Suez
O diplomata e engenheiro
francês Ferdinand de Lesseps (Tyrone Power) viaja ao Egito para conceber o
projeto da construção do Canal de Suez. Ele é apaixonado por Eugenia de Montijo
(Loretta Young), que acaba de alcançar o status de imperatriz ao se casar com o
imperador Napoleão III, da França. Lesseps guarda fortes sentimentos pela
mulher, e em Suez inicia um romance com Toni (Annabella), uma atraente mulher
egípcia. A construção do canal encontra entraves políticos, que envolvem um
acordo bilateral entre França e Egito e depois contará com a ajuda do Reino
Unido.
Tecnicamente bem
realizado, com produção da 20th Century Fox, “Suez” (1938) é um drama épico elegante,
que custou caro para a época (U$ 2 milhões) reunindo astros do cinema clássico,
como Tyrone Power (de “Testemunha de acusação” - faleceu novo, aos 44 anos, de
infarto), Loretta Young (ganhadora do Oscar de atriz por “Ambiciosa”) e a
francesa Annabella, que fez carreira em Hollywood (de “Rua Madeleine 13”), além
de Joseph Schildkraut (ganhador do Oscar de coadjuvante por “A vida de Émile
Zola”), e Sidney Blackmer (de “Alta sociedade” e que no fim da carreira faria
“O bebê de Rosemary”). Nos anos 30 e 40 Hollywood fazia filmes com pano de
fundo real misturados com romance e aventura, para atrair o público, como é o
caso deste: fala-se da construção do Canal de Suez, localizado no Egito entre
os mares Vermelho e Mediterrâneo, em tom épico, porém o romance entre os
personagens é o que predomina. As figuras ali realmente existiram, Ferdinand
Marie era o “Visconde de Lesseps”, um diplomata e empresário francês envolvido
na construção do canal de Suez e no canal do Panamá, entre a metade e o final
do século XIX, e era mesmo apaixonado pela imperatriz da França, a espanhola
Eugenia. Há bonitos momentos românticos e grandiosas cenas nas paisagens
desérticas do Egito, como a sequência de destruição final causada por uma
tempestade de areia (o filme foi inteiramente rodado em estúdios em Hollywood,
e as cenas do Egito não foram lá, e sim no deserto de Yuma, no Arizona).
Do notório diretor,
roteirista e produtor canadense que fez centenas de filmes mudos nos EUA da
década de 10, além de dezenas de longas até os anos 60, Allan Dwan. “Suez”, que
acaba de sair em bluray pela Classicline (numa boa cópia de colecionador),
recebeu três indicações ao Oscar: melhor fotografia (num primoroso
preto-e-branco), som e trilha sonora. Existem duas versões, a de cinema, que é
essa, de 98 minutos, e uma de 104 minutos, apenas exibida no lançamento e não
disponível em mídia física. Para quem gosta de romances e filmes épicos, é uma
opção recomendada.
Suez (Idem). EUA, 1938, 98 minutos. Romance/Drama.
Preto-e-branco. Dirigido por Allan Dwan. Distribuição: Classicline
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