segunda-feira, 14 de maio de 2012

Viva Nostalgia!



Annie

Annie (Aileen Quinn) é uma garotinha de cabelos ruivos encaracolados, que mora em um orfanato, onde também vivem várias meninas. Quem comanda o local é a temível Miss Hannigan (Carol Burnett), uma mulher alcoólatra inteiramente descontrolada, que reprime todas as órfãs do seu estabelecimento. Mas Annie não esmorece: sonha em ser adotada por uma família rica. Até que um dia, foge de lá e logo se encontra com o bilionário Sr. Warbucks (Albert Finney), apelidado de “Papai”, que a adota por uma semana. Enquanto Annie usufrui de uma vida saudável e bem diferente da que estava acostumada, Miss Hannigan arma uma série de planos para capturá-la.

Um ingênuo musical adaptado da famosa peça da Broadway, que encantou plateias no mundo todo, mesmo com seu fracasso de bilheteria, em 1982. Em um estalo virou cult, tornou-se uma fita querida pelos norte-americanos, exibida aos montes na TV aberta, e ao longo dos anos teve inúmeras imitações. Na época, dividiu a crítica estrangeira, que não perdoou o famigerado cineasta John Huston, o diretor da fita, apontando “Annie” como o pior trabalho de sua carreira genial – realmente a filmografia de Huston atrás das câmeras (ele também foi ator e produtor) era de impressionar; são deles “O falcão maltês”, “O tesouro de Sierra Madre”, “O segredo das jóias”, “Uma aventura na África”, “Moby Dick”, “O pecado de todos nós”, “O homem que queria ser rei” e muitos outros clássicos.
Deixo à parte impressões de outros críticos. Mesmo não sendo espetacular, acho Annie um trabalho alto astral, visualmente belo, com canções adoráveis, muitas delas marcantes, como a famosa “Tomorrow” (a letra fala sobre boas vibrações para o nosso amanhã).
É um pouco irregular sim, com idas e vindas malucas, exageros de cor dos cenários, sequências bem barrocas (em lugares sujos e sombrios). Porém o resultado agrada crianças e adultos, pois a história cativa e transforma a imaginação do público.
Lembra bastante a trajetória de outro personagem conhecido, Oliver Twist, o menino que escapou da tirania de um orfanato mequetrefe e procurou, nas ruas fétidas da Inglaterra, uma nova vida.
Sobre “Annie”, a história surgiu em tirinhas, criadas por Harol Gray nos anos 20, e somente décadas depois veio o musical da Broadway e em conseqüência este filme. Em todas elas há as peripécias dessa garotinha sonhadora, fiel companheira de sua cachorrinha Sandy, perseguida pela cruel Miss Hannigan e adotada por um excêntrico homem solitário, Oliver Warbucks. Vale conhecer as aventuras de Annie e, quem sabe, um dia, tente assistir a um espetáculo, que já teve encenação no Brasil.
Recebeu duas indicações ao Oscar, como melhor direção de arte e trilha sonora. No mesmo ano, o filme foi indicado também a dois Globos de Ouro – atriz (Aileen) e atriz coadjuvante (Carol Burnett, cujo personagem é bem caricato). Em contrapartida, e de forma estranha, ganhou o de pior atriz (Aileen Quinn) no Framboesa de Ouro, além de ter três outras menções nessa premiação, como pior filme, diretor e roteiro.
Relançado agora em nova edição pela Columbia, com outra capa inclusive e menu com audiodescrição (recurso para deficientes visuais). Por Felipe Brida

Annie (Idem). EUA, 1982, 126 min. Musical. Dirigido por John Huston. Distribuição: Columbia Pictures

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