sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cine Lançamento



 
As mil palavras

Jack McCall (Eddie Murphy), um incansável falador, utiliza-se do “dom” das palavras para fechar negócios com grandes corporações. Certo dia, conhece um guru, Sinja (Cliff Curtis), que faz uma estranha troca com ele: uma árvore de mil folhas. A enorme planta brota, de forma mágica, no jardim de McCall. E o trato está fechado: para cada palavra dita, uma folha cai; se todas despencarem da árvore, McCall morre. Desesperado, terá de aprender a se controlar para falar o menos possível o que irá ajustar sua vida por completo.

Campeão de filmes que foram fracasso, o comediante Eddie Murphy, para mim um ator insuportável em cena, faz um trabalho razoável, melhor do que podíamos imaginar. Ele está mais controlado do que de costume, menos caricato (claro que em momentos ainda solta aquela voz fina, com trejeitos gays), numa comédia dramática com temática fantasiosa e roteiro até curioso, construído em torno de lições. E o diretor, Brian Robbins, é parceiro de Murphy – juntos, fizeram dois trabalhos horrorosos, “Norbit” e “O grande Dave”.
Ficou parado por quatro anos até resolverem lançá-lo, de maneira discreta, diretamente em home vídeo. Murphy interpreta um homem que fala mais que a boca, cansativo para os ouvidos, que leva uma boa vida de casado e com um bom dinheiro na conta. Até que o mundo para ele passa a não fazer mais sentido quando se aproxima de um guru de pouca conversa, que lança um jogo sobrenatural com ele, tirando seu poder de fala. E já sabemos que o personagem central precisará encontrar novas ferramentas para se comunicar, ou com gestos ou com textos e sinais, para poder viver (e sobreviver) em sociedade. Tarefa difícil para um cidadão nada fácil!
Um filme de uma piada só, com situações até engraçadas, que se repetem. Murphy dá o ar da graça sem irritar e sem ficar over. Até fica bem, sem causar “danos” na produção, nos momentos dramáticos (em especial da metade para o final, e olha que o clima de tragédia vai se anunciando).
Aos fãs do ator, mais um dele, que está em dias bons. O filme não fez sucesso, chegou de mansinho no Brasil e em outros países, e agora, em DVD, seria oportuno uma pequena olhadela, como passatempo de fim de semana. E quem assistir aos extras, há um fraco final alternativo. Já nas locadoras. Por Felipe Brida
As mil palavras (A thousand words). EUA, 2012, 91 min. Comédia dramática. Dirigido por Brian Robbins. Distribuição: Paramount

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