sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Nota de cinema


Lançamentos em DVDs e Blu-rays

No limite do amanhã (Ação)
Hércules (Ação)
Frontera (Drama/Faroeste)
O príncipe (Ação)
Stalingrado: A batalha final (Ação)
Vestido pra casar (Comédia)
O grande hotel Budapeste (Drama)
Chef (Comédia dramática)
O teorema zero (Ficção científica)
Perseguição 3: Correndo para a morte (Suspense)
X-men: Dias de um futuro esquecido (Ação)
A marca do medo (Terror)
Um plano perfeito (Comédia romântica)
Soldado anônimo: Campo em chamas (Ação)
Khumba (Animação)
Godzilla (Ação)
Busca alucinante (Ação/Comédia)


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Cine Lançamento


Pesadelos do passado 2

Aterrorizada por assombrações, June (Camilla Luddington) investiga sozinha os fenômenos que tomam conta de sua casa. Ela passa a ser perseguida pelo espírito de um psicopata chamado Judas (Mark Steger), que décadas atrás deixara um rastro de sangue na cidade onde vive.

Fraquíssima continuação de outra fita de terror independente pouco vista no Brasil, “Pesadelos do passado” (2012), igualmente insossa. Espíritos malignos, um psicopata em forma de assombração (com nome bíblico, Judas) e sonhos perturbadores engrossam o dia a dia de uma garota do interior, que mora sozinha e tenta investigar por conta própria o caso dos assustadores fenômenos. Os defeitos (inúmeros) residem na velha fórmula hollywoodiana para filmes de terror corriqueiros sobre fantasmas: clichês infinitos, historinha batida e decifrável, desfecho irregular e sustos previsíveis, sem falar do elenco amadoresco.
Mal foi exibido nos cinemas americanos e por aqui chegou direto em home vídeo (não era mesmo para passar nas salas, tamanha a dissonância e o formato do projeto). Furada total! Por Felipe Brida

Pesadelos do passado 2 (The pact II). EUA, 2014, 96 min. Terror/Suspense. Dirigido por Dallas Richard Hallam e Patrick Horvath Distribuição: Paramount Pictures

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Cine Lançamento


Congelado

Suspeito de ter roubado U$ 8 milhões de mafiosos russos, Robert (Dylan McDermott) é trancafiado em um freezer industrial. Ferido nos quatro cantos do corpo e exposto a um frio intenso, ele terá de correr contra o tempo para não morrer congelado.

Fitinha corriqueira de ação, que começa intrigante e aos poucos se despedaça em clichês impossíveis e reviravoltas decepcionantes. Dylan McDermott (já vencedor do Globo de Ouro, pelo seriado “O desafio”) interpreta um tipo comum, aprisionado sem saber o motivo em um enorme freezer (título original do filme). Numa espécie de cárcere, apanha de bandidos russos, que querem reaver uma quantia milionária de dinheiro, que suspeitam ter sido roubada por ele. Não é uma, mas duas ameaças sofridas: a interna (frio constante) e a externa (criminosos), fora a terrível pressão psicológica. A história é construída com exageros, de maneira banal e absurda, optando por uma narrativa tradicional, com desfecho previsível.
Mikael Salomon, diretor de microsséries menores, assume culpa no cartório, pelas falhas, faltas e danos! Não se preocupe em conferir, pois em nada acrescenta. Por Felipe Brida

Congelado (Freezer). EUA, 2014, 82 min. Ação. Dirigido por Mikael Salomon. Distribuição: Paramount Pictures

domingo, 19 de outubro de 2014

Cine Lançamento


Um plano perfeito

Prestes a vestir o véu de noiva, a estonteante Isabelle (Diane Kruger) bola um plano para quebrar uma antiga tradição da família, em que todas as mulheres divorciam-se do primeiro marido. Para tanto, ela pretende casar-se com um total desconhecido, para logo depois largar dele e finalmente ficar para sempre com o namorado (que por sinal ela tanto ama). Em uma viagem sozinha de avião, conhece um alvoroçado escritor que trabalha com viagens, Jean-Yves (Dany Boon). Seria ele o alvo perfeito para o plano dar certo?

