terça-feira, 24 de outubro de 2017

Nota do blogueiro


Cabine para jornalistas do filme "Manifesto" (co-produção Alemanha/Austrália, 2015, 95 minutos, escrito e dirigido por Julian Rosefeldt). Exibido nos Festivais de Sundance, Rotterdam e Tribeca, ele entra em cartaz no Brasil a partir desta quinta-feira, dia 26, distribuído pela Mares Filmes.
O que achei? Um filme desafiador, já na minha lista dos melhores do ano, com um trabalho visceral e fora do comum de Cate Blanchett num tour-de-force interpretando 13 personagens em manifestos efusivos, alguns históricos, contra todo tipo de sistema e convenções. Cheiro de Oscar no ar... Na pele de uma viúva no funeral do marido, de um andarilho, de uma cientista (numa cena lindamente alusiva à "2001", com direito ao monolito negro), de uma operária no chão de fábrica, de uma professora com metodologias revolucionárias ou de uma ventríloqua que manipula um boneco em autoimagem, por trás existe um grito desesperado por mudanças, em uma sociedade deteriorada pelo modo capitalista de viver. As declarações públicas dos personagens surgem em referências claras a artistas modernos e contemporâneos que romperam com a arte tradicional (Kandinsky, Braque, Godard, Rodchenko etc). Para o diretor, só a arte, engajada e sincera, poderá salvar a humanidade de um sistema falido para habilitar uma nova práxis e por consequência reconstruir um novo mundo. Uma obra experimental desconcertante e urgentemente obrigatória! 




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