A hora do lobisomem
Primavera em 1976. Numa pacata cidade do interior dos Estados Unidos,
crimes brutais amedrontam a população. Um garoto deficiente físico (Corey
Haim), com a ajuda da irmã mais velha, acredita em um lobisomem solto pelas
ruas, e passa a investigar o caso por conta própria.
Os fãs pediram, e a Versátil Home Video atendeu. Depois de muito
aguardar, os colecionadores de filmes de terror podem ter agora em casa a
edição de luxo em bluray de “A hora do lobisomem” (1985), uma das melhores
fitas de lobisomem do cinema americano, que no Brasil recebeu o título
alternativo de “Bala de prata”. Lançado pouco depois de “Um lobisomem americano
em Londres” e “Grito de horror”, ambos de 1981, ajudou a fortalecer o subgênero
“filme de lobisomem”.
É baseado no livro homônimo de Stephen King, com roteiro dele mesmo, que
mantém o clima de tensão do início ao fim (King costumava adaptar seus romances
para o cinema, o que garantia o tom macabro de suas ideias). O filme aborda o
medo e a tensão em uma comunidade pacata dos Estados Unidos, ameaçada por um
lobisomem à solta. Vira uma caçada pelo monstro, organizada pelos moradores e a
polícia, enquanto o rastro de sangue aumenta.
Na época o aclamado produtor italiano Dino De Laurentiis não gostou do resultado do lobisomem do filme; os técnicos em efeitos visuais fizeram-no com uma pegada retrô, uma criatura mais clássica, tipo o da Universal dos anos 40. Hoje vendo ele soa artificial, diferente dos anteriores mencionados (“Um grito de horror” e “Lobisomem americano”), porém não é só dos efeitos que sobrevive a obra; a trama ratifica a atmosfera sombria, com cenas noturnas de dar calafrios - há pelo menos três cenas legais e que me marcaram quando vi o filme pela primeira vez na infância: a alucinação na igreja, em que o padre vê todos os fiéis virando lobisomem; a caçada na floresta com a névoa subindo pelo corpo dos atiradores; e o desfecho na casa dos personagens centrais, à espera da lua cheia.
Corey Haim estava no início de carreira, com 13 anos, no papel principal do menino de cadeira de rodas (depois fez “Admiradora secreta” e “Os garotos perdidos”, foi um rosto marcante nos anos 80, porém morreu jovem, aos 38 anos, em 2010), auxiliado por Gary Busey (de “Caçadores de emoção” e “Máquina mortífera”), no papel do tio debochado, e tem participação interessante do padre, de Everett McGill (de “As criaturas atrás das paredes”).
A edição de luxo da Versátil, recém-lançada, é disco duplo em bluray, com pôster, livreto, cards colecionáveis e mais de 1h30 de extras. Vale ver e rever!
A hora do lobisomem (Silver bullet). EUA/Holanda, 1985, 95 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Daniel Attias. Distribuição: Versátil Home Video
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