quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Cine Especial


10 segundos para vencer

Dividido entre a família e o esporte, Éder Jofre (Daniel de Oliveira) sonha com o boxe. Vendo de perto a paixão do filho, o treinador Kid Jofre (Osmar Prado) resolve treinar o jovem para se tornar o maior campeão do ringue brasileiro.

Éder Jofre, o mais destacado pugilista brasileiro, dentro e fora do país, faleceu no dia 2 de outubro, aos 86 anos, após longo período doente. Com o apelido de Galo de Ouro, conquistou três vezes o título mundial na categoria peso-pena, destacando-se no boxe por mais de 20 anos. Deixou uma marca histórica até hoje não superada – seu nome foi para o Hall da Fama Internacional do Boxe, nos EUA, único brasileiro a obter tal mérito. Quatro anos atrás fizeram essa cinebiografia competente, bem realizada, sendo uma homenagem emocionante em vida a Jofre. E não é um filme apenas dele, e sim do pai, Kid Jofre, seu treinador na juventude – o pai tem maior destaque que o filho na história, se olharmos bem. O roteiro narra a trajetória de Kid Jofre treinando o filho, até torná-lo quem foi. Kid Jofre era treinador, conquistando títulos no boxe, e com seu jeito turrão de italiano, que dava patadas em todos, levou o filho ao ringue para que ele atingisse o sonho de ser boxeador. A luta foi dura, incansável, e a família enfrentava outros problemas, como o financeiro. E assim, dia a dia, Eder Jofre se sobressaía, entregando-se de corpo e alma para os esportes.


Daniel de Oliveira está bem, mas Osmar Prado dignifica o filme (ele lembra mais o Eder que o Kid). Ambos entregam uma interpretação sincera, sem exageros, e o diretor José Alvarenga Jr consegue fazer um filme delicado, para todos os públicos. Alvarenga, vale lembrar, começou a carreira nos anos 80 dirigindo filmes dos Trapalhões (como “O casamento dos Trapalhões” e “A Princesa Xuxa e os Trapalhões”), além de séries e filmes de comédia (como “Os normais” e “Divã”). É seu melhor filme, inserido na linha de dramas reais/biográficos.
Indicado em festivais internacionais e nacionais, deu a Osmar Prado o Kikito de Ouro de melhor ator no Festival de Gramado, que faz esse personagem formidável, uma performance vinda do coração.

10 segundos para vencer (Idem). Brasil, 2018, 122 minutos. Drama. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por José Alvarenga Jr. Distribuição: Imagem Filmes

Nenhum comentário: