Assisti nesta quarta-feira, em cabine, ao filme "Deserto" (2015, 88 minutos, escrito e dirigido por Jonás Cuarón), que estreia nos cinemas no dia 02 de novembro, distribuído no Brasil pela Esfera Filmes. O promissor filho do cineasta mexicano Alfonso Cuarón realiza um bom filme em seu segundo trabalho na direção. Produzido por Alfonso e pelo ator Gael García Bernal, protagonista aqui, o filme é um thrilller do começo ao fim sobre caçada aos imigrantes ilegais na fronteira dos Estados Unidos com o México, num lugar perigoso, inabitado, tomado pelo sol escaldante. Bernal lidera os membros do grupo de imigrantes fugindo a todo custo de um caçador impiedoso (Jeffrey Dean Morgan), que, apoiado em seu rifle, atira para matar igual quando caça coelhos. Além das balas certeiras, conta com o auxílio do cão, chamado de Rastreador, que também caça humanos.
No meio do nada, nos cactos e nas pedras, um a um cai pelo caminho com os tiros restando três ou quatro que arrumam alternativas de esconderijos.
Apesar de ser uma obra de única nota, é um grande exercício de câmera; o diretor captou bem o calor e a aridez do deserto, com ótimas sequências de tensão, comprovando domínio de técnicas fotográficas, da música (trilha sonora excitante, do francês Woodkid), da condução do thriller, de como gravar perseguições num lugar difícil e afinar o todo num discurso político - em tempos de calamidade do governo Trump, o filme cai como uma resposta vigorosa ao presidente norte-americano e trata a sério a questão das barreiras aos imigrantes, aqui condenados à execução.
Não deixem de conferir. Dia 02 de novembro nos cinemas.
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