O
exorcismo (2024)
Tinha
potencial para ser um bom filme de terror psicológico, ainda mais porque a base
da história envolvia os bastidores do filme ‘O exorcista’ (1973), quando fatos assustadores
tomaram conta do set de filmagem. Até a metade, o filme segue à risca essa proposta,
mas depois se perde em possessões demoníacas aleatórias, com efeitos visuais
manjados e um final sem surpresas.
Russell
Crowe, que ultimamente participa de filmes lamentáveis, interpreta um ator em decadência,
ex-usuário de drogas, que recebe o convite para um novo trabalho – atuar como padre
em um filme de terror. Durante as gravações, ele é adquire comportamento
violento, e aos poucos demonstra estar possuído por um demônio milenar.
É o
segundo filme em menos de um ano com Crowe sobre exorcismo – o anterior é o
interessante e real ‘O exorcista do Papa’ (2023).
Tem participações
pequenas de três bons nomes, mas que mal aparecem na tela, outro ponto falido
do filme - Sam Worthington, Adam Goldberg e Samantha Mathis.
A
direção, vejam que curioso, é do ator e roteirista Joshua John Miller, que
começou a carreira nos anos 80 ainda mirim; ele é filho do ator Jason Miller, o
padre Karras do original ‘O exorcista’, e como roteirista aqui tentou trazer as
histórias perturbadoras dos bastidores daquele filme, considerado por muita
gente o mais assustador de todos os tempos do cinema. Infelizmente errou na
mão, e o resultado é bem, bem aquém de muitas produções do gênero. ‘O exorcismo’
está em exibição nos cinemas brasileiros pela Imagem Filmes.
Estranho
caminho (2023)
Novo
filme do cineasta cearense Guto Parente, de ‘Inferninho’ (2018) e ‘O clube dos canibais’
(2018). Com forte apelo dramático e um bom elenco com a nova geração de atores brasileiros
independentes, o drama retrata o retorno de um jovem cineasta para a casa do pai,
em Fortaleza, durante a pandemia da covid. Ambos não conversam há anos, acabam
se encontrando e a volta do filho trará junto tanto situações desafiadoras quanto
estranhas.
Ganhou
os prêmios de melhor roteiro e ator coadjuvante (Carlos Francisco, de ‘Bacurau’
e ‘Marte um’) no Festival do Rio, e levou quatro prêmios no prestigiado Festival
de Tribeca, dentre eles filme e roteiro.
O
filme transita na linha narrativa do diretor Guto Parente – quem o conhece sabe,
que mistura elementos da realidade com fantasia, personagens envoltos numa aura
de estranheza e mistério e situações incomuns, quase um ‘cinema fantástico’. A
fotografia impressionante e muito bem conduzida ajuda na concepção criativa do longa.
Gostei muito e indico.
Tem
produção assinada pela produtora independente Tardo Filmes e distribuição nos
cinemas pela Embaúba Filmes.
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