Os melhores filmes da
46ª Mostra Internacional de Cinema de SP – parte 03
A edição 2022 da Mostra de Cinema de SP segue até dia 02/11, com sessões presenciais em 15 cinemas da capital e também em duas plataformas online (com sessões gratuitas), que são o Sesc Digital (https://sesc.digital/home) e SP Cine Play (www.spcineplay.com.br), com limite de views. Confira drops com rápidos comentários dos melhores filmes desse ano da Mostra.
Fire of love (EUA/Canadá, 2022, de Sara Dosa)
Um documentário emocionante
e celebrativo sobre o casal francês Katia e Maurice Krafft, amantes um do outro
e apaixonados por vulcões – eles trabalharam por mais de duas décadas investigando
erupções vulcânicas ao redor do planeta. Destemidos, chegavam a pouquíssimos metros
das crateras expelindo lava. O filme resgata uma série de vídeos curiosos que
eles mesmos gravaram e outros disponibilizados pelas equipes que os acompanhavam
nas expedições. No doc temos a dimensão do lado heroico e aventureiro dos Kraffts
(que infelizmente morreram em 1991 em uma explosão vulcânica no Japão). Vencedor
do prêmio de melhor montagem no Festival de Sundance e do Prêmio do Público da
seção Grand Angle do festival de documentários Visions du Réel. Exibição
presencial em SP ainda no dia 01/11.
Nação valente (Portugal/França/Angola, 2022, de
Carlos Conceição)
Misturando drama, guerra,
um pouco de humor e um terror que beira o cinema fantástico, essa coprodução
Portugal/França/Angola é dos filmes mais interessantes da Mostra desse ano. Saí
da sessão de olhos arregalados de surpresa. Nos anos 70 portugueses saíram da
Angola quando os nacionalistas iniciaram levantes para reivindicar direito ao
território. Daí duas histórias se aproximam: a de uma garota angolana que se
apaixona por um soldado português, e a de uma frota de Portugal isolada num
casarão para um treinamento, até que estranhas aparições começam a perturbar o
grupo. É de um vigor enorme o filme, diferente de tudo que já vi – venceu o
prêmio de melhor filme europeu e do prêmio do Júri Jovem no Festival de
Locarno.
Exibição presencial em
SP ainda no dia 01/11.
Leonor jamais morrerá (Filipinas, 2022, de Martika Ramirez
Escobar)
Vencedor do Prêmio
Especial do Júri na seção World Cinema Dramatic do Festival de Sundance, o
drama filipino mostra a jornada de Leonor Reyes, ex-atriz de uma popular série
de filmes de ação que hoje está endividada. Ela entra em coma quando encontra a
oportunidade de voltar ao cinema, e no leito do hospital, sua mente a leva para
dentro de um estranho filme. Original, bem realizado, é uma boa opção para
conhecermos o bom (e pouco comentado) cinema realizado nas Filipinas. Exibição
online e gratuita na plataforma do SP Cine Play até dia 02/11 (com limite de
views).
Noite
obscura, folhas selvagens (Suíça/França, 2022, de Sylvain
George)
É, em termos de duração,
um dos filmes mais longos que vi recentemente (totaliza 255 minutos, ou seja,
4h15). A estética é para poucos, assim como o tema: num enclave espanhol no
Marrocos, um grupo de jovens anda por aí discutindo políticas migratórias
europeias, envolvem-se com problemas e chegam ao seu limite com ações consideradas
subversivas. Em preto-e-branco, com muitas imagens fora de sintonia como se
fossem um amontoado de pensamentos e desejos, a obra se constrói. Trata das
políticas de migração na Europa não deixando de criticar o racismo e a
xenofobia. Exibido nos festivais de Viena e Locarno, está online e gratuito na
plataforma do SP Cine Play até dia 02/11 (com limite de views).
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