Noruega, 1915. Um jovem delinqüente, Erling (Benjamin Helstad), é encaminhado para o reformatório da Ilha de Bastoy, entre os oceanos Ártico e Atlântico. Após sofrer torturas, organiza uma violenta rebelião, juntamente com dezenas de prisioneiros, como reação aos maus tratos e abusos.
Ficou
inédito nos cinemas brasileiros esse excelente filme norueguês baseado em fatos
reais, cuja história lembra bastante “Papillon” – só que em vez do calor
infernal da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, este se passa nos congelados
fiordes do extremo norte da Europa. Provoca
impacto imediato a dramatização dos fatos, ocorridos em um isolado reformatório
para rapazes desajustados, na Ilha de Bastoy, na Costa da Noruega. Distante 70
quilômetros da capital, Oslo, a prisão, de segurança mínima (comum em países
europeus), existe desde 1900, e foi palco de uma revolta que terminou em
tragédia. Em resposta às torturas sofridas, o grupo de rapazes voltou-se contra
a instituição, assassinou guardas do reformatório e iniciou um fracassado
processo de fuga. Diversos morreram fuzilados, outros se afogaram no oceano.
Depois da insurreição, as regras de Bastoy mudaram drasticamente – e até hoje a
prisão está ativa.
"Inferno na ilha" remonta parte dessa triste história. Situa a ação em 1915, com a chegada em Bastoy de um garoto novato, que passa a carregar pedras, é espancado pelos guardas, até arquitetar a mirabolante rebelião. O desconhecido ator Benjamin Helstad interpreta esse líder nato, em papel de muito empenho. Aliás, quase todo o elenco não é conhecido por nós, brasileiros, exceto o sueco Stellan Skarsgård (de “Ronin” e “Mamma mia! – O filme”), num papel frio, do diretor do reformatório. E por falar em frio, o gelo é o inimigo cruel dos personagens, mas que enriquece a fotografia do filme com seus tons azulados. Não explora violência nem torturas como em filmes do gênero; as poucas sequências de espancamento e uma sugestiva de sodomia não servem para chocar, o que é um bom sinal. Acho que ninguém iria gostar de assistir um carnaval de sofrimento...
A penosa odisseia pelo mar congelado encerra, com impacto, o filme, que traz em seguida trechos com cenas reais dos garotos detentos de Bastoy.
Como resultado, uma brilhante fita de arte, que serve como uma aula de História!
Venceu prêmios menores na Noruega, inclusive de melhor filme, e foi realizado com orçamento alto para os padrões europeus – U$ 4,6 milhões.
Não deixem de conhecer. Por Felipe Brida
"Inferno na ilha" remonta parte dessa triste história. Situa a ação em 1915, com a chegada em Bastoy de um garoto novato, que passa a carregar pedras, é espancado pelos guardas, até arquitetar a mirabolante rebelião. O desconhecido ator Benjamin Helstad interpreta esse líder nato, em papel de muito empenho. Aliás, quase todo o elenco não é conhecido por nós, brasileiros, exceto o sueco Stellan Skarsgård (de “Ronin” e “Mamma mia! – O filme”), num papel frio, do diretor do reformatório. E por falar em frio, o gelo é o inimigo cruel dos personagens, mas que enriquece a fotografia do filme com seus tons azulados. Não explora violência nem torturas como em filmes do gênero; as poucas sequências de espancamento e uma sugestiva de sodomia não servem para chocar, o que é um bom sinal. Acho que ninguém iria gostar de assistir um carnaval de sofrimento...
A penosa odisseia pelo mar congelado encerra, com impacto, o filme, que traz em seguida trechos com cenas reais dos garotos detentos de Bastoy.
Como resultado, uma brilhante fita de arte, que serve como uma aula de História!
Venceu prêmios menores na Noruega, inclusive de melhor filme, e foi realizado com orçamento alto para os padrões europeus – U$ 4,6 milhões.
Não deixem de conhecer. Por Felipe Brida
Inferno na ilha (Kongen av Bastøy/ King of Devil´s Island). Noruega/Suécia/França/Polônia, 2010, 120 min. Drama. Dirigido por Marius Holst. Distribuição: Paramount Pictures
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