O último pub (2023)
Está em exibição nos cinemas brasileiros o último filme do britânico Ken
Loach, ‘O último pub’, que o rodou aos 87 anos. Uma lenda viva que realiza obras
contundentes e críticas, e que tudo indica ser seu trabalho de despedida do cinema.
Agora o seu novo drama social discute questões sobre imigração e xenofobia. Um
proprietário de um pub luta diariamente para manter seu negócio em pé, numa
pequena cidade operária da Inglaterra. Refugiados sírios chegam à região, por
ser uma área de mineração e hoje desvalorizada, e sofrem represálias da
comunidade; ele se aproxima de uma jovem síria, que é fotógrafa, e junto dela
resolve abrir no pub uma cozinha comunitária. Tudo isso afronta amigos e vizinhos,
que não aceitam a presença dos imigrantes e pressionam para que eles voltem ao país
de origem.
O diretor de ‘Kes’ (1969), ‘Ventos da liberdade’ (2006) e ‘Eu, Daniel
Blake’ (2016 – esse, ganhador da Palma de Ouro em Cannes), dirige uma história
íntima de amizade, luta e sobrevivência, com foco nos imigrantes sírios. Assim como
o protagonista (um ótimo trabalho do ator Dave Turner), o pub, que se chama ‘Old
Oak’, ou ‘Velho carvalho’, simboliza a resistência em uma cidade decadente,
negligenciada e ultraconservadora – próprio reflexo do diretor, que é uma voz
da resistência na Inglaterra, e persiste nesse cinema autoral, pessoal e
crítico desde os anos 60.
Com roteiro de Paul Laverty, parceiro de trabalho de Loach há 30 anos, o
filme foi indicado à Palma de Ouro e ao Bafta e recebeu prêmio especial do
público no Festival de Locarno. Distribuído nos cinemas pela Synapse
Distribution.
Nenhum comentário:
Postar um comentário