A estranha passageira
Charlotte Vale (Bette
Davis) é uma jovem com muitos traumas, que vive com a mãe controladora, a Sra.
Vale (Gladys Cooper). Após uma crise nervosa, é recomendada pelo psiquiatra,
Dr. Jaquith (Claude Rains), para se retirar em sua clínica de repouso. O
tratamento faz com que ela se torne uma mulher independente e corajosa, e chega
até a mudar de visual, partindo para uma viagem ao Rio de Janeiro, onde conhece
um homem casado, Jeremiah Durrance (Paul Henreid).
A Obras-primas do Cinema
distribuiu mês retrasado em DVD esse charmoso clássico da década de 1940, que
traz uma das mais incríveis atuações de Bette Davis, um monstro sagrado da Sétima
Arte, em papel que lhe rendeu sua sétima indicação ao Oscar. Originalmente da Warner
Bros, numa época em que o estúdio se voltava para filmes sérios, que rompiam
com tabus, esse romance melodramático conta com três bons coadjuvantes: Gladys
Cooper, no papel da mãe controladora da protagonista, com seu olhar penetrante
(indicada ao Oscar aqui de atriz coadjuvante, esteve em “Minha bela dama”), Paul
Heinred (de “Casablanca”), o bonitão casado que a protagonista conhece no Rio
de Janeiro (aliás, tem músicas brasileiras na trilha sonora) e Claude Rains (de
“A mulher faz o homem”), o psiquiatra que ajuda a personagem central em sua
clínica.
É um roteiro maduro, bem
esquematizado pelo roteirista Casey Robinson (de “O capitão Blood”), que
adaptou o romance da escritora Olive Higgins Prouty, sobre uma mulher em plena
transformação, que precisa vencer medos e barreiras sociais para se impor como
uma mulher independente e sair das garras da mãe dominadora. Dirigido pelo
britânico Irving Rapper, de “Rapsódia azul”, é um grande filme dos anos de Ouro
de Hollywood. Ganhou o Oscar de trilha sonora (de Max Steiner, de trilhas impecáveis
como a de “E o vento levou”).
A estranha passageira
(Now, voyager). EUA,
1942, 117 minutos. Drama. Preto-e-branco. Dirigido por Irving Rapper.
Distribuição: Obras-primas do Cinema
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