Divertidíssima comédia romântica francesa advinda da alta safra que o país produz com filmes desse gênero (como já comentamos anteriormente pelas resenhas de “A grande volta” e “Grandes garotos”). A dupla central se revira, desdobra-se e vai numa crescente percorrendo essa história mirabolante, de dois desconhecidos que se conhecem em uma viagem de avião e aos poucos vão ficando muito próximos até que...
A dupla é regida pela beldade Diane Kruger (alemã de carteirinha e recorrente em produções francesas e americanas) e o super comediante Dany Boon (atualmente um dos melhores e mais queridos), que dão um show à parte, deliciosamente cômicos e naturais na telona.
Juntos, os personagens viajam da África à Rússia (as cenas do leão no Kilimanjaro e o frio medonho em Moscou são bons atrativos complementares), onde criam confusões intermitentes, com certo flerte no ar (mas ela, com seus caprichos infernais por trás, e segundas intenções, não pode se apaixonar pelo desconhecido, pois é compromissada, e o escritor, coitado, está ali apenas para que ela quebre a “maldição” da família).
Apesar de ter sido lançada somente em 2012, e só agora ter chegado no Brasil, direto em home vídeo, não deixe de conferir e embarcar nessa comédia com tom de aventura bem bolada, agradável, criativa.
Segundo filme do diretor Pascal Chaumeil (o anterior é a também comédia francesa pouco conhecida aqui “Como arrasar um coração”, de 2010, e seu terceiro longa foi exibido recentemente nos cinemas, “Uma longa queda”); para quem não lembra, Chaumeil foi diretor assistente de “Eu sou o senhor do castelo” (1989), “O profissional” (1994) e “O quinto elemento” (1997). Já em DVD e Blu-ray. Por Felipe Brida

Um plano perfeito (Um plan parfait). França, 2012, 104 min. Comédia romântica. Dirigido por Pascal Chaumeil. Distribuição: Paramount Pictures

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Atriz Misty Upham é encontrada morta


A atriz norte-americana Misty Upham foi encontrada morta ontem em uma floresta em Auburn, Washington. Ela tinha 32 anos e estava desaparecida desde o último dia 6. O caso está sob investigação da polícia de Washington.
Nascida em Kalispell, Montana, em julho de 1982, Misty ganhou diversos prêmios como atriz coadjuvante pelo drama Rio congelado (2008), recebendo inclusive indicação ao Independent Spirit Awards pelo papel.
No cinema desde 2002, atuou em 10 filmes, como Em busca de identidade (2002), Django livre (2012), Terapia intensiva (2013), Álbum de família (2013) e no inédito Cake (2014). Por Felipe Brida

Cine Lançamento


Rolou uma química

Douglas Varney (Sam Rockwell) é um farmacêutico ético e rigoroso, que acaba de se mudar para uma pequena cidade dos Estados Unidos. Durante um atendimento domiciliar, cai nas graças de Elizabeth (Olivia Wilde), esposa de um cliente, viciada em sexo e drogas. Douglas deixa de lado a esposa, que já não dá muita bola para ele, para se tornar amante ferrenho daquele caliente mulher. Juntos irão experimentar novas misturas de drogas, até se envolverem em um assassinato.

Juro que fiquei espantado com esse filme inglês/americano politicamente incorreto, agressivo e repleto de situações antiéticas (envolvendo aqui a atividade profissional do farmacêutico). O que poderia ser uma comédia romântica cai na desgraça de ser uma bobagem cômica mal educada, que repudia o público com tamanhos absurdos escancarados na tela.
É a história imbecil de um farmacêutico que deixa a seriedade profissional e pessoal de lado: trai a esposa com uma mulher caliente e com ela inicia uma jornada irremediável de abuso de drogas manipuladas e sexo até gastar o corpo.
O pior de tudo é que o filme não tem o intuito de questionar nada, sobre a falta de ética do farmacêutico, mas sim aproveitar o gancho para fazer um humor apelativo, rasgado nos quatro cantos. Infeliz ideia tiveram os produtores, que juntaram um elenco de bons nomes em um delicado momento duvidoso. O meio lá, meio cá Sam Rockewell, as fraquinhas Olivia Wilde e Michelle Monaghan, o durão Ray Liotta e uma participação infeliz, de segundos, da senhora Jane Fonda, como ela mesma.
Pra mim, um forte candidato aos piores do ano. Besteira sem fim! Em DVD e Blu-ray. Por Felipe Brida

Rolou uma química (Better living through chemistry). EUA/Inglaterra, 2014, 91 min. Comédia. Dirigido por Geoff Moore e David Posamentier. Distribuição: Paramount Pictures

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Morre a atriz Elizabeth Peña


A atriz norte-americana de origem cubana Elizabeth Peña faleceu ontem aos 53 anos. Ela estava internada em um hospital em Los Angeles. As causas da morte não foram reveladas pela família.
Nascida em 1961 no estado de Nova Jersey, a atriz foi indicada ao Independent Spirit Awards por Lone star - A estrela solitária (1996) e em 35 anos de carreira atuou em cerca de 50 filmes, dentre eles Muito riso e muita alegria (1981), Um vagabundo na alta roda (1986), La bamba (1987), O milagre veio do espaço (1987), Jogo perverso (1989), Alucinações do passado (1990), O despertar para a vida (1992), Louca paixão (1994), Free Willy 2 (1995), A hora do rush (1998), Conduta ilegal (2002), Transamérica (2005), O vale proibido (2005), A cidade perdida (2005), D-War (2007) e Destinos ligados (2009). Elizabeth também dirigiu episódios para séries independentes de TV. Era casada pela segunda vez e deixa dois filhos. Por Felipe Brida


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Viva Nostalgia!


Sansão e Dalila

Conhecido pela sua força sobrehumana, o hebreu Sansão (Victor Matture) casa-se com uma mulher filisteia, a enigmática Semadar (Angela Lansbury). Ela tenta assassiná-lo e acaba sendo morta. Sansão então é cortejado pela irmã de Semadar, Dalila (Hedy Lamarr), que sempre nutriu paixão secreta por ele. Ambiciosa, Dalila quer desvendar de onde vem a força de Sansão e para isso oferece riquezas e promessas de amor. Movido pela emoção cega, ele revela o poder divino, que está nos cabelos, traindo, com as palavras, Deus e dando início ao seu trágico martírio.

Chega este mês em DVD e em Blu-ray no Brasil, pela primeira vez, a cópia restaurada de um dos épicos monumentais da Sétima Arte, com personagens bíblicos extraídos do Livro dos Juízes (Antigo Testamento). A famosa história de amor, ambição e traição de Sansão e Dalila explode com grandiloquência de cores vivas na tela, agora também ressaltado em alta definição, tudo graças ao lendário diretor e produtor Cecil B. DeMille, especialista em temas bíblicos e históricos (como bem fez nas duas versões de “Os dez mandamentos”). O cineasta optou em amenizar os dramas internos do personagem masculino e romantizou o relacionamento conflituoso entre os amantes. Deu vida imagética ao poder imensurável de Sansão, temível por todos pela força, mas de enorme sensibilidade, e acabou invertendo os papéis da narrativa tradicional: a mulher aqui, Dalila, é má, oportunista, que serve aos filisteus, capaz de trair o amor para ganhar status numa sociedade onde a mulher era dominada.
Tudo estava fadado ao erro: Sansão casou-se com a irmã da esposa morta e que pertencia ao povo inimigo (ele, hebreu, e ela, filisteia – repare como os conflitos entre palestinos e judeus vêm de muito tempo!); traiu o próprio Deus contando o segredo de seus cabelos e foi submetido a sacrifícios terríveis.
Na época, o filme foi sucesso imediato de público (custou caro, U$ 3 milhões e rendeu U& 29 milhões), recebendo dois Oscar merecidos: melhor direção de arte e figurino (indicado ainda como fotografia, efeitos especiais e trilha sonora). Impressiona ainda hoje a antológica cena do desfecho, a destruição do templo dos filisteus. E os cenários suntuosos, amplamente coloridos, marcam nossa percepção sensorial. Por Felipe Brida


Publicada na coluna Middia Cinema, da Middia Magazine, na edição de setembro e outubro de 2014.


Sansão e Dalila (Samson and Delilah). EUA, 1949, 131 minutos. Aventura/Drama. Colorido. Dirigido por Cecil B. DeMille. Distribuição: Paramount Pictures. Disponível em DVD e Blu-Ray.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Viva Nostalgia!


Marujo intrépido

Garotinho rico e mimado, Harvey (Freddie Bartholomew) viaja com os pais em um cruzeiro rumo à Europa. Acidentalmente, cai no mar e é resgatado por pescadores. No navio pesqueiro, liderado pelo bruto marujo Manuel (Spencer Tracy), o menino, agora um novo tripulante, irá ajudar nos afazeres diário em alto-mar até que seja levado de volta para casa.

Grandiosa aventura produzida pela MGM em 1937 que rendeu a Spencer Tracy seu primeiro Oscar de melhor ator, com roteiro ágil baseado no romance de Rudyard Kipling, escritor e poeta britânico que inovou a literatura infanto-juvenil com livros famosos na linha da fábula e fantasia (como “Mogli: O menino-lobo”).
Um menino mimado, de vida pomposa em Nova York, perde-se no mar, durante viagem em um transatlântico. O garoto é então salvo por um grupo de pescadores rudes, dentre eles um marujo durão, que acredita que a chegada desse novo passageiro seja um mau agouro - pois reza a lenda que carregar estranhos no barco poderia acarretar num dia de azar na pescaria. Em meio aos valentões, ao cheiro forte de peixe, sol de rachar e tempestades-surpresa, o menino americano de bons costumes viverá semanas de sacrifício em alto-mar. Irá ele mudar sua visão limitada de mundo quando inserido no cotidiano simples daqueles pescadores, ao comer da mesma comida, compartilhar da mesma água e dormir na mesma cama?
A relação dos dois personagens centrais é a força-motriz do filme, realçando os intensos laços efetivos de uma criança com seu novo tutor. Ganhador do Oscar pelo papel, Spencer Tracy brilha na tela ao reinventar a figura típica do marujo, aqui um português, de nome Manuel, bravo, mas que nas horas tranquilas demonstra sensibilidade cantarolando velhas canções da infância – ele arrisca falar um português rasgado em determinados momentos, alinhando a interpretação com o ótimo Freddie Bartholomew (ele tinha apenas 13 anos na época, foi um dos atores mirins queridos do cinema, atuou com Greta Garbo em “Anna Karenina”, abandonou a carreira aos 26 e morreu em 1992 aos 67). “Marujo intrépido” recebeu outras três indicações ao Oscar, nas categorias melhor filme, roteiro e edição.
Outros pontos altos da aventura giram na direção vigorosa de Victor Fleming, que dois anos depois rodaria os clássicos “O mágico de Oz” e “E o vento levou” e a fotografia com cenas reais de pescadores no mar de Gloucester (Massachusetts) e no canal canadense de Port aux Basques, em Newfoundland.
Originalmente da MGM, sai em DVD pela primeira vez no Brasil pela distribuidora Colecione Clássicos. Por Felipe Brida 

Marujo intrépido (Captains Courageous). EUA, 1937, 116 minutos. Aventura/Drama. PB. Dirigido por Victor Fleming. Distribuição: Colecione Clássicos

sábado, 4 de outubro de 2014

Nota de cinema


RIP
Hugo Carvana sai de cena aos 77 anos.

Palmas, palmas a esse monstro sagrado. E multifacetado: ator, diretor, produtor e roteirista. O cinema e a TV brasileira devem muito a ele!


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Nota de cinema


"Malévola", já em DVD e Blu-ray.

Imperdível! Uma visão que desconstrói nosso imaginário sobre a famosa vilã de "A bela adormecida", que nessa adaptação da Disney assume o protagonismo - e demonstra um nunca imaginado lado sensível e até sentimental. Filmão!
Por Felipe Brida


Cine Lançamento


Departamento Q: Guardiões das causas perdidas

Após um incidente, o experiente detetive Carl Mørck (Nikolaj Lie Kaas) é relocado para um departamento de casos arquivados da polícia escandinava, e lá conhece o agente policial Assad (Fares Fares), que se torna seu assistente. Ambos irão investigar o desaparecimento de uma influente mulher ligada à política, que sumiu anos atrás em uma balsa. Carl e Assad estarão frente a frente de um mistério insolúvel, com desdobramentos tétricos, nas gélidas e assustadoras paisagens da Escandinávia contemporânea.

A Paramount teve a feliz ideia de lançar no mercado brasileiro essa inteligente fita policial repleta de reviravoltas e falsas pistas, uma produção independente entre Dinamarca, Suécia e Alemanha e baseada em famoso best seller nórdico de Jussi Adler-Olsen (assim como “Millennium”, são vários livros com histórias de ação instigantes).
Como todo bom filme tradicional de investigação, o mote tem a mesma linha, diferenciado aqui de elementos mais “europeus” (tom frio e distanciado, com ausência de trilha sonora, sem personagens sutis, felizes ou bonzinhos, violência moderada, fotografia escura). Dois investigadores de temperamentos opostos, isolados no obscuro Departamento Q (com pilhas e pilhas de casos antigos, arquivados), lidarão nesse primeiro capítulo da cinessérie com um tormento: o sumiço misterioso de uma mulher influente da sociedade, cuja única testemunha da época é o irmão abilolado da vítima. Pistas terríveis levam à morte dela, mas os agentes não relutam nessa possível versão e se entregam ao desvendamento do caso a todo custo.
Os ingredientes cult, informei acima, dão o gostinho refinado para bem incrementar uma premissa comum no cinema (principalmente o hollywoodiano).
Vale conhecer mais um ótimo produto cinematográfico da Dinamarca, que a cada ano produz dezenas de fitas criativas na linha policial – diversas já foram resgatadas pela Paramount nos últimos anos, como “Headhunters” (2011) e “ID:A - Identidade anônima” (2011).
“Departamento Q” oficialmente já virou franquia para cinema: a segunda parte, ainda sem título em português, estreia na Europa neste final de semana! Confira o capítulo inicial dessa saga de investigação, suspense e medo! Por Felipe Brida


Departamento Q: Guardiões das causas perdidas (Kvinden i buret). Dinamarca/Alemanha/Suécia, 2013, 97 min. Ação/Policial. Dirigido por Mikkel Nørgaard. Distribuição: Paramount Pictures