‘A alegria é a prova
dos nove’ (2023)
Exibido em festivais
brasileiros como Mostra de Tiradentes e Mostra Intl de Cinema de SP, o novo
filme de Helena Ignez – que aqui dirige, escreve, produz e protagoniza, é uma
reflexão íntima sobre a liberdade sexual feminina e as políticas do corpo da
mulher. Ignez, uma cineasta que veio do cinema underground, faz uma homenagem
aos filmes daquele período. Ela interpreta uma artista e sexóloga de 80 anos de
idade, amiga e amante de um ativista dos Direitos Humanos (papel de Ney
Matogrosso, que já trabalhou em outros longas de Ignez, como ‘Ralé). Juntos, embarcam
nas memórias de uma última viagem que fizeram ao Marrocos, cinquenta anos
atrás, onde ocorreu uma situação desafiadora. Passado e presente se misturam
com efusividade, num filme independente de grandes virtudes. Conta com um
elenco grande e formidável, em pequenas participações, e na tela vemos Djin
Sganzerla, Guilherme Leme, Mario Bortolotto e outros. Estreou nos principais
cinemas brasileiros, com distribuição da Mercúrio Produções.
‘Às vezes quero sumir’
(2023)
Daisy Ridley, conhecida como a protagonista Rey da última saga “Star Wars”, é uma atriz inglesa talentosíssima e pouca vista nas telas. Em ‘Às vezes quero sumir’, tem a chance de mostrar sua versatilidade e a verve dramática, numa fita independente peculiar, indicada a dois prêmios no Festival de Sundance (incluindo o do júri para a diretora Rachel Lambert). Num papel sensível e marcante, Daisy faz uma jovem de poucas palavras, que trabalha num escritório numa cidadezinha costeira americana. Ela é afligida por pensamentos ruins, como de morrer ou de abandonar tudo e fugir de casa. A chegada de um novo colega de trabalho (o humorista Dave Merheje, aqui contido em papel sério, dramático) a transforma; eles têm forte conexão, passam a se encontrar fora do trabalho, e até um interesse romântico surge ali, fazendo com que ela veja esperança em sua tediosa vida. Com romance, comédia e drama, é um filme bonito e melancólico, que trata da solidão, da dificuldade das pessoas em estabelecer conexões. Inspirada na peça “Killers”, de Kevin Armento, que adaptou o roteiro ao lado de Stefanie Abel Horowitz e Katy Wright-Mead. Está em exibição nos principais cinemas brasileiros, com distribuição da Synapse Distribution.
‘De repente, miss!’
(2024)
O diretor Hsu Chien,
nascido em Taiwan e radicado no Brasil, está com dois filmes nos cinemas, diga-se
de passagem um feito raríssimo – ‘Morando com o crush’ e esse divertido e
simpático ‘De repente miss!’. Fui assisti-lo e me deliciei com Fabiana Karla no
papel de uma publicitária quarentona que enfrenta uma dura crise pessoal e de
trabalho. Ela fará de tudo para reconquistar a filha e o marido, e com eles parte
para um resort, onde haverá um concurso de miss. Lá, uma série de aventuras virará
os dias daquela família de cabeça para baixo. Leve, espirituoso, fugindo de
besteirol e sem piadas apelativas, o filme é um barato e arranca bons risos da
plateia. Tem pequenos e pontuais momento de drama, o que dá um charme para a
história. Fabiana está bem, ao lado de um elenco de apoio com boas atuações,
como Giulia Benite, Nany People, Danielle Winits, Roney Villela e João Baldasserini. Recomendo!
Está em cartaz nos principais cinemas brasileiros, com distribuição da Elo
Studios/Sony Pictures.
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