Tesouro (2024)
Dramédia baseada no livro da prestigiada autora australiana Lily Brett, que por sua vez inspirou-se em uma trágica história real para escrever o romance. Na coprodução Alemanha, Polônia, França e Estados Unidos, conhecemos uma jornalista norte-americana (Lena Dunham) que viaja à Polônia com o pai (Stephen Fry), nascido lá. O motivo da viagem é percorrer os vilarejos onde o pai passou a infância antes da Segunda Guerra Mundial. Ele é um sobrevivente do Holocausto, e, por ter presenciado fatos assombrosos da época, recusa reviver o passado. Então, ele cria uma série de empecilhos para que as visitas aos lugares planejados pela filha não ocorram da maneira esperada. Rodado em locações da Alemanha e Polônia, inclusive nos arredores do campo de concentração de Auschwitz, o filme acerta em cheio com as boas intepretações de pai e filha, de dois atores premiados que humanizam seus papeis. A diretora alemã Julia von Heinz, de ‘E amanhã... o mundo todo’ (2020), assina o roteiro novamente com John Quester, dosando humor nos momentos certos do drama familiar e inserindo diálogos interessantes sobre a relação pai/filha. Tocante, o filme merece ser descoberto nos cinemas. Em exibição nas salas brasileiras, distribuído pela California Filmes.
Corpo presente (2024)
A distribuidora de fitas
independentes Embaúba Filmes acaba de lançar nos cinemas brasileiros ‘Corpo
presente’, novo trabalho do cineasta mineiro Leonardo Barcelos, de ‘Balança, mas
não cai’ (2012). Em seu segundo documentário, investiga o corpo humano como suporte
artístico, o fazer corporal para criar arte no Brasil, misturando performances
com body art, literatura e dança. Inovador e com boas reflexões sobre o tema, o
filme faz um debate social e filosófico sobre arte e identidade na sociedade,
por meio de depoimentos de personalidades artísticas e políticas contemporâneas.
Já nos cinemas.
A favorita do rei
(2023)
Exibido fora da
competição do Festival de Cannes de 2023 e no Festival Varilux no mês passado
aqui no Brasil, ‘A favorita do rei’ (2023) é o novo filme da atriz e diretora francesa
Maïwenn, uma realizadora autoral de obras premiadas que gosto muito, como ‘Polissia’
(2011), ‘Meu rei’ (2015) e ‘DNA’ (2020) – os três escritos por ela e o primeiro
e o último com ela no elenco. Maïwenn agora se volta a um drama romântico de
época intenso e com belíssimos figurinos e direção de arte da França do século
XVIII. É a história real de Jeanne Du Barry (1743-1793), cortesã que se tornou
a amante preferida do Rei Luís XV até a morte dele. Nascida de uma família
humilde, Jeanne enfrentou preconceito na corte, por ser prostituta, desprezada e
ameaçada pelas três filhas do rei. Mulherengo, Rei Luís XV teve muitas cortesãs,
mas se casou com Jeanne, gerando um escândalo na corte. Maïwenn protagoniza com
elegância e ousadia a protagonista, uma mulher empoderada e carismática, numa
de suas grandes interpretações no cinema, e o Rei é nada mais nada menos que Johnny
Depp, num bom trabalho, mais contido e com mais rigor, em que abandona as caras
e bocas dos personagens cômicos e amalucados que costuma fazer. Gostei muito e
espero que o público o encontre – na tela de cinema a beleza plástica do filme
ficará mais nítida. Nos cinemas pela Mares Filmes em parceria com a Alpha
Filmes.
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