um segredo que poderá comprometer toda a cidade de Kingsbridge, inclusive
a Igreja Católica, forte aliada dos reis e que tem amplo controle da sociedade.
Dos
produtores de “Gladiador” e do seriado “Os Bórgias”, chega em DVD no Brasil a
primeira parte de “Mundo sem fim”, intitulado “O jogo”. Na verdade, é uma continuação
adequada de outra microssérie primorosa, “Os pilares da Terra”, indicada a três
Globos de Ouro em 2011. Segue a mesma estrutura de narrativa - ambas são
adaptações do best seller de Ken Follett, um estudioso escritor especializado em
Idade Média.
A
história de “Mundo sem fim” transcorre no ano de 1377, dois séculos depois dos
últimos acontecimentos de “Os pilares da Terra”. Os descendentes dos principais
personagens da outra microssérie são o foco de tramas de assassinato, poder e
ganância. “Mundo sem fim” resgata tradições do cenário medieval, como a figura
dos reis, que pregavam o terror e deixavam a população na miséria, além do
controle absoluto da sociedade pela Igreja Católica, que condenava à morte
cidadãos considerados hereges e outros culpados por crimes diversos. Tudo narrado
com clima de violência, de impacto, reprodução fiel de uma época turbulenta da
História.
Temos
em voga personagens fictícios num pano de fundo real, mostrados com traços fortes
e comuns do período medieval: o rei vingativo, a rainha dominada pelo poder,
mulheres místicas, que fazem bruxaria, além de intrigas no reinado, população
organizando revide contra os déspotas – e também a figura de um cavaleiro
misterioso que poderá mudar os rumos da cidade (o sumido Ben Chaplin, em papel
fraco).
Falando
no ator, o elenco conta com muitos vindos da TV britânica e alguns poucos
rostos conhecidos, como Cynthia Nixon (uma personagem forte, de uma mulher meio
feiticeira) e dois indicados ao Oscar, Miranda Richardson e Peter Firth (dois
bons vilões caracterizados).
Dentre
as dezenas de produtores da microssérie destacam-se os irmãos Scott, Ridley e
Tony (falecido esse ano), que também assinaram “Os pilares da Terra”.
Sem
dúvida um trabalho estonteante, com produção caprichada (toda rodada em estúdio
na Hungria), rico em detalhes de uma época tão tenebrosa e distante - e que o
cinema sempre explorou com maestria (“Coração valente”, “O leão no inverno”,
“Cruzada”, “El Cid” e “O feitiço de Áquila”).
A
partir de 2013, a cada mês sairá em DVD as três outras sequências, intituladas
“O duelo”, “A peste” e “Xeque-mate”. Imperdível! Por Felipe Brida
Mundo sem fim –
Volume I: O jogo (World
without end). Inglaterra/Canadá/Alemanha, 2012, 98 min. Aventura/Drama.
Dirigido por: Michael Caton-Jones. Distribuição: Paramount
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