sábado, 28 de novembro de 2015

Resenha especial


Assim na Terra como no inferno

Grupo de jovens exploradores adentra as catacumbas de Paris em busca da Pedra Filosofal, possivelmente ali escondida por alquimistas no século XIV. No assustador túnel de ossos eles descobrem um portal que leva à cidade dos mortos.

Após obter relativo sucesso com a fita anterior de terror, o bem sacado e apavorante “Demônio” (2010) – aquela do diabo no elevador, o cineasta John Erick Dowdle volta com tudo com seu novo projeto independente, “Assim na Terra como no céu”, para um público com nervos de aço. Arrepiante dos créditos iniciais até o bizarro desfecho, irá assustar marmanjos e barbudos, ainda mais sabendo das reais referências dessa cabulosa história.
Com roteiro ágil e sagaz escrito pelo próprio diretor e seu irmão, Drew Dowdle, desde a apresentação conhecemos uma audaciosa exploradora de nome Scarlett (a linda atriz britânica Perdita Weeks), que estuda alquimia. Nas pesquisas desenvolvidas, ela encontra pistas da Pedra Filosofal do alquimista Nicolas Flamel (1330-1418), que pode estar guardada há 600 anos em uma das galerias de ossos das catacumbas de Paris. Convencida da hipótese reúne um grupo de jovens com o objetivo de localizar a Pedra. Só que as catacumbas é um labirinto subterrâneo com cerca de 400 quilômetros de extensão, com pouca entrada de luz, e uma densa energia negativa, pois os túneis abrigam um ossuário de aproximadamente cinco milhões de pessoas. Numa jornada infernal onde superstição, misticismo e realidade se convergem, os expedicionários irão encarar o passado (sempre trágico de cada um) e a morte de frente.
Com sustos, gritos e tensão, o filme, inteiramente rodado em primeira pessoa (um dos membros da equipe, cinegrafista, relata a viagem e a agonia dos jovens), dá a profundidade do medo no público pelos dados reais sobre a alquimia de Flamel e a Pedra Filosofal (segundo os cientistas, ela podia transformar metal em ouro e ainda proporcionar vida eterna, o chamado ‘Elixir da Longa Vida’). Ou seja, por mais que seja produto de cinema, ficcional, há por trás um embasamento verídico, além das assustadoras crendices sobre as catacumbas (o diretor utilizou as genuínas catacumbas como locação, na escuridão!).
O ambiente é insuperável para provocar arrepios e pode deixar o público com mal estar. Por isso, recomendo nervos de aço!
Um dos bons filmes independentes de terror de 2014, agora em DVD pela Universal. PS: Atenção para o pôster original (capa) com a Torre Eiffel de ponta cabeça rodeada por crânios humanos nas catacumbas, sob um fundo vermelho-sangue. Vai encarar? Por Felipe Brida


Assim na Terra como no inferno (As above, so below). EUA, 2014, 93 min. Horror. Dirigido por John Erick Dowdle. Distribuição: Universal

Nenhum comentário: