Aniquilação
Expedição secreta leva
uma bióloga (Natalie Portman) e um grupo de mulheres a uma zona desconhecida,
longe da civilização, apelidada de Área X. O objetivo da missão é estudar uma
misteriosa contaminação, que acometeu o marido da bióloga, assim como verificar
novas formas de vida daquele lugar.
O diretor britânico Alex
Garland é um nome familiar dos fãs de ficção científica, também um jovem
escritor/novelista de primeira linha (é dele pelo menos três romances que
viraram filmes, todos dirigidos por Danny Boyle, “A praia”, “Extermínio” e “Sunshine:
Alerta solar”). Quatro anos antes de “Aniquilação” (2018), Garland estreou como
diretor, fazendo bonito o empolgante scifi moderno “Ex_Machina: Instinto artificial”
(2014), pelo qual foi indicado ao Oscar (de melhor roteiro, a história é dele)
– e o filme revelou a atriz sueca Alicia Vikander, que lá interpretava um robô.
“Aniquilação” é seu
segundo longa-metragem, baseado no livro de outro autor do mundo scifi, Jeff VanderMeer
(li o livro recentemente, faz parte de uma trilogia chamada ‘Comando Sul’, e a
adaptação para o cinema é bem fiel, exceto o desfecho e algumas características
dos personagens centrais). Garland realizou um trabalho vigoroso, com estilo
próprio, repleto de estranhos elementos visuais que criam uma realidade
paralela, para chegar a uma trama complexa e intrigante, de dar nó na cabeça, cercada
de mistérios e poucas soluções (como comentei “Aniquilação” é o livro 1 de uma
trilogia, as outras duas partes deverão ser transformadas em filme nos próximos
anos).
O tema do filme é amplo,
aborda um lugar no meio do nada que vive em radicais transformações e mutações,
uma floresta que respira ao lado de um pântano misterioso com um farol ao fundo.
A área X controla os movimentos dos personagens, cristaliza objetos, e lá as
leis da natureza não se aplicam. As pessoas também se incorporam ao ambiente de
maneira orgânica, como cópias - há semelhança com os dois cult movies soviéticos
mais notórios de Andrei Tarkovski, “Solaris” (1972) e “Stalker” (1979), já que
tratavam de áreas isoladas que alteravam o comportamento das pessoas. Nesse
cenário um grupo de mulheres investigam uma contaminação, e nada será fácil, pois
terão pela frente uma criatura mortal, fungos e um farol inatingível.
Tudo é mágico,
metafísico e fantasioso, num futuro incerto, numa mistura maluca de aventura,
ação, terror e scifi, sem preocupação em explicações fáceis. Preste atenção nos
detalhes, diálogos e ações, porque, como disse, o filme confunde, dando margem
a interpretações variadas.
Produzido pela
Paramount, estreou nos cinemas americanos por 20 dias, e por não obter o
sucesso esperado (orçamento de U$ 40 milhões, contra U$ 32 milhões de
arrecadação), a produtora vendeu os direitos de exibição para a Netflix (e lá
muita gente viu). Ocorreram sérios problemas na produção, a Paramount exigiu
alterações no roteiro, os produtores colocaram a mão no corte final gerando conflitos
de interesse com o diretor, ou seja, tudo isso atrapalhou as gravações e o
lançamento, coisas que acontecem nos bastidores de cinema. Por isso as diferenças
notáveis entre o livro de VanderMeer e o produto final para cinema... (mas o
resultado ainda é digno, confiram!).
Ponto positivo está na escolha
do elenco, interessante, com Natalie Portman, Tessa Thompson, Gina Rodriguez, Jennifer
Jason Leigh e Oscar Isaac (aliás, que era de “Ex_Machina”). Assista na Netflix!
Aniquilação (Annihilation). Reino Unido, 2018, 115
minutos. Ficção científica/Ação. Colorido. Dirigido por Alex Garland.
Distribuição: Netflix
Nenhum comentário:
Postar um comentário