segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Sessão “Filmes para TV”


Sepultado vivo

Joanna (Jennifer Jason Leigh) leva uma vida aborrecida com o marido Clint (Tim Matheson) numa cidadezinha americana. Ela tem um caso com o médico Cortland (William Atherton). Juntos combinam um plano para matar Clint, envenenando-o. O assassinato dá certo, porém uma surpresa deixará os amantes à beira da loucura.

Um dos filmes que mais assisti na vida, reprisado infinitas vezes na TV aberta nos anos 90. É um telefilme (filme para TV, da Universal Television) de suspense com terror muito bem amarrado, com um elenco em boa forma (em especial Jennifer Jason Leigh e William Atherton). A história, apesar de improvável e até impossível, segura o espectador na cadeira até o terrível desfecho. O filme ronda um crime passional, de um casal de amantes que planeja o assassinato do marido da protagonista, no entanto o crime não termina como previsto. Há reviravoltas marcantes, e as cenas tensas são auxiliadas por uma boa trilha sonora e fotografia escurecida. Claustrofóbicos como eu podem ficar mexidos com o filme, numa determinada cena da metade para o final (muito boa por sinal).
Ganhou edição em DVD mês passado pela Obras-primas do Cinema (um filme aguardado pelos colecionadores de mídia física).



Estreava aqui o diretor, roteirista e produtor francês radicado nos EUA Frank Darabont, três vezes indicado ao Oscar, que dirigiu dois grandes clássicos dos anos 90, “Um sonho de liberdade” (1994) e “À espera de um milagre” (1999).

Sepultado vivo (Buried alive). EUA, 1990, 93 minutos. Suspense. Colorido. Dirigido por Frank Darabont. Distribuição: Obras-primas do Cinema


Noriega: O favorito de Deus

Nos anos 80, o líder nacionalista panamenho Manuel Noriega (Bob Hoskins) torna-se presidente levando o país a uma escala de violência. Aos poucos envolve-se com o tráfico de drogas até ser deposto pelos americanos.

Um bom telefilme político sobre a vida do líder nacionalista panamenho Manuel Noriega (1934-2017), que assumiu a presidência do importante país da América Central após a morte do presidente Omar Torrijos, um ditador que havia dado um golpe de estado duas décadas antes. Noriega virou braço-direito de Torrijos, foi oficial do Exército e chefe do setor de Inteligência. Presidiu o país entre 1983 e 1989, de início com fortes laços com os EUA depois levou o Panamá à condição de pária mundial. Envolveu-se pessoalmente com o tráfico de drogas, e foi acusado de corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro, indiciado depois por esses crimes, além de assassinatos – ficou preso por quase 20 anos quando deposto. No período de governo tornou o país uma ditadura, perseguindo adversários políticos e a imprensa.
Quem dá voz e caracterização ao personagem é o ótimo Bob Hoskins, de “Uma cilada para Roger Rabbit” (1988), “Minha mãe é uma sereia” (1990) e tantos outros filmes, com uma maquiagem que lembra Noriega (que tinha várias cicatrizes e espinhas no rosto). É um drama com sequências bem realizadas de ação que mostra Noriega da juventude até a prisão no final dos anos 80, sempre com enfoque na sua destemida característica, a de intimidação e chantagem.



Rodado nas Filipinas pelo diretor Roger Spottiswoode, de filmes de ação famosos dos anos 80, como “Sob fogo cerrado” (1983) e “Atirando para matar” (1988). Recomendo!

Noriega: O favorito de Deus (Noriega: God's favorite). EUA, 2000, 114 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Roger Spottiswoode. Distribuição: 20th Century Fox

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